Por Davi Pascale
Demorou 20 anos, mas saiu a sequencia. Zakk Wylde acaba de
lançar seu segundo álbum solo. Assim como o álbum de 1996, o material apresenta
um Zakk mais calmo, mais melódico, longe das guitarras distorcidas que o tornou
famoso.
Provavelmente 90% da galera que
conhece o Zakk Wylde ouviu seu nome pela primeira vez por seus trabalhos
realizados ao lado do Ozzy Osbourne. Foi ele quem gravou o clássico No More Tears, cuja faixa-título você
ouve em todos os barzinhos de rock espalhados mundo afora. Além de trabalhar
com o madman, conseguiu destaque com seu (ótimo) grupo Black Label Society. Onde,
mais uma vez, fazia um som pesado, arrastado, cheio de atitude.
Outro trabalho que muitos fãs
admiram é o seu disco com Pride & Glory. Ali, o músico criava um
diferencial ao atacar doses de country em seu som. Essa lógica se repete em Book of Shadows II. O lado mais
southern vem à tona, só que em uma pegada mais calma, mais melancólica. As
guitarras estão mais limpas, violões foram incluídos, pianos foram incluídos, as
linhas vocais estão mais melódicas.
Músico aposta em álbum calmo e melancólico |
Em entrevista à Billboard norte-americana, o músico
explicou seu método de composição: “O instrumento que você está utilizando te
dará a tônica. Se você senta em um piano, você escreverá músicas mais
reflexivas, no estilo de um Elton John, de um Neil Young ou de um Eagles. Esse
é o caminho que ele te dita. Se você pega uma guitarra com distorção, escreverá
riffs. As letras vêm sempre por ultimo porque preciso encontrar algo que tenha
um significado”. As letras aqui apresentam um diferencial. Estão mais poéticas.
Falam sobre a vida, sobre os desafios que encontramos no caminho.
Bateria e baixo são muito bem
tocados, porém com arranjos bem simples, na maior parte do tempo. O grande
destaque são realmente os solos de Zakk. Provavelmente, os mais inspirados que
escreveu nos últimos anos. Fazia tempo que não via ele se dedicar tanto na
criação de solos. Também vale destacar o trabalho vocal, mais harmonioso, mais
melódico e muito bem construído.
O CD apresenta uma sonoridade mais acústica com altas influencias de Stephen Stills, Neil Young e afins. Alguns fãs mais ortodoxos vão querer me matar, mas em alguns momentos me remeteu ao Alice In Chains (fase Sap/Jair of Flies). Talvez, por conta de algumas linhas vocais. Trabalho bem bacana. Só não
espere por porradaria. Faixas de destaque: “Autumn Changes”, “Lost Prayer”, “Sorrowed
Regrets” e “Sleeping Dogs”.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Melancólico
Faixas:
01)
Autumn Changes
02)
Tears of December
03)
Lay Me Down
04)
Lost Prayer
05)
Darkest Hour
06)
The Levee
07)
Eyes of Burden
08)
Forgotten Memory
09)
Yesterdays Tears
10)
Harbors of Pity
11)
Sorrowed Regrets
12)
Useless Apologies
13)
Sleeping Dogs
14)
The King
15) Sleeping Dogs (feat. Corey Taylor)