Por Davi Pascale
Slayer lança mais um petardo. Em
seu primeiro trabalho sem Jeff Hanneman, quarteto demonstra que ainda tem lenha
para queimar e lança um dos melhores trabalhos de 2015.
Os últimos anos do Slayer
renderiam uma minissérie. Nos últimos anos, passamos pela doença e afastamento
de Hanneman. A morte do rapaz. Gary Holt dizendo que seria apenas substituto,
mas sendo declarado membro efetivo tempos depois. Dave Lombardo saindo grupo
novamente. Paul Bostaph retornando. Emoção atrás de emoção, diz aí...
O mais bacana de tudo é que Kerry
King não deixou o nível da musicalidade cair. Sim, ele é o cabeça do novo
projeto. O guitarrista do Exodus não teve liberdade para compor e sua participação no disco
se restringiu à gravação de alguns solos para o disco.
Polêmicas à parte, Slayer
continua fazendo o que sabe fazer de melhor. Heavy metal agressivo, direto e
empolgante. Se em tempos passados, os músicos se aventuraram em novos
horizontes musicais, como no sempre polêmico Diabulous In Musica, aqui seguem à risca sua velha fórmula: Tom
Araya cantando como se o mundo estivesse prestes à acabar, bateria rápida,
riffs sombrios e solos velozes. Slayer sendo Slayer.
Disco é empolgante, mas Gary Holt aparece pouco |
Paul Bostaph fez seu melhor
trabalho desde Divine Intervention.
O rapaz está espancando o instrumento sem dó. Jeff Hanneman é lembrado em “Piano
Wire” – uma composição inédita do rapaz – e na letra de “Chasing Death”. Lembra
que o Ozzy fez uma homenagem à Bon Scott escrevendo uma canção sobre alcoolismo
no Blizzard Of Ozz? Mesma idéia por
aqui...
A já citada “Piano Wire” nos leva
de volta ao Seasons The Abyss com
aquele som porrada mais cadenciado. “Repentless” abre o álbum e segue a linha
de “World Painted Blood”. Veloz, direta, agressiva. “Cast The Stone” tem um
arranjo um pouco mais arrastado, sombrio, remetendo um pouco à “Gemini”. “When
The Stillnes Comes” e “Atrocity Vendor” possuem riffs que nos remetem ao velho
Slayer. O disco, contudo, de uma maneira geral, me remeteu muito ao Christ Illusion.
Próximo à 40 minutos de som, os
garotos da California não deixam espaço para respirar. Porrada atrás de
porrada. Podem até questionar não terem dado espaço para Holt – músico que já
toca com eles há alguns anos e que quando entrou no Slayer já era um veterano
na cena. Podem questionar a falta de novidades. Mas não dá para questionar a
qualidade do som dos caras, nem das composições desse disco. Kerry King
demonstrou que sabe melhor do que ninguém o que seus fãs querem ouvir. Slayer
não reinventou a roda, mas manteve sua vitalidade. Simplesmente, um dos álbuns
mais empolgantes de 2015. Ouça no talo!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante
Faixas:
01)
Delusions of Saviour
02)
Repentless
03)
Take Control
04)
Vices
05)
Cast The First Stone
06)
When The Stillness Comes
07)
Chasing Death
08)
Implode
09)
Piano Wire
10)
Atrocity Vendor
11)
You Against You
12)
Pride In Prejudice