Por Davi Pascale
Depois de 3 anos sem gravar um
disco de inéditas, Marilyn Manson retorna com The Pale Emperor. Apostando em uma sonoridade um pouco mais sombria,
Manson deve agradar aos fãs, mas dificilmente deve recuperar seu antigo status.
Quando Marilyn Manson despontou
na mídia em 1996 com o Antichrist
Superstar, o músico incomodou muita gente com suas atitudes, seus
discursos, suas letras e tudo o que aprontava no palco. Atualmente, não
consegue mais chocar as pessoas como fazia no início de sua carreira, mas
sejamos sensatos, hoje é muito difícil chocar as pessoas como se fazia há 20
anos. Com a internet cada vez mais popular e cada vez mais sem barreiras, é
praticamente impossível achar algum elemento que choque toda uma população. A
não ser que questione princípios religiosos (o que já fez) ou opções sexuais
(que não teria a ver com ele). O rapaz está em uma encruzilhada.
Algo que vem me incomodando nos
seus discos mais recentes é a sonoridade das guitarras. O CD obviamente é muito
bem gravado, muito bem tocado, muito bem cantado. Se há algo que não podemos
questioná-lo é a seriedade que faz seu trabalho. Tanto seus discos, quanto suas
apresentações, sempre foram irretocáveis nesse aspecto. Mas ainda acho que a
guitarra poderia ter um pouquinho mais de sujeira. Gostaria que trouxesse o som
do palco para o disco. As letras continuam rondando os mesmos temas: tortura,
sexo, drogas, violência, poder...
Cantor volta com álbum mais sombrio |
Se por um lado, poderia vir com um
pouco mais de peso; de outro, é seu melhor momento enquanto compositor em anos.
Arrisco dizer que esse talvez seja seu melhor álbum desde Holly Weird, ou pelo menos, desde The Golden Age of Grotesque. “Deep Six” e “The Mephistopheles of
Los Angeles” trazem uma sonoridade um pouco mais pesadinha do que o restante do
álbum e nos remetem aos seus tempos de ouro. “Birds of Hell Awaiting” me
remeteu ao seu velho hit “The Dope Show” (Mechanical
Animals) por conta da bateria e da marcação do baixo.
Faixas como “Killing Stranger”, “Warship
My Wreck” e “Odds Of Even” apostam naquela sonoridade mais sombria e arrastada,
típica do rapaz. “Slave Only Dreams To Be a King” e “Cupid Carries a Gun” devem
funcionar bem em cima do palco, enquanto “The Devil Beneath My Feet” tem ar de
hit. Sim, os elementos eletrônicos, comuns no metal industrial, continuam
marcando presença. Se tivesse que comparar com algum de seus antigos trabalhos,
diria que está no mesmo espírito de Mechanical
Animals.
Em seus primeiros discos, a
produção havia ficado a cargo de Trent Reznor (Nine Inch Nails), aqui a
produção ficou nas mãos de Terry Blate, famoso por realizar composições para
filmes e games. Blate e Manson se conheceram, numa festa da série Californication, onde Marilyn Manson
atuou em alguns episódios. Terry também colaborou na criação dos arranjos.
Talvez o segredo seja a dupla se reunir para compor e colocar Trent novamente
na produção. Daí, acho que teríamos a medida perfeita.
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Boas composições
Faixas:
01) Killing
Strangers
02) Deep
Six
03)
Thirty
Day of a Seven Day Blinge
04)
The
Mephistopheles of Los Angeles
05)
Warship
My Wreck
06)
Slave
Only Dreams to Be a King
07)
The
Devil Beneath My Feet
08)
Birds
of Hell Waiting
09)
Cupid
Carries a Gun
10)
Odds
of Even
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