Por Davi Pascale
Banda formada por músicos
consagrados grava disco ao vivo. Show faz um revival na carreira dos
integrantes. Diversão garantida!
O The Circle nasceu depois que o
Chickenfoot foi pro espaço. Sobre o
final do grupo, Sammy Hagar, declarou em entrevista ao Eddie Trunk: “Não vejo
razão de outro disco. Faço 150 entrevistas, encaro uma longa turnê, levanto às
4 da manhã para vender 35.000 CD´s. Vou pagar para tocar? Para fazer um álbum
do Chickenfoot eu gasto em torno de 500.000 dólares. São 6 meses entre criação
e gravação”. O músico, no entanto, continua com gás. Montou uma nova banda e
caiu na estrada. O sucesso da turnê foi tanto que eles resolveram fazer um
registro ao vivo.
O baixista Michael Anthony,
companheiro dos tempos de Van Halen, continua ao seu lado. No lugar de Joe
Satriani veio Vic Johnson, seu velho companheiro dos tempos de Waboritas. Para
a bateria, no lugar de Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), veio Jason Bonham
(California Breed).
At Your Service tem ar de jam. Os músicos transpiram energia.
Parece uma banda de garotos com adrenalina à mil, se divertindo à valer. Vic
Johnson é um grande músico. Toca sem dificuldades os fraseados do genial Eddie
Van Halen. Jason Bonham seria mais respeitado se não fosse filho do lendário
John Bonham (Led Zeppelin). Sua carreira inteira teve gente querendo compará-lo
ao pai, que foi um músico único. É óbvio que ele não toca igual ao pai, mas
também está longe de ser um baterista ruim. Se bem que, às vezes, ele pede por
isso. Sammy Hagar não tem mais o alcance dos tempos de 5150, mas está longe de ser um cantor decadente. Ainda está
mandando bem...
Músicos se divertem no palco relembrando velhos sucessos |
O repertório passa por diferentes
períodos das carreiras dos músicos. Sammy Hagar relembra dos tempos de Montrose
em “Rock Candy”. Os grandes hits de sua carreira-solo – “There´s Only One Way
To Rock” e “I Can´t Drive 55” – também se fazem presentes. Assim como canções
do seu tempo de Van Halen como “Poundcake”, “When It´s Love” e “Best of Both
Worlds”.
Jason Bonham nunca teve grandes
hits. Suas bandas não tiveram grandes destaques. Seu projeto Bonham até
conseguiu chamar a atenção com uma música aqui, outra ali, mas nada
revolucionário. Para que sua história não passasse batida, resolveram reviver
alguns clássicos do Zeppelin. Não estou dizendo que ele pede a comparação? Acho
Led Zeppelin genial, mas enquanto tiver essa postura será difícil que a galera
deixe de compara-lo com seu pai. Ele não regravou 1 ou 2 músicas. Foram 5!
Poderia ter feito umas 3 de projetos anteriores e umas 2 como uma homenagem ao
pai. Mas quando o cara insiste em relembrar “Moby Dick” dentro de um solo de
bateria é quase impossível não compararmos...
Um momento bem interessante é o
final do disco com uma versão acústica de “Dreams”. Em 2014, Sammy Hagar e Vic
Johnson fizeram um álbum só voz/violão (já resenhado nesse blog) e aqui
resolveram demonstrar uma música desse projeto. Assistir um clássico do Van
Halen com essa pegada intimista deve ser, no mínimo, emocionante. Sorte de quem
teve a oportunidade de conferir isso de perto.
Se você é fã de Sammy Hagar ou do
Van Halen, o álbum se faz necessário. O show, além de muito bem tocado, tem um
clima de festa e apresenta um set matador. Para ouvir no talo!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante e divertido
Faixas:
CD 01:
01)
There´s
Only One Way To Rock
02)
Rock
Candy
03)
Good
Times Bad Times
04)
Poundcake
05)
I
Can´t Drive 55
06)
Mikey
Bass Solo
07)
When
It´s Love
08)
Whole
Lotta Love
09)
Little
White Lie
10)
When
The Leeve Breaks
CD 02:
01)
Jason
Drum Solo / Moby Dick
02)
Why
Can´t This Be Love
03)
Finish
What Ya Started
04)
Heavy
Metal
05)
Vic
Guitar Solo
06)
Best
of Both Worlds
07)
Right
Now
08)
Rock
n Roll
09)
Dreams
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