terça-feira, 30 de junho de 2015

Trixter – Human Era (2015):





Por Davi Pascale

Com apoio do selo Frontiers, Trixter retorna com novo trabalho. Os músicos seguem a sonoridade à risca e entregam aos seus fãs exatamente aquilo que esperam deles. O clima de festa está de volta ao rock n´ roll.

Quem viveu os anos 80, certamente lembra-se de cena de hair metal que invadiu as rádios na época. Enquanto grupos como Bon Jovi, Cinderella, Skid Row, Poison e Motley Crue tomaram as rádios de assalto, vários grupos não passaram de promessas. Bandas que chegavam a ter seu clipe exibido na MTV (USA), tocavam nas rádios, mas não tinham a mesma atenção. Alguns competentes, inclusive. É nessa panela que entra o Trixter. Seus dois primeiros álbuns chegaram a ter alguma atenção na época, mas nunca foi aquele lance de vender milhões e se tornar uma febre.

Human Era é o segundo disco que lançam desde seu retorno em 2008. Se eles não conseguiram se estabelecer na época, não vai ser agora que a situação vai mudar. E os rapazes parecem ter consciência disso. O novo álbum não é uma tentativa de se adaptar ao mercado. Contando com sua formação clássica – “Pete” Loran, Steve Brown, P.J. Farley e Mark “Guss” Scott – entregam aquilo que seus fiéis seguidores esperam: um disco de hard rock oitentista. Todas as características do gênero estão aqui: vocais melódicos, refrões facilmente memoráveis, guitarra com diversos riffs. O famoso clima de festa. O único senão é a qualidade de gravação de bateria que achei meio morta.

Trixter lança novo trabalho com formação e sonoridade clássica

“Rockin´ To The Edge Of The Night” começa com tudo. Uma espécie de cruzamento entre Def Leppard e Bon Jovi (dos anos 80). “Crash That Party” mantém o clima festivo, destacando a levada de bateria. Aquela levada clássica: rápida, reta com bumbo e caixa juntos, no melhor estilo Tommy Lee (Motley Crue). “Not Like All The Rest” conta com um refrão pegajoso e um arranjo bem pra cima. Se estivéssemos nos anos 80, esse som iria para as rádios facilmente. “For You” traz uma forte influência de Van Halen, fase Dave Lee Roth. “Every Seconds Count” e “Beats Me Up” são as inevitáveis baladas. A primeira traz bastante influencia de seus conterrâneos de New Jersey, especialmente nas linhas vocais, enquanto a segunda traz a estrutura clássica do gênero. Suave, melódica, com forte presença de violões. Quem fez isso na época? Todo mundo que você puder imaginar. Firehouse, Warrant, Poison, por aí vai...

O disco vai retomando o fôlego aos poucos. “Good Times Now” é mais uma balada, mas já mais pra cima do que a anterior. O rock volta “Midnight In Your Eyes”, mas é com “All Night Long” que o disco volta a ganhar fôlego. “Soul Of a Lovin´Man” traz uma influencia de blues. Uma pegada meia Lynch Mob fase “Tangled In The Web”. O disco se encerra com a faixa título. Mais uma que poderia ter sido, facilmente, gravada pelo grupo de Jon Bon Jovi. 

Human Era é um trabalho bem feito. Bons trabalhos vocais, bons refrões, bom trabalho de guitarra. Entretanto, sua sonoridade aponta para os trabalhos mais comerciais dos anos 80. Aquela sonoridade meia cigarros Hollywood. Quem acompanhou a banda na época ou curtia esse som, tem de tudo para curtir o novo disco. Se nessa época, você curtia somente os sons mais pesadinhos como Cult, Whitesnake e Van Halen, vá com calma! Claro que não para compará-lo com o (ótimo) Hear!, mas ainda assim, satisfaz! 

Nota: 7,5/10,0
Status: Nostálgico

Faixas:
      01)   Rockin´ To The Edge Of The Night
      02)   Crash That Party
      03)   Not Like All The Rest
      04)   For You
      05)   Every Seconds Count
      06)   Beat Me Up
      07)   Good Times Now
      08)   Midnight In Your Eyes
      09)   All Night Long
      10)   Soul of a Lovin´ Man
      11)   Human Era

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Unleash The Archers - Time Stands Still (2015)

Por Rafael Menegueti

Unleash The Archers - Time Stands Still
Com certo merecimento, os canadenses do Unleash the Archers deixaram a independência para assinar com a gravadora Napalm Records, uma das melhores de heavy metal que existem. O grupo lança então seu terceiro álbum de estúdio, “Time Stands Still”, depois de três anos do lançamento do último trabalho, o EP “Defy the Skyes”.

