Quando eu
escrevi minha primeira postagem aqui no blog, na qual eu me apresento, eu falei
que o Linkin Park foi a banda que me transformou em um rockeiro de verdade. Lá
se vão doze anos de quando eu tive o primeiro contato com o primeiro disco
deles, “Hybrid Theory”, e aquilo me transformou. Aquelas faixas eram diferentes
de tudo que havia no rock até então. Uma mistura bem elaborada e pesada de
hip-hop, metal e música eletrônica que fez a banda explodir nas paradas
mundiais. Como eu disse naquela oportunidade, eu ouvia o disco até não poder
mais. Tanto que estraguei o CD e precisei comprar um novo alguns anos mais
tarde.
Os Membros do Linkin Park |
De fato o
sucesso comercial que a banda californiana conseguiu ao longo dos anos apenas
confirma o talento deles. O que não significa que eles não tenham ficado livres
das criticas. Não falo aqui dos chatos que teimam em questionar a qualidade da
música deles, pois pra mim isso é inquestionável. Falo daqueles fãs que sentem
falta do Linkin Park das antigas, com músicas fortes, guitarras pesadas,
bateria alta e vocais agressivos. De fato a banda mudou muito nos últimos tempos.
Após a
minha inicial euforia com a banda, acompanhei como a banda mudava e
experimentava ao longo dos anos. Se “Hybrid Theory” pra mim foi viciante, “Meteora”
foi empolgante. A banda conseguia levar o nu-metal a um novo patamar de
sucesso. Não gostei da parceria com Jay Z no “Collision Course”, achei desnecessário
mutilar as músicas daquele jeito. Diferente do “Reanimation”, que parecia uma
proposta menos “caça-níqueis”.
Quando eles
lançaram “Minutes to Midnight”, em 2007, a banda já não era mais tão empolgante
para mim. De fato, o disco, apesar de não ser ruim, não provocava mais o mesmo
impacto. Era radiofônico demais. O Linkin Park ainda era um sucesso, mas começava
a perder aquela cara de novidade que eles tinham. Quando lançaram a faixa “A
New Divide”, para a trilha do filme “Transformers”, a banda já não era mais uma
das minhas favoritas, mas a canção me fez prestar atenção neles novamente.
Em 2010
eles lançaram seu trabalho mais ambicioso e diferente: o conceitual “A Thousand
Suns”. Foi um divisor de águas no modo como eu via a banda. Esqueci do
nu-metal, estava claro que eles não eram mais isso. Nesse disco, nada de power
chords distorcidos e músicas pesadas, como nos anteriores. Era algo mais
elaborado artisticamente, feito para ser um disco com mensagens sobre o rumo da
humanidade e a destruição do meio ambiente, causas que a banda abraçou muito
bem nos últimos anos. Cheio de sintetizadores, o disco era algo mais próximo de
um rock alternativo com elementos eletrônicos e progressivos e algum hip-hop. Um
bom disco, mas que os fãs mais antigos não engoliram direito.
Em 2012,
com o “Living Things”, a banda trouxe de volta um pouco do peso e da
agressividade, mas basicamente a mesma ênfase no eletrônico e em melodias mais radiofônicas.
Mas o disco era o melhor trabalho deles desde “Meteora”. E eu voltei a ver a
banda como uma das mais bem elaboradas da atualidade. Por esse motivo eu me
senti extremamente empolgado ao ouvir sobre o próximo trabalho deles, previsto
para sair ainda nesse semestre.
O grande
motivo de minha de minha empolgação está no primeiro single lançado. Ouvi na
semana passada, por acaso, e me assustei. “Guilty All The Same” (ouça no vídeo abaixo) começa com uma
levada de guitarra meio abafada. Parece até uma gravação de demo, mas depois
percebi que era intencional. Quando a música começa, uma sequencia de acordes rápidos,
bem parecidos com um hardcore, ganham forma e fazem minhas sobrancelhas
levantarem. Na hora me lembrei do “Hybrid Theory”. A faixa é bem diferente do
que a banda vinha lançando. É possível perceber que até as linha de guitarra
estão mais elaboradas do que nunca. Tem uma melodia agradável e peso na medida
certa. E eu quase caí pra trás quando eu ouvi um solo de guitarra (tímido, mas
era) no final da música. Devemos esperar um disco do LP de volta às origens? Vamos
esperar pra conferir.