Por Davi Pascale
Apresentação do auge da banda é
revivida em CD lançado por selo pequeno. Disco traz 2 performances da mesma
tour. Qualidade de som varia um pouco.
Live Through This foi lançado poucos dias após a morte de Kurt
Cobain, líder do Nirvana e marido de Courtney Love.
Inicialmente, o disco sofreu varias criticas. Muitos a acusavam de estar se
promovendo em cima da morte do marido, mas logo o tom mudou. A qualidade do
material falou mais alto e muitos críticos acabaram se rendendo ao CD. Para
quem curte grunge, realmente é um ótimo álbum. Muito bem gravado, canções
oscilando momentos calmos com momentos nervosos, refrãos marcantes. Tudo que a
moçada gosta, estava ali.
As apresentações foram
extraídas justamente dessa turnê. Ou seja, o auge das garotas. Não apenas em
relação à discos, mas também em relação à popularidade. Essa foi a fase em que elas
mais estiveram presentes na mídia, participando de premiações e com músicas nas
rádios e na MTV. O baixo já estava a cargo de Melissa Auf Der Maur, que entrou
no meio da turnê substituindo Kristen Pfaff. Para quem não se recorda, a ex-baixista se juntou ao clube dos 27, por conta de uma overdose de heroína. Tecnicamente falando, Melissa sempre foi uma
instrumentista muito mais competente. Logo, o nível das apresentações não foi
afetado.
São 2 shows que temos aqui. Uma no Hollywood Palladium em 9 de Novembro de 1994. E outra, no
Community Theater, exatamente um mês depois. Os 2 shows foram transmitidos por
rádio, portanto a qualidade de som é boa. Não é perfeita, impecável, porque
esse selo é independente. Isso aqui é meio que um bootleg. Logo, não existe
tratamento de som. De todo modo, a primeira apresentação, a qualidade de
gravação é um pouco superior. O áudio é mais bem definido.
A banda estava em uma boa fase.
Elas nunca foram grandes instrumentistas, mas estavam bem entrosadas e Courtney
estava cantando bem (para o gênero, é claro). O show do Hollywood Palladium é
um pouco mais pesado e direto. Praticamente som atrás de som com clássicos como
“Violet”, “Teenage Whore”, “Asking For It” e “Miss World”. Somente a fraca
versão de “Hungry Like The Wolf” (Duran Duran) que era, realmente, dispensável.
O segundo show é um pouco mais
descontraído com Courtney Love conversando com a plateia entre as músicas, fazendo
suas famosas provocações. O repertório é bom e traz algumas faixas que ficaram
de fora do outro show como “Sugar Coma”, “Doll Parts” e “Rockstar” (na capa com
o nome de “Olympia”). As performances são honestas, sem nenhum tipo de playback, e possuem bastante garra.
Infelizmente, o Hole nunca lançou
um trabalho ao vivo, nem em CD, nem em DVD, nem em VHS. O que é uma pena, já que
Courtney Love sempre foi uma artista de atitude nos palcos. Um registro em vídeo,
dessa fase especialmente, seria genial. De todo o modo, o disco serve para saciar
um pouco o desejo dos fãs, além de trazer um pouco de nostalgia para quem viveu
aquela época. Para quem curte um som mais direto, extremamente bem-vindo.
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Nostálgico
Faixas:
01)
Plump
02)
Beautiful Son
03)
Miss World
04)
Asking For It
05) Hungry Like The Wolf
06) Gutless
07) Softer, Softest
08) I Think That I Would Die
09) Credit In The Straight World
10) Teenage Whore
11) Violet
12) Sugar Coma
13) Miss World / We Three Kings
14) Asking For It
15) He Hit Me (And I Felt Like a Kiss) /
Best Sunday Dress
16) Doll Parts
17) Violet
18) Olympia (Rockstar)
19) Sugar Coma (Reprise)