O grupo segue fazendo a sua mistura de heavy metal tradicional, power metal e death melódico, mas nesse novo álbum sua proposta parece muito mais focada e direcionada. Com músicas potentes e que apostam nas virtudes da banda, como os vocais da vocalista Brittney Slayes, a banda entrega o seu melhor trabalho.

O disco já começa com pegada e peso com a rápida “Northern Passage”, que serve mais como uma introdução, levada por um riff  arrastado e os guturais dos guitarristas Grant Truesdell e Andrew Kingsley.Enquanto “Frozen Still” tem um inicio que, apesar de clichê, é bem empolgante para uma faixa mais tradicional, com refrão estridente e fácil de memorizar. Menos previsível é “Hail of the Tide”, que tem uma energia bem distribuída com as partes mais agressivas. O primeiro single do trabalho, “Tonight We Ride” é um dos pontos fortes do disco. Veloz, intensa, com potência que faz perder o folego e solos alucinantes, é a síntese do trabalho da banda.

Banda canadense lança seu terceiro disco, o primeiro não independente
Voltando um pouco às influências mais tradicionais e clássicas, a faixa “Test Your Metal” parece ter vindo diretamente dos anos 80. Já “Crypt” é moderna e traz mais do death melódico em sua composição. Um pouco mais cadenciada, “No More Heroes” é outra que se destaca pela versatilidade. Em seguida vem “Dreamcrusher”, que é a mais longa faixa do álbum, com nove minutos de duração, mas também é uma das melhores e mais vibrantes do disco. Chegando ao fim do disco, “Going Down Fighting” chama a atenção pelo ritmo, muito definido com a bateria de Scott Buchanan e o baixo de Kyle Sheppard. Pra encerrar o disco, mais uma faixa com ar épico: “Time Stands Still”, que dá nome ao álbum. Com um coral introduzido na faixa, a banda cria uma canção potente e cheia de cadência. Como faixa bônus, a banda apresentou a versão editada para o videoclipe de “Tonight We Ride”.

“Time Stands Still” tem uma temática interessante, quase como uma historia de ficção cientifica. É um disco que tem criatividade nas composições, ótimos solos de guitarra, pegada e vocais eletrizantes, tanto de Brittney, que enche o disco de potencia com agudos impecáveis, quanto dos guturais dos rapazes. Se seguirem nessa boa direção agora que estão com uma gravadora eficiente e boa divulgação, tem tudo para construírem um futuro brilhante no gênero.


Nota: 8,5/10
Status: Alucinante

Faixas:
1. Northern Passage (Intro)
2. Frozen Steel
3. Hail of the Tide
4. Tonight We Ride
5. Test Your Metal
6. Crypt
7. No More Heroes
8. Dreamcrusher
9. Going Down Fighting
10. Time Stands Still
11. Tonight We Ride (Video Edit)

domingo, 28 de junho de 2015

Almah – Sesc Santo Andre (27/06/2015):



Por Davi Pascale
Foto do show: Pagina do Facebook do SESC Santo André

Ontem foi dia de alegria para os headbangers do ABC. Almah, grupo liderado por Edu Falaschi, estreou seu novo baterista, Pedro Tinella, em uma ótima apresentação no Sesc Santo André. No final do show, os músicos receberam seus fãs para fotos e autógrafos.

Sem lançar disco novo há algum tempo, a banda atravessa um momento delicado com a saída do cultuado baterista Marcelo Moreira. A saída envolveu posts polêmicos na internet. Não poderia ser diferente a saída de um integrante de um grupo liderado por um ex-Angra. É sério! Adoro o grupo. Acompanho todos os trabalhos paralelos de perto (sou muito fã do Almah, inclusive), mas é inacreditável o quanto gostam de polêmica.

Quem o substituiu foi um jovem baterista, ainda desconhecido do grande público: Pedro Tinello. Segundo depoimento do Edu Falaschi, no show de ontem, o rapaz aprendeu todo o repertório em menos de um mês. O rapaz se saiu muito bem e foi bastante aplaudido após seu solo de bateria.

