Por Rafael
Menegueti
Já faz
algum tempo que eu fiz, por brincadeira, uma lista de coisas que irritam os
rockeiros. Agora a minha idéia é inverter, mostrar coisas que os rockeiros
fazem que me irritam, ou outras pessoas. Vejam se concordam:
- A mania
de confundir o “eu não gosto” com o “é uma bosta”. Não é por que você não gosta
de certa banda ou música que isso irá torná-la ruim. Gosto pessoal é algo muito
relativo. O que não te agrada pode agradar outras pessoas. Um exemplo: uma das
bandas mais criticadas da atualidade é o Avenged Sevenfold, no entanto eu
raramente vejo algum argumento plausível para criticá-los. Sempre são coisas
como “eles copiam o Metallica” (isso se chama influência, não cópia) e “eles
tem um visual ridículo” (dane-se o visual, o que interessa é a música). Mas na
realidade, eles são uma grande banda, com ótimos músicos e que alcançaram um
sucesso comercial muito grande, por isso toda a atenção. Mas obviamente, ninguém
é obrigado a gostar também.
- Falando
em comercial, esse é outro problema que me chama a atenção: quando as pessoas
condenam uma banda ou artista por ele buscar o sucesso comercial. Falam disso
como se fosse errado ser bem sucedido e buscar estrelato. Muitas bandas se
fazem valer de estratégias comerciais para fazer sucesso, mas isso não diminui
a qualidade musical. É chato ver um artista ser criticado apenas por ele ter
escolhido uma música com apelo mais popular como single, por exemplo, ou por
ter feito um disco com uma sonoridade diferente do que ele costuma fazer. Ser
comercial não é isso. Ser comercial, na minha opinião é vender a imagem da
banda para propaganda, ou permitir que terceiros ditem os rumos de seu trabalho,
fingir ser algo que você não é. Ser mais popular pode ser algo conquistado
unicamente pela capacidade do artista. Portanto esse papo pra mim é bobagem.
- “Morte ao
falso metal”. Cale essa boca! Esse papo de “falso metal” já deu e está mais
ultrapassado do que os disquetes de 3”½. Ao longo de todos esses anos o heavy
metal foi se dividindo em inúmeras vertentes, se unindo a outros elementos e
influencias, o que tornou o estilo um dos mais variados e ricos de toda a música.
Quando essa bobagem de criticar um estilo diferente começou, era unicamente por
parte de sujeitos que idolatravam estilos mais extremos e não suportavam os
mais melódicos, e vice versa. Mas, como sempre, essa idéia tomou proporções maiores
do que deveria, e pra alguns virou ódio. E os fãs se viram no meio de uma
disputa para definir o que seria o verdadeiro metal. Mas verdadeiro metal é
tudo aquilo que se propor a sê-lo. Se tiver qualidade e competência, por que
ficar implicando? Deixem a música fluir.