Por Davi Pascale
Com nova formação, trio
californiano resgata elementos do passado. Trabalho é bem feito, mas peca pela
falta de novidades.
O Blink 182 se destacou no final
dos anos 90. Na mesma época em que a rapazeada do Offspring roubou a cena ao
lançar seu álbum Americana, o trio
deu o que falar ao recriar a sonoridade punk pop, atacando nas lojas um álbum
repleto de deboche onde trazia a atriz pornô Janine Lindemulder estampada na
capa. O disco em questão era Enema Of The State. No álbum seguinte, Take Off Your Pants And jacket, o trio
repetiu o sucesso e emplacou mais algumas canções nas paradas das rádios e da MTV.
Mas, nem tudo são flores no
dia-a-dia de uma banda de rock. Por mais bem sucedido que você seja. Os garotos
que haviam anunciado o retorno em 2009, depois de um hiato de 4 anos, logo se
viram em maus lençóis novamente. Em Janeiro de 2015, Tom De Longe (cantor,
guitarrista e principal compositor do grupo) havia abandonado barco. Travis e
Mark decidiram seguir em frente. Efetivaram Matt Skiba (Alkaline Trio) e caíram
na estrada. Agora, um ano depois, lançam o primeiro álbum com o novo cantor.
Trio entrega álbum nostálgico |
Aqueles que viveram a explosão do
trio, irão curtir bastante o novo trabalho. Mas, retornar ao mainstream com
força, com esse álbum, acho meio difícil. A cena mudou de cara nos últimos anos.
E não tem nada aqui para criar uma ligação com a juventude de hoje. Para o bem
ou para o mal, o grupo soa igual aos tempos de “All the Small Things”. Mesmo
estilo de linha vocal, mesma construção de musica, mesma levada de bateria,
mesma linha de baixo, mesma lógica de letras engraçadinhas, aquela sonoridade
de trilha de American Pie dominando.
Algo que joga a favor deles é o
fato de não se levarem tão à sério. De boa, não tem como um grupo formado por
integrantes na marca dos 40 anos, criando composições com letras como ‘eu
queria ver a garotada pelada, por isso construí essa piscina’, dizer ter
amadurecido, certo? Aliás, esse poderia ser um diferencial. Os músicos começarem
a apostar em um humor mais maduro, menos teen.
O disco em si é bom. Bem gravado,
bem tocado, sonoridade bem para cima, não faltam aqueles refrãos chicletes. “She´s
Out Of Her Mind”, “No Future”, “Teenage Satellites” e “San Diego” são os
grandes destaques. Para quem é fã do grupo, ótimo trabalho. Para quem estava
querendo ouvir para ver o que o novo integrante trouxe de novo, não precisa nem
esquentar a cabeça. Trabalho bacana, sem duvidas, mas falta uma dose de
ousadia.
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Fiel
Faixas:
01)
Cynical
02)
Bored to Death
03)
She´s Out Of Her Mind
04)
Los Angeles
05)
Sober
06) Built
This Pool
07) No Future
08) Home Is Such a Lonely Place
09) Kings of the Weekend
10) Teenage Satellites
11) Left Alone
12) Rabbit Hole
13) San Diego
14) The Only Thing That Matters
15) California
16) Brohemian Rhapsody