A apresentação não foi muito longa. Cerca de 90 minutos. O cantor explicou durante o show. “Estou tendo que fazer algumas adaptações no setlist. Tinha preparado um set maior, mas vou respeitar o horário do SESC”. O show, programado para iniciar às 20h, começou com um pequeno atraso de 5 minutos, aproximadamente. O som estava bem equalizado. Edu vem sendo bastante criticado por seu vocal há alguns anos, mas honestamente gostei bastante da sua performance ontem. Acima das minhas expectativas.

Minha coleção, devidamente autografada, por Edu

O show teve início com “Living And Drifting” (Motion). Os músicos estavam visivelmente bem humorados. Principalmente Falaschi. Era nítida a expressão de alegria no rosto do rapaz, que agradeceu, mais de uma vez, a oportunidade de voltar a cantar no SESC. Não deixou de agradecer, também, ao publico que continua acompanhando seu trabalho. Segundo o rapaz, sem o apoio dos fãs teria abandonada a carreira em 2003.

Assim como Edu, o guitarrista Marcelo Barbosa também possui uma grande leva de admiradores que gritavam seu nome a todo instante no show. O cara realmente é um ótimo músico e tocou vários solos trincados com perfeição. A banda, por sinal, está muito bem entrosada.

Os rapazes demonstraram diversos sons do Unfold, como já era esperado, mas seus outros álbuns não foram esquecidos. Canções como “Beyond Tomorrow” (Fragile Equality), “Children of Lies” (Almah) e até mesmo “Heroes  of Sand”, de seus tempos de Angra, fizeram a alegria dos fãs que compareceram ao local. Do mais recente álbum, destaco as performances de “Believer”, “The Hostage” e “Warm Wind”. Essa última, uma balada composta em homenagem à filha do líder do grupo. O show se encerrou com "King", extraída de seu primeiro álbum, época em que Almah ainda era um projeto do vocalista e não uma banda.

Depois da apresentação, os rapazes atenderam os presentes para fotos e autógrafos. Claro que aproveitei a oportunidade para assinar meus discos com o grupo e pegar a assinatura do Edu em alguns itens meus que ainda estavam sem seu rabisco. Um deles, em especial, chamou a atenção do cantor. “Disco do Mitrium! Esse é velho, hein?”, disse o cantor mostrando em seguida para os demais integrantes do grupo. Quem compareceu ao local, se divertiu bastante, não tem do que reclamar. Mesmo! Antes da apresentação, Falaschi apresentou um projeto intitulado “Vivência de Vocal com Edu Falaschi”, onde demonstrava sua técnica vocal. Esse evento, infelizmente, não consegui comparecer. Quem sabe na próxima...

sábado, 27 de junho de 2015

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Arkona volta ao Brasil em setembro

Flyer de divulgação da turnê do Arkona
Uma das melhores bandas de pagan metal do mundo, os russos do Arkona terão sua terceira passagem pelo nosso país nesse segundo semestre. A produtora Dark Dimensions confirmou que a turnê sul-americana da banda passará por São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro entre os dias 17 e 21 de outubro. A banda já havia passado por aqui em 2012 e 2013. O grupo virá para divulgar seu mais recente disco, “Yav”, lançado no ano passado.

Lançamento de tributo ao Sonata Arctica é adiado

O disco em tributo ao Sonata Arctica, que conta com varias covers de nomes como Xandria, Van Canto e Stream of Passion, foi adiado pela gravadora Ouergh Records. Previsto para 03 de julho, o CD agora deve demorar mais algumas semanas para ser lançado. O motivo são as diferentes leis de uso de canções cover em alguns países, uma vez que o disco será lançado em diversos lugares. Mesmo assim, os fãs já podem conferir o resultado de duas canções: "San Sebastian", em versão do Abandoned Stars, e "I Have A Right", que ganhou um clipe na versão do Stream of Passion (veja vídeos abaixo). Um novo clipe para “Letter to Dana”, com o Coldspell, deve ser lançado em breve.



