Por Davi Pascale
Anthrax chega ao seu décimo primeiro álbum. Contando com a
estreia de Jon Donais (Shadows Fall) e os vocais do cultuado Joey Belladonna,
músicos entregam álbum pesado e consistente.
Os ícones do thrash metal estão
tudo na ativa e, o mais importante, mandando bem. Slayer quebrou tudo em Repentless, Megadeth fez bonito em Dystopia, agora é a vez do Anthrax
chamar a atenção com For All Kings.
Seu primeiro álbum desde (o bom) Worship
Music (2011).
Scott Ian explicou recentemente o
título do álbum. “Todo mundo pode ser um rei. Podem ter controle de sua vida.
Controlar seu destino. Crescer e se tornar um ser humano respeitável. É no
sentido de ser um rei de você mesmo. Assumir responsabilidades, ser responsável
por suas merdas”.
Durante esses 35 anos, muitas
mudanças já aconteceram no Anthrax. Mudanças de sonoridade, mudança de
formação. Essas mudanças são perceptíveis no novo disco. O disco não é guiado
por uma única sonoridade. “You Gotta Believe”, “Evil Twin” e “Zero Tolerance”
resgatam a época dos primeiros álbuns. Traz aquela bateria veloz e reta, os
vocais narrados, quase raps. Assim como acontecia em “Among The Living”, “Time”
e tantas outras canções do período clássico.
Banda lança álbum destruidor |
“Breathing Lightining” já aponta
para uma pegada mais comercial. Calma, não estou dizendo que eles se tornaram
pop, mas conta com uma sonoridade mais moderna e refrão bem fácil de memorizar. Assim como aconteceu em "Fueled". Uma música que poderia facilmente ter um clipzinho na MTV...
Charlie Benante está destruidor
nas empolgantes “Suzerain” e “Defend Avenge”. Jon Donais se encaixou como uma
luva no disco. Scott e Jon nos entregam ótimos riffs e solos muito bem
construídos. Belladonna continua mandando muito bem. Está muito melhor do que em Worship Music. A razão é óbvia. Essas
músicas foram escritas para ele. Musicalmente falando, diria que o disco está no mesmo nível de We´ve Come For You All.
Embora tenha vários elementos que
nos remeta aos anos 80, tirando umas 3 ou 4 músicas, a sonoridade não é retrô.
Ele não soa como um novo Spreading The
Disease ou um novo Among The Living.
Soa como a banda provavelmente soaria se Belladonna não tivesse pulado fora
depois de Persistence Of Time.
Mistura sua sonoridade clássica com uma sonoridade mais moderna. Consigo
imaginar John Bush cantando algumas faixas daqui como “This Battle Choose Us”
ou “Blood Eagle Wings”, sem fazer muito esforço.
Em resumo, o que temos aqui é o
Anthrax entregando um disco de heavy metal empolgante, sem frescuras. Uma banda
demonstrando vontade de se reinventar, sem renegar o passado. Pode ir sem medo. Puta disco! Um dos melhores
que ouvi esse ano.
Nota: 9,0 /
10,0
Status:
Inspirado
Faixas:
01) You Gotta Believe
02) Monster At The End
03) For All Kings
04) Breathing Lightning
05) Suzerain
06) Evil Twin
07) Blood Eagle Wings
08) Defend Avenge
09) All Of Them Thieves
10) This Battle Chose Us
11) Zero Tolerance