Por Davi Pascale
Grupo paulista decepciona em seu debut.
Contando com musico renomado em sua formação, entregam trabalho mal produzido e
com composições fracas.
O Kamboja havia me chamado a
atenção quando lançou seu EP no ano passado. Até escrevi sobre ele aqui no
blog. A qualidade de gravação era não mais do que ok, mas era aceitável, já que
era meio que uma demo. Era praticamente uma prévia do que estava por vir.
Contando com muita expectativa, principalmente pela presença de Paulão Thomaz
(ex-Centúrias e Baranga) na bateria, os garotos entregavam um CD bem rock n
roll, com faixas inspiradas. Parecia que o álbum de estreia seria matador, mas
não foi o que ocorreu...
Paulão continua. A sonoridade
rock n roll continua. Fabio Makarrão fez um trabalho vocal legal. O problema é
que o disco parece uma colcha de retalhos. Parece que eles pegaram tudo o que
tinham sobrando nas gavetas, compilaram em um disquinho e colocaram no mercado,
sem lapidar o mesmo. A impressão que dá é que o álbum não foi masterizado. O
que seria de um amadorismo incrível. E, ah sim..., a qualidade das composições
não ajuda. Os músicos são bons, mas se quiserem resistir ao tempo e provar que
são mais do que uma promessa, terão que se dedicar um pouco mais.
O CD é dividido em três etapas.
Uma nova sessão de gravação, uma aparição em rádio e seu velho EP. Parece um
disco de raridades, não um debut. A qualidade de gravação varia e, em nenhum
momento, é fantástica. Até entendo que o disco é independente, que o custo para
se produzir um CD é alto. Entretanto, seria muito mais interessante, lançarem
um novo disco com menos faixas e uma gravação foda do que um com várias músicas
gravadas nas coxas.
Grupo conta com o lendário Paulão Thomaz |
Das 6 novas músicas registradas
em estúdio, as melhores são “Batendo de Frente” e “Se Deus Pudesse Me Ouvir”,
essa última já conhecia por conta do Youtube. A faixa “Virtual” conta com um
arranjo legal, mas foi estragada com uma letra bem fraca. “Contagem Final” tem
bons momentos, mas mereceria um refrão melhor. A qualidade de gravação da
bateria está ainda pior do que a da demo.
A sessão gravada nos estúdios da
Brasil 2000 poderia ter feito a diferença, mas não foi o que ocorreu. A
gravação continua tosca, o som de bateria mais fraco ainda. Dessas 3, a única composição
que achei muito boa foi “Não Vá Em Vão”. As outras, não mais do que razoáveis.
É triste, mas as melhores músicas da banda continuam sendo “Tarde No Bar” e “Dona
da Madrugada”.
Conheço o trabalho dos caras faz
tempo. Sei que ralam pra cacete. Assisti o Paulão e o Makarrão no extinto
Blackjack Rock Bar em São Paulo – com o Baranga e o Skid Rolla, respectivamente
– sei do potencial dos caras. Mais um motivo para a frustração. Sei que os
caras são capazes de mais, muito mais. Muita banda não dá atenção para o
momento de gravar a bateria, o que é uma pena. Ainda mais quando temos um cara
que nem o Paulão, que é conhecido por sentar a porrada no instrumento. Quem
sabe acertam a mão no segundo disco? Torço para que sim. Esses caras têm de
tudo para se tornarem um dos grupos de rock mais legais do Brasil, mas ainda
faltam alguns ajustes...
Nota: 4,0 / 10,0
Status: Frustrante
Faixas:
01) Viúva
Negra
02) Virtual
03) Contagem
Final
04) Sangrando
05) Batendo
de Frente
06) Mentira
(Brasil 2000)
07) Não
Vá Em Vão (Brasil 2000)
08) Alien
Nação (Brasil 2000)
09) Se
Deus Pudesse Me Ouvir
10) Acelerando
11) Tarde
No Bar
12) Bomba
Relógio
13) Dona da Madrugada
13) Dona da Madrugada