Por Rafael Menegueti
Anette Olzon - Shine |
O Nightwish
é pagina virada na vida da sueca Anette Olzon. Após sua polêmica e confusa
saída da banda, em 2012, ela finalmente lança seu primeiro álbum solo, deixando
pra trás sua imagem ligada à banda finlandesa. “Shine” é totalmente diferente
do que os fãs do Nightwish ouviram de Anette durante sua passagem nos vocais do
grupo.
O disco
mostra uma cantora bem apegada ao lado melódico, caminhando entre um som mais
rock alternativo e passagens mais pop. Bem distante do metal sinfônico ao qual
todo mundo se acostumou em ouvi-la. Logo na primeira faixa, “Like A Shadow
Inside My Head”, é possível ver essa nova abordagem da cantora. Ela parece bem
mais a vontade com esse estilo.
Anette tem
uma excelente voz, e o disco está bem a sua cara. Leve, suave e bem produzido,
com faixas cativantes e boas letras. “Lies”, primeiro single tirado desse
trabalho, é um ótimo exemplo do novo estilo que Anette trás às suas músicas. A
sonoridade meio alternativa, meio gótica me lembra bastante outra grande banda
desse gênero, o The Gathering. Alias, imagino que esse estilo seja muito
subestimado, pois são inúmeros os exemplos de ótimos artistas com essa proposta
que não recebem a atenção que mereceriam.
Voltando a
falar de “Shine”, o disco tem faixas que chamam a atenção pelos arranjos
sinfônicos também, casos de “Hear Me” e “Invincible”, por exemplo. Em faixas
como “Falling” e “Shine” a cantora investe em momentos um pouco mais rock
n’roll, um pouco mais animados do que a melodia que atravessa quase todo o
disco. E Anette mostra que a força de sua voz está mesmo em coisas mais simples
do que o metal.
Anette está bem a vontade com seu novo estilo em "Shine" |
O folk é
uma das influencias mais claras desse disco, algo facilmente observado em
canções como “Moving Away” e “Floating”, que tem ritmos bem interessantes. O
disco como um todo é bem coeso e radiofônico, o que creio ser um enorme acerto
da cantora, que leva jeito para isso. “One Million Faces” trás ao disco o
momento “balada ao piano” que ele pedia. Talvez essa seja a única faixa que
lembra um pouco o que ela fazia no Nightwish, mas mesmo assim, ainda bem
distante. O disco fecha com a bela “Watching Me From Afar”, uma das faixas mais
fortes do disco, elevada justamente pela voz de Anette.
Os fãs do
Nightwish que gostavam dela deverão se sentir satisfeitos com o resultado. E os
que não gostavam deveriam ouvir também, quem sabem assim parem de bobagens e
reconheçam o talento da sueca. O disco pode não ser uma grande obra prima, mas
é agradável, simples e, sem dúvida, coloca a cantora em um estilo o qual parece ser bem mais a praia dela. Vale a pena conferir.
Nota:
8,5/10
Status:
relaxante
Faixas:
1. Like A Show Inside My Head
2. Shine
3. Floating
4. Lies
5. Invincible
6. Hear Me
7. Falling
8. Moving Away
9. One
Million Faces
10. Watching
Me From Afar