Marcela Bovio, do Stream of Passion, lançará álbum solo em breve

A vocalista mexicana Marcela Bovio
Falando em Stream of Passion, a vocalista mexicana da banda holandesa de metal sinfônico, confirmou através de uma newsletter aos seus fãs, e também em entrevistas recentes, que está trabalhando em seu primeiro álbum solo. A cantora já havia dado indícios de que estava com planos de lançar seu próprio material há algum tempo, mas só agora ela parece estar dedicando mais tempo a realizar isso. Marcela ainda aformou que esse trabalho não terá nada a ver com o Stream of Passion, mas que deve trazer um pouco mais de sua musicalidade e influências fora do metal.

Guitarrista do After the Burial dá explicação bizarra para saída da banda

Justin Lowe (primeiro à esq) estaria passando por sérios problemas psicológicos
Mudanças de formação de bandas de rock são comuns e os motivos são sempre bem parecidos. Mas o guitarrista Justin Lowe, da banda americana After the Burial, não relatou as habituais “diferenças musicais”, nem brigas, nem questões financeiras ou falta de tempo para justificar sua saída do grupo. Ao invés disso, em um gigantesco texto em sua página no Facebook, o músico relatou uma bizarra e paranoica teoria da conspiração envolvendo seus companheiros de banda, gravadora e várias outras pessoas, que estariam tentando destruí-lo. A publicação, postada na terça feira, já foi removida, mas está publicada em matéria do site Loudwire (leia aqui, em inglês).

Os músicos da banda se manifestaram, afirmando que Justin estaria doente e precisando de ajuda psiquiátrica. Eles afirmaram que ficaram surpresos com o relato do guitarrista e passaram dois dias procurando por ele, pois não sabiam em que estado ele se encontrava. A banda ainda afirmou que esta tentando ajudar o companheiro e pediu o apoio dos fãs para dar forças ao guitarrista, ressaltando que doenças mentais são um problema serio que devem receber o tratamento e atenção adequados.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Coal Chamber – Rivals (2015):





Por Davi Pascale

Coal Chamber está de volta! Dez Fafara resgata antigo grupo, mas não a antiga sonoridade. Novo álbum demonstra uma banda mais pesada, mais agressiva e com composições acima da média. Até agora, um dos melhores discos do ano.

Quem viveu os anos 90 viu, ao menos, 4 movimentos dominarem a parada rock. Todos eles repletos de polêmicas. Na primeira metade da década tivemos o grunge e o britpop. Depois, tivemos o rock industrial e o nü-metal.  Se no início da década, a explosão do grunge deixava os fãs do hair metal próximos à vera-verão, no fim da década foi a vez dos headbangers se descabelarem com a explosão de grupos que eram rotulados de metal, ao mesmo tempo em que faziam sons mais experimentais. Não era raro, cruzarem com elementos eletrônicos ou com o hip-hop. Entre os grandes destaques da cena estavam o Korn, o Deftones, o Limp Bizkit (pelo menos, nos primeiros discos) e o Coal Chamber.

Embora aqui no Brasil, o mimimi fosse intenso; fora de nosso país, a realidade era bem diferente. Se aqui em nosso país, as publicações de heavy metal viravam as costas para o gênero e ficavam de mimimi nas resenhas, fora do país, muitos grupos eram capa das publicações especializadas. Sem contar que vários nomes da cena se fortaleceram participando do festival Ozzfest. Os dois primeiros álbuns do Coal Chamber – Coal Chamber e Chamber´s Music – são considerados clássicos do gênero.

Grupo retorna com sonoridade mais pesada e direta

Enquanto o grupo esteve na geladeira, Dez Fafara criou o (ótimo) Devildriver com uma sonoridade mais direta e agressiva. Muitos que adoravam odiá-lo passaram a comprar seus discos e idolatrar o rapaz. Escutando Rivals fica claro que ele quer, finalmente, unir os dois públicos. O novo trabalho há alguns elementos que nos lembram a década de 90, mas está longe de ser um trabalho nostálgico.

Há alguns elementos (como linhas de baixo e levadas de bateria) que nos remetem ao movimento, mas não é um álbum típico do gênero. O som está bem na cara. Extremamente pesado. Guitarra com afinação lá embaixo, bateria na cara. A sonoridade nu-metal se faz presente em “Suffer In Silence” que conta com a participação especial de Al Jourgensen (Ministry) e, em especial, na faixa “The Bridges You Burn” que conta com um arranjo altamente influenciado por Korn. “Another Nail In The Coffin” traz os vocais declarados, só que com uma linguagem mais próxima de Slipknot do que de Limp Bizkit. É nítido, durante a audição, que as experimentações diminuíram. 

