Por Davi Pascale
Essa semana recomeçou uma
discussão sobre a participação do Slipknot no Rock In Rio. Se os fãs mais
xiitas já haviam ficados indignados por eles terem se apresentando em 2011
entre os lendários Motorhead e Metallica, a confirmação deles como headliner da
noite do metal em 2015 está deixando vários fãs mais ortodoxos cada vez mais
próximos da Vera Verão.
É realmente incrível o que o
saudosismo faz esses caras dizerem e escreverem por aí. Sendo bem honesto,
bandas que poderiam se apresentar como headliners de uma noite do heavy metal
em um evento desse porte tem uma meia dúzia: Iron Maiden, Metallica, Ozzy
Osbourne (com o Black Sabbath ou em carreira-solo), AC/DC, Kiss, Judas Priest
(?!?) e, das bandas mais atuais, acho que somente o Slipknot mesmo. Tendo em
consideração que AC/DC, Ozzy Osbourne, Judas Priest e Kiss já confirmaram shows
no país esse ano, ficamos com 3 possibilidades. Se não conseguissem contratar
esses 3 (por questão de agenda, cachê, exigências esdrúxulas etc), a saída seria
pegar um grupo um pouco mais pesadinho, que contasse com um grande publico,
para dar conta do recado (segurar uma massa de gente). Daí teríamos mais 2
opções: Avenged Sevenfold (não se esqueçam que eles se apresentaram na noite do
metal na edição passada e ganharam a enquete oficial do evento) ou Linkin´ Park. E daí, teríamos suicídio coletivo.
É triste, mas essa é a realidade.
Os medalhões estão perdendo o pique (afinal, já estão na estrada há décadas e
ninguém é de ferro) e quanto mais tempo passa, menos nomes são capazes de
arrastar uma multidão aos seus concertos. Na área mais comercial também não é
muito diferente. Tirando Lenny Kravitz, Coldplay, Foo Fighters, Kings of Leon e
Pearl Jam, quantos nomes dos anos 90 para cá, são capazes de lotar um
estádio? Deve ter mais uns 2, 3 e olhe lá. Depois quando algum artista fala que
a cena está fraca, vem neguinho querer dar uma de expert e ficar citando nome
de trocentos artistas menores nos comentários. Artistas bons sempre existiram e
sempre irão existir. O que está faltando é artista que cause impacto na
juventude. E o Rock In Rio é uma demonstração disso. A razão de vários nomes
serem escalados várias vezes é uma demonstração da falta de opção.
Poucos grupos atuais conseguem arrastar multidões |
Outro papinho chinfrim que vamos
ler por aí. “Mas temos o Mastodon, o Arch Enemy, o Exodus, por que não colocam
eles no lugar do Slipknot?” A resposta está logo acima. Esses caras, por mais
talentosos que sejam, não têm público para arrastar 100.000 pessoas e
empresário não gosta de perder dinheiro. Sim, esses eventos são criados por
empresários e não por pesquisadores musicais. Essa é a mesma razão de uma banda
mais nova se apresentar em uma posição melhor do que um artista lendário, como
ocorreu na edição passada, onde tivemos o antológico Slayer abrindo para o
Avenged Sevenfold. Isso, eu ouvi da boca do próprio Iggor Cavalera (Sepultura,
Cavalera Conspiracy) quando entrevistei ele em 2006 e estava rolando algo
parecido com o Sepultura. A resposta dele foi que isso (posicionamento) não
importava porque não significava nada, que era apenas um dado mercadológico. E
dêem graças à Deus que seja criado por empresários e não por fãs. Lembram-se do
Metal Open Air? Pois é...
Honestamente, achei bacana a escalação do Slipknot. Sai da mesmice. Amo Iron Maiden e Metallica, mas que graça tem um festival sempre com os mesmos nomes com o povo pedindo as mesmas músicas? Variar um pouco é bacana. Parte da fragilidade da cena vem justamente do publico. De não aceitar novas sonoridades, novas canções e querer que os novos grupos copiem seus heróis. Se eu quiser assistir uma cópia descarada do Maiden, assisto uma banda cover. É necessário que o pessoal abra um pouquinho a cabeça. O primeiro álbum do Slipknot foi lançado, se não me engano, em 1998. Veja à quanto tempo está rolando essa ‘briguinha’. E quando esses medalhões não estiverem mais na ativa? Se não tivermos mais grupos como um Slipknot para fechar a noite? Qual você acha que será a solução? Pegar algum cara menor e dar uma chance de ouro? Certamente, não. A solução será extinguir a noite do metal. O primeiro passo para a cena fortalecer é parar com subdivisões. Começar a olhar um pouco mais para frente. Está em suas mãos.
Honestamente, achei bacana a escalação do Slipknot. Sai da mesmice. Amo Iron Maiden e Metallica, mas que graça tem um festival sempre com os mesmos nomes com o povo pedindo as mesmas músicas? Variar um pouco é bacana. Parte da fragilidade da cena vem justamente do publico. De não aceitar novas sonoridades, novas canções e querer que os novos grupos copiem seus heróis. Se eu quiser assistir uma cópia descarada do Maiden, assisto uma banda cover. É necessário que o pessoal abra um pouquinho a cabeça. O primeiro álbum do Slipknot foi lançado, se não me engano, em 1998. Veja à quanto tempo está rolando essa ‘briguinha’. E quando esses medalhões não estiverem mais na ativa? Se não tivermos mais grupos como um Slipknot para fechar a noite? Qual você acha que será a solução? Pegar algum cara menor e dar uma chance de ouro? Certamente, não. A solução será extinguir a noite do metal. O primeiro passo para a cena fortalecer é parar com subdivisões. Começar a olhar um pouco mais para frente. Está em suas mãos.