Por Davi Pascale
Alguns dias atrás escrevi sobre o funk/rap/metal do Faith No More em The Real Thing e sobre todo o estardalhaço que o grupo do carismático Mike Patton causou na garotada no inicio dos anos 90. Outro exemplo emblemático dessa mistura de rap e metal é o debut do Rage Against the Machine que fazia um som repleto de fúria. Não apenas nos arranjos e na intensidade em que tocavam, mas também no conteúdo de suas letras.
Uma das coisas que mais impressionam quando escuta-se o álbum pela primeira vez é deparar com os seguintes dizeres no encarte do disco: “Na gravação desse disco não foram utilizados teclados, samplers ou sintetizadores”. Exatamente cada ruído, cada som de efeito foi realizado utilizando apenas os amplificadores e os instrumentos. O responsável por isso era Thomas Baptist Morello, filho de pai negro e mãe branca. O garoto que sofreu preconceito nos tempos de escola, iria se tornar um dos guitarristas mais influentes da década de 90 por seu estilo único de tocar. Em entrevista à Kerrang, declarou que sua sacada foi tentar reproduzir os barulhos que os DJ´s faziam em sua picape na guitarra “A chave de comutação agora se tornou um botão de desligar de um DJ. Comecei a pensar na guitarra de um modo totalmente diferente. Comecei a tentar construir músicas a partir de barulhos e texturas”.
Cada coisa que você vê no Rage Against The Machine tem um porque, teve alguma influência na vida dos músicos de uma forma ou de outra. Assim como Morello, o vocalista Zack De La Rocha, também nasceu de uma mistura de etnias. Seu pai é o que era chamado de chicano, um americano com origens mexicanas. A escola também marcou o letrista negativamente quando ele se recorda dos professores tirando sarro dos imigrantes mexicanos. La Rocha também dá credito ao seu avô, quem considera um guerreiro revolucionário “Seus dias de trabalho duravam de quinze a dezesseis horas por dia, suando e sendo obrigado a ficar em meio à pobreza. Vejo sua experiência refletida nos testemunhos dos zapatistas, os camponeses rebeldes indígenas que trabalham todo dia para sobreviver”, declarou ao Nuevo Amanecer Press.
Uma das coisas que mais impressionam quando escuta-se o álbum pela primeira vez é deparar com os seguintes dizeres no encarte do disco: “Na gravação desse disco não foram utilizados teclados, samplers ou sintetizadores”. Exatamente cada ruído, cada som de efeito foi realizado utilizando apenas os amplificadores e os instrumentos. O responsável por isso era Thomas Baptist Morello, filho de pai negro e mãe branca. O garoto que sofreu preconceito nos tempos de escola, iria se tornar um dos guitarristas mais influentes da década de 90 por seu estilo único de tocar. Em entrevista à Kerrang, declarou que sua sacada foi tentar reproduzir os barulhos que os DJ´s faziam em sua picape na guitarra “A chave de comutação agora se tornou um botão de desligar de um DJ. Comecei a pensar na guitarra de um modo totalmente diferente. Comecei a tentar construir músicas a partir de barulhos e texturas”.
Cada coisa que você vê no Rage Against The Machine tem um porque, teve alguma influência na vida dos músicos de uma forma ou de outra. Assim como Morello, o vocalista Zack De La Rocha, também nasceu de uma mistura de etnias. Seu pai é o que era chamado de chicano, um americano com origens mexicanas. A escola também marcou o letrista negativamente quando ele se recorda dos professores tirando sarro dos imigrantes mexicanos. La Rocha também dá credito ao seu avô, quem considera um guerreiro revolucionário “Seus dias de trabalho duravam de quinze a dezesseis horas por dia, suando e sendo obrigado a ficar em meio à pobreza. Vejo sua experiência refletida nos testemunhos dos zapatistas, os camponeses rebeldes indígenas que trabalham todo dia para sobreviver”, declarou ao Nuevo Amanecer Press.
