Por Davi Pascale
Fotos: Davi Pascale
Na ultima sexta-feira, tive a
oportunidade de conferir de perto a rapaziada do Far From Alaska. Com som alto
e cheio de atitude, os músicos conquistaram aqueles que resolveram comparecer
no Sesc Santo André.
Eles têm sido apontados como uma
das grandes revelações do rock nacional. Normalmente, diria que tal comentário
fosse fruto de exagero ou de alguma jogada de marketing bem desenvolvida, mas
sendo bem honesto o álbum Modehuman
foi um dos melhores discos de rock brasileiro que ouvi nos últimos tempos. A dúvida
era: será que conseguiriam manter o impacto em cima do palco? Ficou comprovado
que sim.
Embora sejam novos – tanto de
estrada, quanto em idade – a banda tem um puta punch. Rafael Brasil não é de
ficar solando, mas é extremamente criativo para escrever riffs. Lauro Kirsch e
Edu Filgueira fazem uma cozinha bem segura. Mas, o grande destaque da
banda é, sem dúvidas, a vocalista Emmily Barreto.
São poucos os grupos de rock
brasileiro que têm um excelente vocalista de frente. E, quando tem, notamos de
cara a diferença que traz. E esse é o caso deles. Emmily, além de ser bem
desenvolta no palco, possui um ótimo domínio vocal. Tanto em afinação, quanto
em extensão. Aliás, não por acaso, a garota recebeu elogios da cantora Shirley
Manson (Garbage) por sua performance no Planeta
Terra em 2012.
A produção de palco é bem
simples. Praticamente, inexistente. São os músicos com os instrumentos e nada
mais. Um diferencial foi a iluminação com luz branca quase inexistente, utilizando
uma iluminação mais baixa quase todo o tempo.
Emmily Barreto: grande destaque da noite |
Como todo bom grupo de rock n
roll, os músicos deixaram o som alto e fizeram poucas interferências para
diálogos. Desde o início com “Thievery” até o final com o hit “Dino Vs Dino”,
foram poucas as falas. Cris e Emmily demonstraram boa presença de palco, se
movendo o tempo todo, a banda tem uma atitude bem rock n roll.
Infelizmente, o publico deixou a
desejar. Não em intensidade, boa parte da galera até saiu dos assentos para ver
o grupo de perto, mas em quantidade. Com todo o destaque que os meninos vêm
ganhando, esperava ver o teatro muito mais cheio. Uma pena, quem não foi perdeu
um showzaço.
No set, não faltaram sons como “Another Round”,
“Deadmen”, “Politiks”, “Rolling Dice” e “Communication”. Cris Botarelli
se sai bem nos backings e nos teclados/sintetizadores, mas onde mais me chamou
a atenção mesmo foi no lap steel. A levada de slide em “Politiks” é fenomenal.
Justamente por estarem em inicio
de carreira, a apresentação foi curta. Uma hora cravada. No bis, teve
espaço para uma jam e uma nova versão de “Thievery” com Emmily na bateria e
Cris nos vocais. Divertido! Quando o grupo passar por sua cidade, aproveite
para dar uma conferida. Vale a pena. A banda está super entrosada e as músicas
são excelentes. Aguardando ansiosamente o segundo disco do grupo.