Por Rafael Menegueti
Serenity - Codex Atlanticus |
Na ultima sexta feira tivemos vários lançamentos oficiais
de bandas diversas. Um deles foi o novo álbum da banda de power metal austríaca
Serenity. Embora ainda não estejam entre as mais conhecidas do estilo, eles
caminham para isso a cada lançamento, e Codex Atlanticus é mais um grande passo
para isso.
Em meio a um estilo que costuma se prender a temáticas de
fantasia, o Serenity é uma banda que se difere em preferir trazer em suas
letras referencias históricas reais, com personagens e eventos que fazem parte
da historia da humanidade e, mais especificamente, da Europa. Se nos dois últimos
álbuns, Death & Legacy (2011) e War of Ages (2013), a banda escolheu
diversos nomes históricos para ser o tema de suas canções, em Codex Atlanticus
a banda focou em uma só personalidade: Leonardo Da Vinci. Todas as músicas do
álbum são inspiradas na vida do pintor, inventor, cientista, dentre outras
atividades, nascido em Florença (atual Itália).
O som da banda parece bem mais encorpado em algumas canções
desse novo disco. A banda passou por algumas alterações desde War of Ages. A
vocalista Clementine Delauney, que dividiu a função com Georg Neuhauser no
disco, deixou a banda e não teve substituta. O guitarrista Thomas Buchberger
foi substituído por Cris Tían, que conseguiu manter a qualidade na pegada, nos
riffs e solos dos trabalhos anteriores. E o baixista Fabio D’Amore ainda
aparece como segundo vocalista em alguns trechos do álbum.
Serenity |
Mas a essência de tudo segue sendo como antigamente. Melodias
belas que se intercalam com riffs poderosos e orquestrações que trazem a banda
para o universo do metal sinfônico que tanto os identifica. É notável como a
banda consegue fazer músicas épicas sem toda aquela pomposidade que as vezes
encontramos no estilo. Follow Me apresenta uma boa abertura para o disco (após
a faixa-introdução que leva o nome do disco), na medida de uma canção melódica e
típica do estilo. Surpreende ouvir uma certa influência de thrash nos versos de
Sprouts of Terror, cantados pelo baixista Fabio com um tom maior de
agressividade, antes de um refrão que nos traz de volta ao power metal.
Iniquity funciona mais na proposta de uma faixa bem mais sinfônica e clássica.
Há ainda o momento “balada sinfônica” em
My Final Chapter, entre outras canções que se destacam, como a mais sombria
Caught In a Myth, a pesada Fate of Light, e a incrivelmente melódica The Perfect
Woman, que conta com a participação de Amanda Sommerville. Mais perto do fim do
disco, outra faixa épica e cativante, Spirit In the Flesh, traz o vocalista
Georg intercalando o refrão com Fabio. Pra encerrar, The Order mostra elementos
progressivos e empolgantes, além de um ótimo riff.
Me arrisco a dizer que esse é o melhor álbum da banda, e
pelo menos, já é um dos meus favoritos dentre os lançamentos mais recentes do
estilo. Codex Atlanticus não cansa com sua sonoridade imensamente cativante e
ao mesmo tempo mostra peso e referências musicais excelentes. Vale a pena em
todos os sentidos, tanto pelas músicas como pelas letras interessantes e bem
trabalhadas que a banda apresenta. Que o Serenity continue com suas grandes
ideias.
Nota: 9/10
Status: Inspirador e empolgante
Faixas:
01. Codex Atlanticus
02. Follow Me
03. Sprouts of Terror
04. Iniquity
05. Reason
06. My Final Chapter
07. Caught in a Myth
08. Fate of Light
09. The Perfect Woman
10. Spirit in the Flesh
11. The Order