Disco trazia criticas politicas |
As influências foram diversas. Iam desde o rock do Kiss, o punk do Clash, o funk do Tower of power, o hardcore do Minor Threat e o rap do Ice Cube. Todos esses artistas fizeram a cabeça de algum desses instrumentistas em algum momento de suas vidas. É desse caldeirão que nasce uma das bandas mais cultuadas da década de 90. O inicio da banda foi a historia mais comum de todas. Começaram tocando em pequenos clubes e lançando uma demo de maneira independente. Gravado em uma fita cassete, o material era formado com 12 faixas. A capa trazia estampada a bolsa de valores e vinha com um palito de fósforo colado no encarte que acompanhava a seguinte mensagem: Foda-se o sistema, queime-o. Algumas dessas músicas foram utilizadas no álbum estreia. Uma delas literalmente. “Bullet In The Head” é exatamente a versão da fita demo. “Nós usamos uma das demos. A versão que fizemos não tinha a mesma força”, admitiu GGGarth no livro Guerreiros de Palco.
GGGarth é na verdade Garth Richardson, produtor responsável pelo trabalho de estreia da banda e também por álbuns de sucesso de artistas como L7, Melvins e Testament. O rapaz ganhou esse apelido por ser gago. Nesse mesmo livro ele explica que tudo que fez foi tentar capturar o som da banda no palco e trazer para o disco. Realmente, as apresentações do Rage Against são únicas. Os músicos tocam como se não houvesse amanhã. Zack de La Rocha torna-se endiabrado em cima do palco. Grita, proclama, pula, corre de um lado para o outro. Não há dúvidas de que são uma banda de palco.
As letras são marcadas por sua contestação política. No famoso livro de Paul Stenning o autor explica a ausência da letra de sua canção mais famosa por considera-la dispensável, como se não houvesse necessidade por ser fácil de decorá-la. Na verdade a letra foi proibida de ser parte do encarte por conta de seu forte conteúdo. Portanto foi no mínimo impressionante o fato de utilizar "Killing In The Name Of" como o primeiro single. A letra fala sobre o racismo dentro das Forças Armadas norte-americanas. A frase mais emblemática é “Some of those who wear forces are the same who burn crosses”. No bom portugues “alguns daqueles que usam camuflagens são os mesmo que queimam cruzes”. Um modo de associá-los ao Ku Klux Klan. Uma letra corajosa, sem dúvidas. A famosa frase “Fuck You, I won´t do what you tell me” (Quero que se foda, não irei fazer o que me pedem) é uma adaptação que o cantor fez de uma frase do Body Count “Tell us what to do, fuck you!” (Diga à eles o que devem fazer, vão se foder).
Letra de "Killing In The Name Of" foi censurada |
A já citada “Bullet In The Head” tratava-se sobre a Primeira Guerra do Golfo e a propaganda do governo Bush. Outro exemplo emblemático é a faixa de abertura “Bombtrack” com o verso “See through the news and the views that twist reality” (Veja através dos noticiários as realidades distorcidas), sem falar com o fechamento do disco com o cantor gritando com toda sua força “Freedom, yeah, right” (Liberdade, sim, claro).
Muitos podem discutir até onde uma banda com cunho político deve assinar com uma multinacional que tenta controlar a imagem do artista e barrar suas atitudes, mas não há dúvidas que esse tipo de artista é válido, principalmente quando conseguem exercer uma influência tão grande quanto nossos amigos norte-americanos, uma vez que eles fazem a juventude começar a questionar valores que normalmente eles não se preocupariam. Sim, meus amigos, o rock pode ajudar a mudar o mundo.
Faixas:
01)
Bombtrack
02) Killing In The Name
03) Take The Power Back
04) Settle For Nothing
05) Bullet In The Head
06) Know Your Enemy
07) Wake Up
08) Fistful of Steel
09) Township Rebellion
10) Freedom
02) Killing In The Name
03) Take The Power Back
04) Settle For Nothing
05) Bullet In The Head
06) Know Your Enemy
07) Wake Up
08) Fistful of Steel
09) Township Rebellion
10) Freedom