sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Queen + Adam Lambert – Ginásio do Ibirapuera (16/09/2015):



Por Davi Pascale
Imagens: Divulgação 
                 Reinaldo Canato (Uol) - Foto Show

Brian May e Roger Taylor retornam ao Brasil para mais uma série de apresentações. Ao lado do vice-campeão do reality American Idol, músicos relembraram hits de diversos períodos de sua trajetória. Com show respeitoso, emocionaram os fãs. Os ingressos estavam esgotados!
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Quem compareceu ao Ginásio do Ibirapuera nessa quarta-feira se deleitou com uma super apresentação dos músicos do Queen. Esse tipo de show sempre provocará polêmicas. Concordo com quem diz que Queen sem Freddie Mercury não é Queen. O rapaz, além de ser a voz da banda, tinha um carisma inacreditável e era uma das almas criativas dentro do grupo. Entretanto, acho que os músicos acertam ao colocarem os vocalistas convidados (primeiro, Paul Rodgers e agora, Adam Lambert) como uma atração à parte. Eles não estão lá substituindo Freddie, estão lá ajudando a manter o legado de Freddie vivo.

Outro acerto é não pegarem vocalistas clones. Paul Rodgers, por exemplo, já era dono de uma carreira respeitável antes de se juntar aos rapazes. O rapaz já tinha sido vocalista principal de grupos icônicos como Free e Bad Company. Grupos que são conhecimento obrigatório para quem se diz fã de rock dos anos 60 e 70. E ao se juntar à dupla Brian May e Roger Taylor, o rapaz manteve seu visual e seu estilo. Adam Lambert, embora não tenha o mesmo passado de Rodgers, vai pelo mesmo caminho, o garoto deu sua assinatura no espetáculo. E apresenta um diferencial em relação ao cantor anterior. Ele consegue manter o ar de teatralidade que Freddie tinha. E, mais uma vez, sem imitar o icônico cantor do Queen. Tudo bem, ele se inspirou no passado dos rapazes, mas definitivamente ele não o copiou.

A apresentação começou dentro do horário previsto: 22h! Logo de cara, os músicos emendaram 3 hits do Queen: “One Vision”, “Stone Cold Crazy” e “Another One Bites The Dust”. Inicialmente, o som estava mal equalizado, mas depois melhorou. O único senão é que o volume do baixo estava baixíssimo durante todo o espetáculo e isso prejudicou o impacto de canções como “Another One Bites The Dust” e “Under Pressure”. Canções onde o instrumento é super presente.

Cantor passou pela prova de fogo

Desde o início do espetáculo, ficou nítido que a escolha por Lambert foi acertada. O garoto tem uma ótima presença de palco (sim, Freddie era melhor, mas o garoto é realmente acima da média) e é dono de um ótimo alcance. Sejamos sensatos, não é tarefa fácil cantar Queen. E já vi muita gente com mais tempo de estrada que o garoto passar vergonha tentando interpretar uma canção dos rapazes. Na primeira parte da apresentação, se destacou em “Killer Queen”, “I Want to Break Free” e “Somebody to Love”.

A segunda parte do show é onde os músicos Brian May e Roger Taylor tomam a frente do espetáculo. “Love of My Life” foi cantada por May e contou com a participação de todo o ginásio durante toda a canção. Antes da música, o guitarrista fez questão de comentar a importância da faixa no país e até arriscou algumas frases em português com o público. Foi o primeiro momento onde Freddie apareceu dando uma palhinha no telão. Na sequência, tivemos “39” interpretadas no pequeno palco montado no meio do público e “These Are The Days of Our Lives” com Roger Taylor cantando.

Brian May demonstrou que não foi afetado pela idade. Continua com a mesma técnica, a mesma segurança, a mesma disposição e a mesma afinação. A única mudança é seus cabelos cada vez mais brancos. Roger Taylor, embora não tenha mais o mesmo fôlego do passado, segurou bem a sua função e ajudou a manter o nível do show lá em cima. Ao lado dos músicos, estavam no palco um baixista contratado, um tecladista contratado (não, Lambert não toca piano e violão como Freddie fazia) e o filho de Roger Taylor na percussão e bateria. Sim, o garoto realizou um duelo de baterista junto à seu pai e interpretou “Tie Your Mother Down” junto com o conjunto.

A fase final veio com mais hits. “I Want It All”, “Radio Gaga”, “Crazy Little Thing Called Love”, “The Show Must Go On” e “Bohemian Rhapsody” fizeram a alegria dos presentes.Nessa última, Freddie voltou a aparecer no telão cantando um trecho da música. O bis ficou por conta da clássica dobradinha de “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, onde o garoto interpretou com a famosa coroa na cabeça. Após 2h 20 minutos, os fãs saíram felizes e emocionados. Ficou comprovado que a música que construíram ao lado de Freddie Mercury é eterna e que essa reunião nada mais é do que uma grande celebração. Se repetirem essa noite o que fizeram em São Paulo, a primeira noite da nova edição do Rock in Rio será histórica. Quem tiver oportunidade, assista. Nem que seja pelo televisor.