domingo, 31 de maio de 2015

Marilyn Manson – The Pale Emperor (2015):



Por Davi Pascale

Depois de 3 anos sem gravar um disco de inéditas, Marilyn Manson retorna com The Pale Emperor. Apostando em uma sonoridade um pouco mais sombria, Manson deve agradar aos fãs, mas dificilmente deve recuperar seu antigo status.

Quando Marilyn Manson despontou na mídia em 1996 com o Antichrist Superstar, o músico incomodou muita gente com suas atitudes, seus discursos, suas letras e tudo o que aprontava no palco. Atualmente, não consegue mais chocar as pessoas como fazia no início de sua carreira, mas sejamos sensatos, hoje é muito difícil chocar as pessoas como se fazia há 20 anos. Com a internet cada vez mais popular e cada vez mais sem barreiras, é praticamente impossível achar algum elemento que choque toda uma população. A não ser que questione princípios religiosos (o que já fez) ou opções sexuais (que não teria a ver com ele). O rapaz está em uma encruzilhada.

Algo que vem me incomodando nos seus discos mais recentes é a sonoridade das guitarras. O CD obviamente é muito bem gravado, muito bem tocado, muito bem cantado. Se há algo que não podemos questioná-lo é a seriedade que faz seu trabalho. Tanto seus discos, quanto suas apresentações, sempre foram irretocáveis nesse aspecto. Mas ainda acho que a guitarra poderia ter um pouquinho mais de sujeira. Gostaria que trouxesse o som do palco para o disco. As letras continuam rondando os mesmos temas: tortura, sexo, drogas, violência, poder...

Cantor volta com álbum mais sombrio

Se por um lado, poderia vir com um pouco mais de peso; de outro, é seu melhor momento enquanto compositor em anos. Arrisco dizer que esse talvez seja seu melhor álbum desde Holly Weird, ou pelo menos, desde The Golden Age of Grotesque. “Deep Six” e “The Mephistopheles of Los Angeles” trazem uma sonoridade um pouco mais pesadinha do que o restante do álbum e nos remetem aos seus tempos de ouro. “Birds of Hell Awaiting” me remeteu ao seu velho hit “The Dope Show” (Mechanical Animals) por conta da bateria e da marcação do baixo.

Faixas como “Killing Stranger”, “Warship My Wreck” e “Odds Of Even” apostam naquela sonoridade mais sombria e arrastada, típica do rapaz. “Slave Only Dreams To Be a King” e “Cupid Carries a Gun” devem funcionar bem em cima do palco, enquanto “The Devil Beneath My Feet” tem ar de hit. Sim, os elementos eletrônicos, comuns no metal industrial, continuam marcando presença. Se tivesse que comparar com algum de seus antigos trabalhos, diria que está no mesmo espírito de Mechanical Animals.

Em seus primeiros discos, a produção havia ficado a cargo de Trent Reznor (Nine Inch Nails), aqui a produção ficou nas mãos de Terry Blate, famoso por realizar composições para filmes e games. Blate e Manson se conheceram, numa festa da série Californication, onde Marilyn Manson atuou em alguns episódios. Terry também colaborou na criação dos arranjos. Talvez o segredo seja a dupla se reunir para compor e colocar Trent novamente na produção. Daí, acho que teríamos a medida perfeita.

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Boas composições

Faixas:
      01)   Killing Strangers
      02)   Deep Six
      03)   Thirty Day of a Seven Day Blinge
      04)   The Mephistopheles of Los Angeles
      05)   Warship My Wreck
      06)   Slave Only Dreams to Be a King
      07)   The Devil Beneath My Feet
      08)   Birds of Hell Waiting
      09)   Cupid Carries a Gun 
      10)   Odds of Even