Os vocais limpos também diminuíram. Dez está cantando, na maior parte do tempo, de uma maneira mais agressiva, meio Sepulturawannabe. Está mais próxima dos discos do Devildriver do que dos discos antigos do Coal Chamber. Eles fizeram uma releitura de como seria o Coal Chamber hoje se nunca tivesse parado. A banda está olhando para frente e não para trás. Os grandes destaques ficam por conta de “Empty Handed”, “Over My Head”, “Bad Blood Between Us”, além das já citadas “The Bridges You Burn” e “Another Nail In The Coffin”. Para ouvir no talo!

Nota: 9,0/10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   I.O.U. Nothing
      02)   Bad Blood Between Us
      03)   Light In The Shadows
      04)   Suffer In Silence
      05)   The Bridges You Burn
      06)   Orion
      07)   Another Nail In The Coffin
      08)   Rivals
      09)   Wait
      10)   Dumpster Dive
      11)   Over My Head
      12)   Fade Away (Karma Never Forgets)
      13)   Empty Handed

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Discografia comentada: Linkin Park (PARTE 2)

Por Rafael Menegueti

Como prometido, seguimos com o especial sobre a discografia do Linkin Park, iniciada aqui:

Linkin Park em 2015
A Thousand Suns (2010)



O sucesso comercial da banda parecia moldado pelo estilo de composições que a banda apresentava. Talvez por isso mesmo a direção tomada pela banda em “A Thousand Suns” tenha causado tanta surpresa. O disco conceitual é também o mais experimental da carreira da banda. O grupo fez um disco difícil até mesmo de definir em uma categoria. Com menos ênfase nas guitarras (quase nenhuma na verdade) e um foco maior em sintetizadores, batidas eletrônicas e influencias pop, industrial e hip-hop, o disco desagradou os fãs mais antigos e atraiu um publico ainda mais diversificado ao grupo. Apesar de tudo, o ousado disco possui algumas boas canções, mesmo que a proposta da banda pareça confusa. O resultado foi um trabalho que exige a atenção do ouvinte para os detalhes e também um gosto musical mais aberto a esse tipo de experimentação. Destaques: Burning In the Skyes, Iridescent, The Catalyst.


Living Things (2012)


Mesmo com um álbum difícil como o “A Thousand Suns”, a popularidade da banda continuava alta, e eles decidiram aproveitar isso ao máximo não demorando muito para lançar um novo trabalho. Em 2012 então chegava às lojas “Living Things”, que trazia a banda de volta as faixas mais radiofônicas e também ao rock que os consagrou. De fato, o que era prometido foi cumprido. O trabalho parece sintetizar um pouco de tudo que a banda havia feito na sua primeira fase, com a sonoridade mais eletrônica e industrial atual. O disco também se difere bastante de seu antecessor por ser bem mais simples e fácil de ouvir. Destaques: Lost In the Echo, Burn It Down, Victimized.


Recharged (2013)


Já no ano seguinte a banda lançou mais um trabalho de remixes. Apesar da ideia parecer novamente repetitiva, a banda fez um pouco diferente de “Reanimation”, de 2002. Ao invés de focar no lado mais hip-hop de sua formula, aqui eles convidaram DJs, alguns até conhecidos como Steve Aoki, presente na única faixa inédita do trabalho, para remixar as canções de seu mais recente disco “Living Things”. Com isso, o que os fãs receberam foi um apanhado de faixas eletrônicas, na minha opinião interessantes apenas para fãs do gênero ou fãs incondicionais do grupo. Destaque: A Light That Never Comes.


The Hunting Party (2014)


E por fim, o mais recente disco: “The Hunting Party”. Dessa vez a banda realmente agarrou o rock como prioridade. O disco tem uma pegada e influencia clara de hardcore e punk. Energico, com ênfase nas guitarras e peso na bateria, é o disco mais próximo do que foi “Hybrid Theory”, apesar da pegada roqueira aqui ter dado um passo a mais, inclusive com solos de guitarra, algo inédito em trabalhos da banda. O disco tem ainda participações especiais de nomes como Page Hamilton (Helmet), Tom Morello (Rage Against the Machine) e Daron Malakian (System of a Down), que dão ainda mais consistência nas guitarras das canções. Destaques: Guilty All the Same, Keys to the Kingdom, Rebellion, Until It´s Gone.


