Por Davi Pascale
Under The Skin marca recomeço do Skid Row. Vídeo é curto e mostra
músicos bem-intencionados, com gana de seguir em diante.
Sim, eu sei. Sebastian Bach era a
cara do grupo e grande parte de seus fãs sentem sua falta. Indiscutível. Ainda
assim, a trupe do Skid Row vem fazendo um trabalho digno. Se por um lado, não
resgata a magia do passado; de outro, está acima do que boa parte das bandas
fazem atualmente. Posso dizer isso sem medo porque tive a oportunidade de
assisti-los mês passado e o show me surpreendeu.
O vocalista aqui não era nem o
Tony Harnell, nem o Sebastian Bach e nem o ZP Theart. O responsável por assumir
a bronca, nessa época, era o Johnny Solinger. Um vocal que sempre dividiu opiniões.
Realmente, o alcance dele era um pouco mais baixo do que o dos outros caras,
mas eu curtia seu trabalho vocal. Tinha um bom timbre. Meio rasgadão. Nas
músicas mais pesadas, em alguns momentos, ele me lembrava o John Bush
(Anthrax). Aparentemente, a intenção dos músicos era se desligar do passado. Se
era isso, conseguiram. Não apenas o vocal era diferente, como a banda seguia
por outros caminhos.
O show que assisti recentemente
foi bem nostálgico. Me senti de volta à 1993. Parece que as músicas dessa
segunda fase ficaram para trás. Claro que para nós, fãs, é genial a sensação de
voltar no tempo, mas se fosse músico da banda, insistiria em alguns sons da
fase mais atual. Os discos mais recentes têm boas músicas. Em especial, o Thicksin, que era o trabalho que
estavam lançando nessa época.
O curta mostra a banda nesse
período. Explicam a ideia do retorno, a busca pelo novo vocalista, trazem
alguns trechos de shows e das gravações do então novo álbum. Apenas 2 músicas
estão na íntegra – “Thick Is The Skin” e “One Light”. Clipes criados com imagem
a partir da gravação do CD. Interessante!
A ideia da fita é seguir o padrão
dos VHS´s dos anos 80. Ou seja, trata-se do que era chamado de homevideo. Um filme
curto – nesse caso, aproximadamente 50 minutos – com depoimentos dos músicos,
cenas de bastidores, filmes caseiros, cenas engraçadas. Não é um documentário
realizado com a intenção de explicar a trajetória e, sim, mostrar o que a banda
é naquele momento. Como o vídeo não é muito longo, acaba sendo interessante de
assistir.
Era possível notar que os dias de
glória, infelizmente, haviam ficado para trás. Os shows eram realizados em
locais pequenos, os ensaios em lugares minúsculos. É nítido que a ideia de
recomeço reapareceu em todos os sentidos. Legal que os músicos não deixaram se abalar com a situação...
A única frustração veio nos
extras. A ideia é bacana. Entra uma imagem do grupo na tela, você clica em um
integrante e aparece algo relacionado à aquele integrante. O mais bacana foi o
do guitarrista Dave Snake Sabo com um solo inspirado no meio de “Beat Yourself
Blind”. Phil Varone colocou imagens dele gravando uma música do novo álbum. A
ideia é legal, mas não tem o músico indo e voltando e a linha de bateria é bem
simples. Não é algo tão curioso assim. Solinger poderia ter optado por algo
mais bacana do que mostrar ele cozinhando ao som de uma música mexicana. Fala
sério...
Under The Skin, certamente, não tem a mesma magia de Oh Say Can You Scream ou Roadkill, mas diverte. Ainda estou esperando por um DVD ao vivo desses caras, Para assistir de
forma despretensiosa...
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Agradável