quarta-feira, 4 de março de 2015

Blues Pills – Blues Pills (2015):


Por Davi Pascale

Debut dessa que é considerada uma das grandes promessas do rock. Com integrantes vindo de diferentes países, o quarteto aposta em uma sonoridade altamente influenciada pela sonoridade do final dos anos 60 e início dos anos 70. Boa pedida para quem não se identifica com a sonoridade mais moderna dos grupos mainstream atuais.

Sempre resenhei discos dos grandes nomes do rock. Desde novos lançamentos até matérias especiais por conta de alguma data comemorativa. E continuarei fazendo. Não sou daqueles que acredita que o rock n roll tenha que ser feito exclusivamente por jovens. Estão aí artistas como AC/DC, Ace Frehley, Motorhead e tantos outros, lançando novos trabalhos de alto calibre, que não me deixam mentir. Por outro lado, acho importante falarmos da nova cena. Afinal, os novatos de hoje são os grandes astros de amanhã, certo? Quando comecei a acompanhar artistas como Korn e Muse eles também não passavam de grandes promessas do rock. E veja só onde chegaram...

Difícil dizer de onde vem o Blues Pills, da mesma forma que seria difícil dizer se o Soulfly é uma banda nacional ou internacional. O guitarrista Dorian Sorriaux, de apenas 19 anos, veio da França, o baixista Zack Anderson é norte-americano, enquanto a vocalista Elin Larsson é sueca. O grupo, entretanto, vem sendo vendido como um conjunto sueco. Larsson conheceu Anderson e o baterista original Corry Berry durante sua estadia na California. Havia sido despedida do seu emprego de garçonete e decidiu fazer uma viagem para repensar a vida. O trio se mudou para Örebro, uma pequena cidade da Suecia. E lá se firmaram. Berry não está mais na banda. Hoje, o responsável pelas baquetas é André Kvarnström, um músico local, mais conhecido pela sua participação no TruckFighters. Um trio que vai em uma onda parecida com a do Kyuss.

Elin Larsson: de garçonete à cantora de rock

A sonoridade do Blues Pills é uma outra jogada. Com referências de Led Zeppelin, Cream, Jimi Hendrix... A influência do blues se faz presente, assim como a influencia do hard rock e da cena psicodélica.  Entretanto, não tentam ficar soando old school. É algo que vem natural. Os músicos cresceram ouvindo artistas dessa época. Em uma recente entrevista à revista Classic Rock Magazine, a vocalista mandou: “Acho que a música era mais honesta, tinha mais emoção. Não sei se em 60 anos as pessoas estarão ouvindo Britney Spears, mas certamente estarão ouvindo Led Zeppelin e Black Sabbath”.

A garota, aliás, é o grande destaque do grupo. Sua voz potente e marcante chama a atenção durante a audição. Em “High Class Woman”, faixa que abre o CD, já dá para sacar sua potência vocal. Sua interpretação em “Ain´t No Change” e na balada “No Hope Left For Me” não ficam atrás. O álbum foi gravado ainda contando com a presença de Cory Berry. Suas levadas trazem bastante suingue, contam com bastante groove, como podemos notar com maior clareza em “Jupiter” e “Devil Man”. Dorian, embora seja ainda extremamente jovem, chama a atenção com seu bom gosto para criação de riffs e solos. O riff de “Gypsy” me remeteu bastante à Jimi Hendrix. Já canções como “River” e “Astralplane” me recordou de Janis Joplin, principalmente as linhas vocais de Elin Larsson.  

Blues Pills foi lançado no Brasil. E, mesmo para os colecionadores mais exigentes, vale recorrer à edição nacional que conta com duas faixas bônus: “Dig In” e “Time Is Now”. Existe uma nova cena rolando fora do Brasil que muitos não se ligaram ainda por aqui. Aos poucos, vou trazendo as dicas pra vocês. 

Nota: 8,0/10,0
Status: Rock retrô

Faixas:
      01)   High Class Woman
      02)   Ain´t No Change
      03)   Jupiter
      04)   Black Smoke
      05)   River
      06)   No Hope Left For Me
      07)   Devil Man
      08)   Astralplane
      09)   Gypsy
      10)   Little Sun
      11)   Dig In (bônus)
      12)   Time Is Now (bônus)