Ao vivo, DVDs e outros

Alem da discografia de estúdio tradicional, a banda tambem lançou dois álbuns ao vivo, Live In Texas (2004) e “Road to Revolution: Live at Milton Keynes” (2008), ambos em formato CD e DVD. Não posso deixar de citar tambem o DVD “Frat Party at the Pankake Festival”, que contem um documentário sobre a turnê e fase do álbum “Hybrid Theory”. Outros lançamentos interessantes são os EPs do fã clube oficial da banda, o LP Underground. Os membros do fã clube já tiveram, com exclusividade, acesso a aproximadamente quinze discos com demos, faixas ao vivo e outras faixas raras.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Aquiles Priester causa polêmica na internet



Por Davi Pascale

Quem me conhece bem, sabe o quanto gosto do Angra. Acompanho os caras de perto desde quando lançaram o álbum Angel´s Cry. Ou seja, desde o início de tudo. Mas, se por um lado, sempre foram capazes de nos impressionar com sua habilidade musical; de outro, nunca conseguiram se afastar das polêmicas. E ontem, uma nova velha polêmica foi lançada. Dessa vez, pelo ex-baterista Aquiles Priester.

Em um texto divulgado na sua página oficial do Facebook, o músico questiona o pagamento dos direitos autorais e deixa explícita sua mágoa com os ex-colegas. Em determinado momento, diz “apesar de vocês terem me aconselhado várias vezes que se estivesse tocando de graça no Angra, estaria em vantagem, resolvi declinar a proposta de vocês”. Pode parecer bobagem para alguns, mas isso é uma acusação forte que demonstra um enorme amadorismo dentro de uma banda que sempre foi tida como uma das mais profissionais dentro da cena. Sem contar que também é uma demonstração de egocentrismo. Algo que os músicos sempre foram acusados, em especial o guitarrista Kiko Loureiro. É fato que Aquiles Priester, Edu Falaschi e Felipe Andreoli conquistaram fama depois de se juntarem ao Angra, mesmo já possuindo um passado dentro da cena. Mas se os caras não fossem bons o suficiente, não teriam conquistado o cargo, nem o respeito dos fãs. Portanto, é o tipo de comentário idiota.

A carta, contudo, não foi dirigida ao novo integrante do Megadeth. Dessa vez, foi dirigida ao outro guitarrista: Rafael Bittencourt. Ao que tudo indica, Aquiles ficou puto com o depoimento do músico em uma matéria divulgada no Whiplash e resolveu passar a história a limpo. O musico chama Rafael para conversar sobre os pagamentos pendentes. Rafael respondeu o comentário de Aquiles no próprio post dizendo que faria a reunião desde que ela fosse filmada e divulgada. Segundo o rapaz, o ex-baterista está carente de atenção.

Guitarrista do Angra respondeu o post

É fato que é quase impossível, para quem está de fora, tomar partido nessa história. Mas não é de hoje que esse tipo de acusação existe. E tudo piora ainda mais, quando alguns dos questionamentos de Priester – os pagamentos da coletânea Best of Reached Horizons e do DVD Angel´s Cry 20th Anniversary Tour – também foram questionados pelo Andre Matos. O músico, além de não curtir muito esse lance de polêmicas, não chegou a tocar com Aquiles no Angra. Portanto, não tem como ser complô ou algo do tipo. É triste, mas tudo indica que as acusações são mesmo verdadeiras. Ao menos, a de falta de pagamento.

Se Rafael for mesmo realizar esse vídeo com Aquiles, o que duvido, gostaria que convidasse os demais integrantes e passasse a história a limpo de uma vez por todas. Há muita história mal contada dentro do Angra. Em especial, a separação da formação clássica. Assim, acabaria com as especulações de uma vez por todas. Se não for para fazer algo do tipo, seria melhor os dois sentarem, como adultos que são, e resolverem a situação de uma vez por todas, com ou sem a ajuda de advogados (nesse caso, como tem grana envolvida, acho melhor com). É mais bonito, e mais profissional, do que ficar com briguinhas virtuais. Triste ver um dos principais nomes do metal nacional envolvido em uma situação dessas. Muito triste...