segunda-feira, 25 de abril de 2016

Anthrax – For All Kings (2016):



Por Davi Pascale

Anthrax chega ao seu décimo primeiro álbum. Contando com a estreia de Jon Donais (Shadows Fall) e os vocais do cultuado Joey Belladonna, músicos entregam álbum pesado e consistente.

Os ícones do thrash metal estão tudo na ativa e, o mais importante, mandando bem. Slayer quebrou tudo em Repentless, Megadeth fez bonito em Dystopia, agora é a vez do Anthrax chamar a atenção com For All Kings. Seu primeiro álbum desde (o bom) Worship Music (2011).

Scott Ian explicou recentemente o título do álbum. “Todo mundo pode ser um rei. Podem ter controle de sua vida. Controlar seu destino. Crescer e se tornar um ser humano respeitável. É no sentido de ser um rei de você mesmo. Assumir responsabilidades, ser responsável por suas merdas”. 

Durante esses 35 anos, muitas mudanças já aconteceram no Anthrax. Mudanças de sonoridade, mudança de formação. Essas mudanças são perceptíveis no novo disco. O disco não é guiado por uma única sonoridade. “You Gotta Believe”, “Evil Twin” e “Zero Tolerance” resgatam a época dos primeiros álbuns. Traz aquela bateria veloz e reta, os vocais narrados, quase raps. Assim como acontecia em “Among The Living”, “Time” e tantas outras canções do período clássico.

Banda lança álbum destruidor

“Breathing Lightining” já aponta para uma pegada mais comercial. Calma, não estou dizendo que eles se tornaram pop, mas conta com uma sonoridade mais moderna e refrão bem fácil de memorizar. Assim como aconteceu em "Fueled". Uma música que poderia facilmente ter um clipzinho na MTV...

Charlie Benante está destruidor nas empolgantes “Suzerain” e “Defend Avenge”. Jon Donais se encaixou como uma luva no disco. Scott e Jon nos entregam ótimos riffs e solos muito bem construídos. Belladonna continua mandando muito bem.  Está muito melhor do que em Worship Music. A razão é óbvia. Essas músicas foram escritas para ele. Musicalmente falando, diria que o disco está no mesmo nível de We´ve Come For You All.

Embora tenha vários elementos que nos remeta aos anos 80, tirando umas 3 ou 4 músicas, a sonoridade não é retrô. Ele não soa como um novo Spreading The Disease ou um novo Among The Living. Soa como a banda provavelmente soaria se Belladonna não tivesse pulado fora depois de Persistence Of Time. Mistura sua sonoridade clássica com uma sonoridade mais moderna. Consigo imaginar John Bush cantando algumas faixas daqui como “This Battle Choose Us” ou “Blood Eagle Wings”, sem fazer muito esforço.

Em resumo, o que temos aqui é o Anthrax entregando um disco de heavy metal empolgante, sem frescuras. Uma banda demonstrando vontade de se reinventar, sem renegar o passado. Pode ir sem medo. Puta disco! Um dos melhores que ouvi esse ano.

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Inspirado

Faixas:
      01)   You Gotta Believe
      02)   Monster At The End
      03)   For All Kings
      04)   Breathing Lightning
      05)   Suzerain
      06)   Evil Twin  
      07)   Blood Eagle Wings
      08)   Defend Avenge
      09)   All Of Them Thieves
      10)   This Battle Chose Us 
      11)   Zero Tolerance

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