Por Davi Pascale
Selo italiano cria supergrupo para demonstrar habilidades vocais do
musico Deen Castronovo. Com ótimas composições, disco cativa ouvinte e se
destaca como um dos grandes lançamentos do ano, mesmo sem contar com grandes
novidades.
Revolution Saints não é exatamente uma banda, é um projeto. A ideia veio
do pessoal do selo italiano Frontiers.
A grande sacada é explorar o talento do cultuado Deen Castronovo enquanto
vocalista. O rapaz é mais do que respeitado por suas habilidades enquanto
baterista, tendo tocado com grandes nomes do rock como Ozzy Osbourne, Steve Vai
e Marty Friedman, só para citar alguns, e há mais de 15 anos vem se destacando
ao lado do Journey. Curriculum impressionante, não é mesmo? Bom, se isso já te
deixou babando, pode ir buscar uma caixa de lenços porque o cara arregaça nos
vocais também.
Esse tipo de projeto sempre me deixa dividido. Por um lado, sei que é um
disco com qualidade garantida. De outro, tenho total consciência de que
dificilmente sobreviverá mais do que dois trabalhos e venderá umas 1.000 cópias
cada. O lado bom da história é que sua audição é empolgante. As composições são
fantásticas e o álbum mantém a consistência do início ao fim. Não sei se
comemoro ou se choro. Honestamente, esse e o novo do Black Star Riders são os
melhores CDs que ouvi esse ano. E de inovador não tem nada.
Deen Castronovo se destaca nos vocais. CD agradará aos fãs do Journey |
A sonoridade é Journey puro. Desde as construções das músicas,
especialmente dos refrões, até as linhas vocais, altamente influenciadas por
Steve Perry. Imagine aquele Journey do Escape,
do Departure com um teclado um pouco
menos evidente e a guitarra com um pouco mais de distorção. É exatamente isso
que temos aqui.
Castronovo além de ficar responsável pelos vocais, ficou responsável
pela bateria também. Com seu histórico, não poderia ser diferente. Dono de uma
grande experiência, obedece a lógica dos grandes músicos. Toca aquilo que a
música pede, sem ficar se preocupando com exibicionismo. As guitarras ficaram
por conta de Doug Aldrich. Outro grande músico que já fez parte de grupos
icônicos como Whitesnake e Dio. O rapaz rouba a cena com ótimos riffs e solos
inspirados. Jack Blades, vindo diretamente do Night Ranger, completa o trio com
seu baixo preciso. Os teclados ficaram por conta do produtor Alessandro Del Vecchio.
Algo já esperado nas produções do selo.
Curiosamente, justo nas faixas que contam com a participação do
guitarrista Neal Schon e do vocalista Arnel Pineda é onde eles soam mais
afastados do trabalho do Journey. Entretanto, a
sonoridade melodic rock se mantém. “Way To The Sun”, por exemplo, traz claras
referências de Damn Yankees. “Back On My Trial”, “Turn Back Time”, “Locked Out
of Paradise” e “Better World” são minhas faixas preferidas. Se você é fã de Journey, Tyketto, House of
Shakira, Survivor e afins, pode ir sem medo. Discaço!
Nota: 9,0/10,0
Status: Journey
Pt 2
Faixas:
01)
Back On My Trial
02)
Turn Back Time
03)
You´re Not Alone
04)
Locked Out Of Paradise
05)
Way To The Sun
06)
Dream On
07)
Don´t Walk Away
08)
Here Forever
09)
Strangers to This Life
10)
Better World
11)
To Mend A Broken Heart
12)
In The Name Of The Father
(Fernando´s Song)