segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Serenity – Codex Atlanticus (2016)

Por Rafael Menegueti

Serenity - Codex Atlanticus
Na ultima sexta feira tivemos vários lançamentos oficiais de bandas diversas. Um deles foi o novo álbum da banda de power metal austríaca Serenity. Embora ainda não estejam entre as mais conhecidas do estilo, eles caminham para isso a cada lançamento, e Codex Atlanticus é mais um grande passo para isso.

Em meio a um estilo que costuma se prender a temáticas de fantasia, o Serenity é uma banda que se difere em preferir trazer em suas letras referencias históricas reais, com personagens e eventos que fazem parte da historia da humanidade e, mais especificamente, da Europa. Se nos dois últimos álbuns, Death & Legacy (2011) e War of Ages (2013), a banda escolheu diversos nomes históricos para ser o tema de suas canções, em Codex Atlanticus a banda focou em uma só personalidade: Leonardo Da Vinci. Todas as músicas do álbum são inspiradas na vida do pintor, inventor, cientista, dentre outras atividades, nascido em Florença (atual Itália).

O som da banda parece bem mais encorpado em algumas canções desse novo disco. A banda passou por algumas alterações desde War of Ages. A vocalista Clementine Delauney, que dividiu a função com Georg Neuhauser no disco, deixou a banda e não teve substituta. O guitarrista Thomas Buchberger foi substituído por Cris Tían, que conseguiu manter a qualidade na pegada, nos riffs e solos dos trabalhos anteriores. E o baixista Fabio D’Amore ainda aparece como segundo vocalista em alguns trechos do álbum.

Serenity
Mas a essência de tudo segue sendo como antigamente. Melodias belas que se intercalam com riffs poderosos e orquestrações que trazem a banda para o universo do metal sinfônico que tanto os identifica. É notável como a banda consegue fazer músicas épicas sem toda aquela pomposidade que as vezes encontramos no estilo. Follow Me apresenta uma boa abertura para o disco (após a faixa-introdução que leva o nome do disco), na medida de uma canção melódica e típica do estilo. Surpreende ouvir uma certa influência de thrash nos versos de Sprouts of Terror, cantados pelo baixista Fabio com um tom maior de agressividade, antes de um refrão que nos traz de volta ao power metal. Iniquity funciona mais na proposta de uma faixa bem mais sinfônica e clássica.

Há ainda o momento “balada sinfônica” em My Final Chapter, entre outras canções que se destacam, como a mais sombria Caught In a Myth, a pesada Fate of Light, e a incrivelmente melódica The Perfect Woman, que conta com a participação de Amanda Sommerville. Mais perto do fim do disco, outra faixa épica e cativante, Spirit In the Flesh, traz o vocalista Georg intercalando o refrão com Fabio. Pra encerrar, The Order mostra elementos progressivos e empolgantes, além de um ótimo riff.

Me arrisco a dizer que esse é o melhor álbum da banda, e pelo menos, já é um dos meus favoritos dentre os lançamentos mais recentes do estilo. Codex Atlanticus não cansa com sua sonoridade imensamente cativante e ao mesmo tempo mostra peso e referências musicais excelentes. Vale a pena em todos os sentidos, tanto pelas músicas como pelas letras interessantes e bem trabalhadas que a banda apresenta. Que o Serenity continue com suas grandes ideias.


Nota: 9/10
Status: Inspirador e empolgante

Faixas:
01. Codex Atlanticus
02. Follow Me
03. Sprouts of Terror
04. Iniquity
05. Reason
06. My Final Chapter
07. Caught in a Myth
08. Fate of Light
09. The Perfect Woman
10. Spirit in the Flesh
11. The Order