Por Rafael Menegueti
Pvris - White Noise |
Uma das grandes novidades do rock americano, o Pvris (pronuncia-se
Paris) lançou seu primeiro disco em novembro do ano passado. O grupo vem
chamando atenção e conquistando espaço desde 2013, quando começaram a participar
da Warped Tour, nos EUA. Nessa semana a banda foi confirmada como abertura do
Bring Me The Horizon, em turnê que ocorrerá em outubro na América do Norte.
O som do grupo é uma mistura de post-hardcore, na linha
de nomes como Paramore, Flyleaf e Tonight Alive, e rock alternativo, com
elementos de eletrônica e pop, que deixam a fórmula da banda bem moderna e
atual. Outras influências de sua música, citadas pela própria vocalista e
guitarrista Lynn Gunnelfsen, estão no hip-pop e em nomes como Ellie Goulding.
Só com isso já é possível imaginar a variedade de estilos que a banda investe
no seu debut.
O disco é curtinho, a maioria das músicas possuem melodias
pop carregadas pela bateria e formam um synth-rock bem radiofônico. A música que abre
o disco, “Smoke”, é envolvente e introduz bem o ouvinte ao som da banda. O
single “St. Patrick” tem uma levada animada e sonoridade bem pop, enquanto
“My House”, outro single que vem em seguida, soa mais angustiada e tem mais
pegada nas guitarras. “Holy” é focada nos sintetizadores e tem ritmo cativante
e uma letra excelente. A faixa título, “White Noise”, é talvez a com maior
apelo pop do disco, soando um pouco mais comum, mas ainda consistente. Em “Fire”,
a banda volta a usar um pouco mais de sua pegada post-hardcore. Já “Eyelids” é
bem alternativa e industrial.
O trio Pvris é natural de Lovell, Massachusetts |
Se aproximando do fim do disco, a banda apresenta uma de
suas melhores canções com “Mirrors”, uma boa mistura de elementos eletrônicos,
com a bateria ditando o andamento da faixa. Mas talvez a melhor canção do disco
seja mesmo “Ghosts”, com bom uso das guitarras e levada roqueira que garantem
uma faixa bem enérgica. O disco se encerra com “Let Them In”, e você nem
percebe, de tão fluente que é a audição desse trabalho. Essa faixa que encerra
o álbum é outra bem agitada, talvez a mais próxima do inicio mais agressivo que
a banda mostra em seu primeiro EP ("Paris", de 2013), onde a banda ainda não
fazia uso dessa sonoridade mais abrangente, preferindo um post-hardcore mais
cru e direto.
Me agradou muito a sonoridade e estilo das composições da
banda. A evolução que eles apresentaram nesse álbum de estréia, com relação ao
seu primeiro EP, pra mim é um grande ponto a favor deles. O resultado é um
trabalho despretensioso e simples, porém moderno e sincero. O trio é composto
por músicos competentes (vale informar que a banda usa baterista contratado nas turnês) e com
criatividade suficiente pra serem apontados como uma das boas promessas do rock
atual. Se mantiverem a pegada, tem tudo pra vingar ainda mais.
Nota: 8,5/10
Status: Atual e agradável
Faixas:
1. Smoke
2. St. Patrick
3. My House
4. Holy
5. White Noise
6. Fire
7. Eyelids
8. Mirrors
9. Ghosts
10. Let Them In