Por Davi Pascale
Em 2010 foi lançado um filme que
contava a história do Runaways, famoso grupo de rock que ajudou a catapultar as
cantoras Joan Jett e Lita Ford. Contando com a participação de duas garotas da
série Crepúsculo, o filme diverte,
mas peca em alguns aspectos.
A banda surge do encontro entre
Joan Jett e o famoso produtor musical Kim Fowley, mas a história apresenta
algumas modificações. Por exemplo, aqui, demonstra o produtor apresentando a
baterista Sandy West à Joan, segundos depois dela se apresentar ao rapaz, como
se já conhecesse West. Na história real, Kim só descobriu Sandy duas semanas
depois de seu encontro com a guitarrista.
Com roteiro inspirado em Neon Angel: A Memoir of a Runaway, livro
escrito pela cantora Cherie Currie, o filme foca mais em Cherie e Joan Jett
(produtora executiva do longa). As outras aparecem como coadjuvantes. Inclusive,
no final do filme, quando vão comentar o que ocorreu com as garotas,
aparece somente sobre as duas e sobre Kim. Ignorando assim, momentos marcantes
como a carreira de sucesso de Lita Ford ou a morte de Sandy West, por exemplo.
A película serve para demonstrar
um pouco como era a cena da época. As festas regadas à sexo e drogas. A
promiscuidade. As falsas promessas. A influência do glam. Além, é claro, da
excentricidade do famoso produtor.
Kristen Stewart é o grande destaque do filme |
A baixista Robin é um personagem
fictício. Na banda, a responsável pelas 4 cordas era Jackie Fox. A moça aparentemente
guarda más recordações da época e alegou que gostaria de ficar de fora do
filme. Durante os anos comentou de várias mágoas desse período: abusos de Kim Fowley (ela alega ter sido sedada e estuprada por ele durante seus anos na banda), abusos e humilhações por parte de Ken Smith (roadie), descaso da equipe, falta de grana e brigas internas. Chegou, inclusive, a criar um documentário junto com a sua sucessora Vicki Blue, que atende pelo nome de Edgeplay, comentando das polêmicas. O material foi lançado em 2004 e emputeceu Joan Jett, na ocasião.
Muito se falou nas performances
de Dakota Fanning (I Am Sam, Crepúsculo) no papel de Cherie, e de Kristen
Stewart (Crepúsculo, O Quarto do Pânico) no papel de Joan
Jett. Realmente, a atuação delas é boa e acaba sendo o grande destaque do longa.
Especialmente de Kristen que conseguiu resgatar todos os trejeitos da
guitarrista.
Infelizmente, como forma de
mostrar a história da tão importante banda (embora não tenham um currículo com
inúmeros hits, as garotas foram responsáveis por ajudar a derrubar o
estereótipo de que meninas não poderiam fazer um som mais pesado), o filme
peca. Floria Sigismond, responsável pela direção do filme e criação do roteiro,
focou exclusivamente no livro da cantora. Sendo assim, a fase final do grupo é
ignorada. E, por consequência, o impacto que causaram na cena.
The Runaways – As Garotas do Rock diverte. Prende a atenção, mostra
um pouco do famoso universo do sexo, drogas e rock n roll. Mostra a importância
que Joan Jett teve dentro da banda, mas se você quer saber mais sobre a
história do grupo, não será aqui que você se tornará um expert.