domingo, 8 de dezembro de 2013

A evolução do rock: Darwin explica



Por Rafael Menegueti

Darwin e a evolução na música: Essa relação seria maluca ou lógica?
Obviamente você conhece a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. Se não conhece, a teoria dele diz, basicamente, que as espécies evoluíram através do tempo para suprir suas próprias necessidades básicas de sobrevivência. Pois aqui vai a minha teoria maluca: ela se aplica à música.

Como eu estou aqui pra falar de música, e não de biologia, vamos ao que interessa. Desde os primórdios da humanidade, a música tem um papel na sociedade que vai alem de simplesmente entreter. Ela é uma das principais formas de arte. Algo que existe com o intuito de despertar emoções e unir as pessoas, entre outras coisas. Mas apesar de toda a sua importância e suas funções, ela pode entrar em um estado de atenção.

Música também é matemática. Dentro das notas musicais (quem conhece teoria musical sabe disso), ela é algo que pode ser infinito dentro das inúmeras possibilidades que se constroem nas suas escalas e ritmos. Mas se ela não se moldar e buscar novas formas de expressão, se reinventar, evoluir de tempos em tempos, ela corre o risco de se tornar algo finito.

Imagine se existisse apenas uma forma de expressão musical. Se todas as bandas tocassem o mesmo ritmo. Todos os artistas fizessem tudo da mesma forma, com os mesmos padrões harmônicos e as mesmas melodias. Seria uma questão de tempo até que a música deixasse de ter as características que a tornaram uma forma de arte tão popular e importante e passasse a ser algo sem valor. Ela acabaria.

Felizmente ela não é assim. Nunca foi. Conforme a humanidade evoluiu e as diferentes culturas foram se difundindo, junto com a arte, a música se desenvolveu e, dessa forma, garantiu sua sobrevivência e aumentou sua importância na historia da arte. E dessa forma inúmeros ritmos foram surgindo, se dividindo, se fundindo, e assim, gerando novas formas de música.

Na década de 50, a evolução vinda da mistura de blues, R&B, jazz e country, gerou o principio do rock. Quando artistas como Elvis, Little Richard, Jerry Lee Lewis e Chuck Berry surgiram, eles eram a novidade. Estavam criando ali uma nova forma de expressão musical que se tornaria logo uma das mais populares. Isso não teria durado muito se, ao longo dos anos, o rock não tivesse adotado novas posturas, novas técnicas, novas formas de se expressar.

Quando bandas como os Beatles começaram a usar elementos psicodélicos em suas canções, por exemplo, uma nova forma de fazer rock surgiu. Essa evolução deu nova vida ao estilo, que assim garantiu sua sobrevivência. O mesmo ocorreu quando, mais tarde, bandas como o Black Sabbath começaram a usar distorções nas guitarras para dar mais peso às musicas. Ou quando o rock “progrediu” nas incríveis viagens criadas pelo Pink Floyd. E quando ele virou apenas três acordes certeiros e rebeldes no punk dos Ramones. E por aí vai.

De Elvis a Ozzy: a evolução do rock garantiu sua sobrevivência
Assim como toda forma de arte, o rock evoluiu. E continua evoluindo. Ele segue se misturando a outros estilos, ou ganhando velocidade, peso, se simplificando e se moldando. Ele evolui exatamente para garantir a sua sobrevivência dentro do universo da música. Essa é a grande necessidade que move essa evolução: seguir vivo para continuar despertando emoções e unindo as pessoas.