Por Rafael Menegueti
Max Cavalera voltou a falar do Sepultura nessa semana |
Nas últimas semanas eu tenho reparado num crescente
número de notícias em sites relacionados ao rock e metal a respeito dos mais
diversos tipos de intriguinhas envolvendo artistas do gênero. Um festival de
declarações de artistas renomados colocando banda contra banda, artista contra
artista, banda contra ex-membros, e outras coisas do gênero. E o que mais me
intriga é a infantilidade e futilidade de tudo isso.
Vejam se eu estou errado. Só nos últimos dias tivemos,
por exemplo: Rob Dukes insultando seus ex-companheiros de Exodus e afirmando que
o novo material da banda é uma “merda”; Dave Mustaine postando um vídeo esculachando
um técnico de guitarra do Megadeth recém demitido; Felipe Andreoli, do Angra, em
um vídeo na internet cutucando André Matos a respeito de questões financeiras,
e sendo cutucado de volta por Hugo Mariutti no Facebook; e Max Cavalera, mais
uma vez, desmerecendo o Sepultura. Agora eu te pergunto, quem ganha com isso? Isso
adianta alguma coisa? Obvio que esse tipo de coisa não vem de hoje, mas o
problema é o modo como essas coisas são tratadas atualmente.
Em tempos de internet cada vez mais interativa, onde
pessoas trocam constantemente informações e opiniões sobre tudo e qualquer
coisa em redes sociais, vivemos uma realidade onde cada vez mais os conflitos
ganham proporções maiores do que as vezes é necessário. Estamos numa época de “haters”.
Pessoas idiotas que usam a internet pra expor opiniões desnecessárias com o único
propósito de aparecer e provocar aqueles que discordam de sua “verdade”. No
fundo de tudo isso, impera uma imensa falta de maturidade e um egocentrismo sem
tamanho. Não é difícil imaginar que tais atitudes, tão imaturas quanto, por
parte dos músicos, venham a desencadear mais discussões tão inúteis quanto
secar uma pedra de gelo.
Felipe Andreoli cutucou André Matos quando questionado sobre banda não estar no Spotify |
O único lado que parece se beneficiar dessa imensa
bobagem são os portais e sites de notícia sobre rock, que se deliciam com
manchetes sensacionalistas, às vezes até distorcendo o sentido do que foi dito para
atrair ainda mais os cliques e acessos. Sem falar nas entrevistas cheias de
perguntas com iscas buscando esse tipo de declaração bombástica dos artistas,
mas isso já é outro papo.
A questão é que, quando esse tipo de intriga boba
aparece, me fica uma impressão de que muitas vezes os artistas fazem isso mais
por uma disputa de ego do que para realmente resolver algum problema ou
diferença. Fica mais fácil jogar para a galera do “tribunal da internet” digladiar
entre si do que resolver a diferença cara a cara. É cada um jogando os haters
contra o outro.