Por Rafael Menegueti
Darwin e a evolução na música: Essa relação seria maluca ou lógica? |
Obviamente você
conhece a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. Se não conhece, a
teoria dele diz, basicamente, que as espécies evoluíram através do tempo para
suprir suas próprias necessidades básicas de sobrevivência. Pois aqui vai a
minha teoria maluca: ela se aplica à música.
Como eu estou aqui pra
falar de música, e não de biologia, vamos ao que interessa. Desde os primórdios
da humanidade, a música tem um papel na sociedade que vai alem de simplesmente
entreter. Ela é uma das principais formas de arte. Algo que existe com o
intuito de despertar emoções e unir as pessoas, entre outras coisas. Mas apesar
de toda a sua importância e suas funções, ela pode entrar em um estado de atenção.
Música também é
matemática. Dentro das notas musicais (quem conhece teoria musical sabe disso),
ela é algo que pode ser infinito dentro das inúmeras possibilidades que se
constroem nas suas escalas e ritmos. Mas se ela não se moldar e buscar novas
formas de expressão, se reinventar, evoluir de tempos em tempos, ela corre o
risco de se tornar algo finito.
Imagine se existisse
apenas uma forma de expressão musical. Se todas as bandas tocassem o mesmo
ritmo. Todos os artistas fizessem tudo da mesma forma, com os mesmos padrões
harmônicos e as mesmas melodias. Seria uma questão de tempo até que a música
deixasse de ter as características que a tornaram uma forma de arte tão popular
e importante e passasse a ser algo sem valor. Ela acabaria.
Felizmente ela não é
assim. Nunca foi. Conforme a humanidade evoluiu e as diferentes culturas foram
se difundindo, junto com a arte, a música se desenvolveu e, dessa forma,
garantiu sua sobrevivência e aumentou sua importância na historia da arte. E
dessa forma inúmeros ritmos foram surgindo, se dividindo, se fundindo, e assim,
gerando novas formas de música.
Na década de 50, a
evolução vinda da mistura de blues, R&B, jazz e country, gerou o principio
do rock. Quando artistas como Elvis, Little Richard, Jerry Lee Lewis e Chuck Berry surgiram,
eles eram a novidade. Estavam criando ali uma nova forma de expressão musical
que se tornaria logo uma das mais populares. Isso não teria durado muito se, ao
longo dos anos, o rock não tivesse adotado novas posturas, novas técnicas,
novas formas de se expressar.
Quando bandas como os
Beatles começaram a usar elementos psicodélicos em suas canções, por exemplo,
uma nova forma de fazer rock surgiu. Essa evolução deu nova vida ao estilo, que
assim garantiu sua sobrevivência. O mesmo ocorreu quando, mais tarde, bandas
como o Black Sabbath começaram a usar distorções nas guitarras para dar mais
peso às musicas. Ou quando o rock “progrediu” nas incríveis viagens criadas
pelo Pink Floyd. E quando ele virou apenas três acordes certeiros e rebeldes no
punk dos Ramones. E por aí vai.
De Elvis a Ozzy: a evolução do rock garantiu sua sobrevivência |
Assim como toda forma
de arte, o rock evoluiu. E continua evoluindo. Ele segue se misturando a outros
estilos, ou ganhando velocidade, peso, se simplificando e se moldando. Ele
evolui exatamente para garantir a sua sobrevivência dentro do universo da
música. Essa é a grande necessidade que move essa evolução: seguir vivo para
continuar despertando emoções e unindo as pessoas.