Por Rafael Menegueti
Wovenwar - Wovenwar |
Após a polemica prisão de Tim Lambesis, líder do As I Lay
Dying, acusado de contratar um assassino de aluguel para tentar matar sua
ex-mulher, a banda de metalcore cristã da Califórnia entrou em uma hibernação
por tempo indeterminado, e seu retorno parece incerto, pelo menos nos próximos
anos. Com isso, não restou outra alternativa aos ex-companheiros de Tim, a não
ser iniciar uma nova banda. Começava assim o Wovenwar.
Jordan Mancino (bateria), Nick Hipa (guitarra), Phil Sgrosso
(guitarra) e Josh Gilbert (baixo e vocais) se uniram ao vocalista da banda Oh,
Sleeper, Shane Blay, para formar um grupo que segue rumos musicais parecidos na
pegada e voracidade, mas com uma proposta de estilo diferente na execução. A maior
diferença são os vocais. Sem os guturais de Lambesis, a voz limpa de Shane
trouxe uma personalidade totalmente diferente aos ex-AILD. Um som mais
alternativo, e também mais acessível.
Os membros do Wovenwar |
Os elementos trazidos pelos membros da banda ainda são bem
próximos do que era a banda antiga. As guitarras versáteis e cheias de vida de
Hipa e Sgrosso, os vocais de apoio intensos do baixista Josh Gilbert e a
bateria pesada de Mancino criam um som pesado mas ao mesmo tempo radiofônico,
incrementado pelos vocais melodiosos e eficientes de Shane. O vocalista ainda
adiciona algumas guitarras às canções, deixando elas ainda mais cheias e pesadas.
Depois da vinheta de introdução “Foreword”, vem o a faixa
“All Rise”, primeiro single e que abre o álbum com maestria. A faixa é carregada
de melodia e tem um refrão simplesmente cativante, uma característica presente
em quase todas as músicas do disco. “Death to Rights” é mais pesada, mas ainda
segue uma linha mais melódica. Não à toa a faixa também virou single. Em
Tempest, a banda abusa de linhas de guitarra com solos e riffs dedilhados. A
pesada “The Mason” é outra faixa que se destaca pelo peso. “Moving Up” é uma
das mais radiofônicas do disco, lembrando o estilo de rock alternativo
popularizado nos anos 2000 com bandas como Three Days Grace ou Disturbed.
As demais faixas do disco seguem esse mesmo estilo, sendo as
que mais se sobressaem, a semi-balada “Father/Son”, as agitada “Profane” e
“Archers”, a quase thrash “Matter of Time” e “Profets”, que precede a vinheta
que encerra o disco, “Onwards”. Com um forte apelo comercial, o resultado é um
disco interessante, com canções pesadas mas agradáveis, melodias próprias do
metal alternativo moderno.
Apesar da certa sequencia de canções de estilo muito
similares, a estreia do Wovenwar é bem executada. Uma boa renovação para um
grupo que fazia um excelente trabalho como As I Lay Dying, mas que se viu
forçado a recomeçar do zero por conta de uma situação inesperada e que poderia
ter deixado uma imagem muito negativa. Muito bom que eles tenham conseguido se desvencilhar
dessa situação com sucesso.
Nota: 8/10
Status: Renovado e potente
Faixas:
01. “Foreword”
02. “All Rise”
03. “Death To Rights”
04. “Tempest”
05. “The Mason”
06. “Moving Up”
07. “Sight Of Shore”
08. “Father / Son”
09. “Profane”
10. “Archers”
11. “Ruined Ends”
12. “Identity”
13. “Matter Of Time”
14. “Prophets”
15. “Onward”