domingo, 10 de julho de 2016

Far From Alaska – Sesc Santo Andre (8/07/2016):





Por Davi Pascale
Fotos: Davi Pascale

Na ultima sexta-feira, tive a oportunidade de conferir de perto a rapaziada do Far From Alaska. Com som alto e cheio de atitude, os músicos conquistaram aqueles que resolveram comparecer no Sesc Santo André.

Eles têm sido apontados como uma das grandes revelações do rock nacional. Normalmente, diria que tal comentário fosse fruto de exagero ou de alguma jogada de marketing bem desenvolvida, mas sendo bem honesto o álbum Modehuman foi um dos melhores discos de rock brasileiro que ouvi nos últimos tempos. A dúvida era: será que conseguiriam manter o impacto em cima do palco? Ficou comprovado que sim.

Embora sejam novos – tanto de estrada, quanto em idade – a banda tem um puta punch. Rafael Brasil não é de ficar solando, mas é extremamente criativo para escrever riffs. Lauro Kirsch e Edu Filgueira fazem uma cozinha bem segura. Mas, o grande destaque da banda é, sem dúvidas, a vocalista Emmily Barreto.

São poucos os grupos de rock brasileiro que têm um excelente vocalista de frente. E, quando tem, notamos de cara a diferença que traz. E esse é o caso deles. Emmily, além de ser bem desenvolta no palco, possui um ótimo domínio vocal. Tanto em afinação, quanto em extensão. Aliás, não por acaso, a garota recebeu elogios da cantora Shirley Manson (Garbage) por sua performance no Planeta Terra em 2012.

A produção de palco é bem simples. Praticamente, inexistente. São os músicos com os instrumentos e nada mais. Um diferencial foi a iluminação com luz branca quase inexistente, utilizando uma iluminação mais baixa quase todo o tempo.

Emmily Barreto: grande destaque da noite

Como todo bom grupo de rock n roll, os músicos deixaram o som alto e fizeram poucas interferências para diálogos. Desde o início com “Thievery” até o final com o hit “Dino Vs Dino”, foram poucas as falas. Cris e Emmily demonstraram boa presença de palco, se movendo o tempo todo, a banda tem uma atitude bem rock n roll.

Infelizmente, o publico deixou a desejar. Não em intensidade, boa parte da galera até saiu dos assentos para ver o grupo de perto, mas em quantidade. Com todo o destaque que os meninos vêm ganhando, esperava ver o teatro muito mais cheio. Uma pena, quem não foi perdeu um showzaço.

No set, não faltaram sons como “Another Round”, “Deadmen”, “Politiks”, “Rolling Dice” e “Communication”. Cris Botarelli se sai bem nos backings e nos teclados/sintetizadores, mas onde mais me chamou a atenção mesmo foi no lap steel. A levada de slide em “Politiks” é fenomenal.

Justamente por estarem em inicio de carreira, a apresentação foi curta. Uma hora cravada. No bis, teve espaço para uma jam e uma nova versão de “Thievery” com Emmily na bateria e Cris nos vocais. Divertido! Quando o grupo passar por sua cidade, aproveite para dar uma conferida. Vale a pena. A banda está super entrosada e as músicas são excelentes. Aguardando ansiosamente o segundo disco do grupo.