segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Sammy Hagar & The Circle – At Your Service (2015):





Por Davi Pascale

Banda formada por músicos consagrados grava disco ao vivo. Show faz um revival na carreira dos integrantes. Diversão garantida!

O The Circle nasceu depois que o Chickenfoot foi pro espaço.  Sobre o final do grupo, Sammy Hagar, declarou em entrevista ao Eddie Trunk: “Não vejo razão de outro disco. Faço 150 entrevistas, encaro uma longa turnê, levanto às 4 da manhã para vender 35.000 CD´s. Vou pagar para tocar? Para fazer um álbum do Chickenfoot eu gasto em torno de 500.000 dólares. São 6 meses entre criação e gravação”. O músico, no entanto, continua com gás. Montou uma nova banda e caiu na estrada. O sucesso da turnê foi tanto que eles resolveram fazer um registro ao vivo.

O baixista Michael Anthony, companheiro dos tempos de Van Halen, continua ao seu lado. No lugar de Joe Satriani veio Vic Johnson, seu velho companheiro dos tempos de Waboritas. Para a bateria, no lugar de Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), veio Jason Bonham (California Breed).

At Your Service tem ar de jam. Os músicos transpiram energia. Parece uma banda de garotos com adrenalina à mil, se divertindo à valer. Vic Johnson é um grande músico. Toca sem dificuldades os fraseados do genial Eddie Van Halen. Jason Bonham seria mais respeitado se não fosse filho do lendário John Bonham (Led Zeppelin). Sua carreira inteira teve gente querendo compará-lo ao pai, que foi um músico único. É óbvio que ele não toca igual ao pai, mas também está longe de ser um baterista ruim. Se bem que, às vezes, ele pede por isso. Sammy Hagar não tem mais o alcance dos tempos de 5150, mas está longe de ser um cantor decadente. Ainda está mandando bem...

Músicos se divertem no palco relembrando velhos sucessos

O repertório passa por diferentes períodos das carreiras dos músicos. Sammy Hagar relembra dos tempos de Montrose em “Rock Candy”. Os grandes hits de sua carreira-solo – “There´s Only One Way To Rock” e “I Can´t Drive 55” – também se fazem presentes. Assim como canções do seu tempo de Van Halen como “Poundcake”, “When It´s Love” e “Best of Both Worlds”.

Jason Bonham nunca teve grandes hits. Suas bandas não tiveram grandes destaques. Seu projeto Bonham até conseguiu chamar a atenção com uma música aqui, outra ali, mas nada revolucionário. Para que sua história não passasse batida, resolveram reviver alguns clássicos do Zeppelin. Não estou dizendo que ele pede a comparação? Acho Led Zeppelin genial, mas enquanto tiver essa postura será difícil que a galera deixe de compara-lo com seu pai. Ele não regravou 1 ou 2 músicas. Foram 5! Poderia ter feito umas 3 de projetos anteriores e umas 2 como uma homenagem ao pai. Mas quando o cara insiste em relembrar “Moby Dick” dentro de um solo de bateria é quase impossível não compararmos...

Um momento bem interessante é o final do disco com uma versão acústica de “Dreams”. Em 2014, Sammy Hagar e Vic Johnson fizeram um álbum só voz/violão (já resenhado nesse blog) e aqui resolveram demonstrar uma música desse projeto. Assistir um clássico do Van Halen com essa pegada intimista deve ser, no mínimo, emocionante. Sorte de quem teve a oportunidade de conferir isso de perto.

Se você é fã de Sammy Hagar ou do Van Halen, o álbum se faz necessário. O show, além de muito bem tocado, tem um clima de festa e apresenta um set matador. Para ouvir no talo!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante e divertido

Faixas:
CD 01:
      01)   There´s Only One Way To Rock
      02)   Rock Candy
      03)   Good Times Bad Times
      04)   Poundcake
      05)   I Can´t Drive 55
      06)   Mikey Bass Solo
      07)   When It´s Love
      08)   Whole Lotta Love
      09)   Little White Lie
      10)   When The Leeve Breaks

CD 02:
      01)   Jason Drum Solo / Moby Dick
      02)   Why Can´t This Be Love
      03)   Finish What Ya Started
      04)   Heavy Metal
      05)   Vic Guitar Solo
      06)   Best of Both Worlds
      07)   Right Now
      08)   Rock n Roll  
      09)   Dreams