Por
Rafael Menegueti
Gus G. - Brand New Revolution |
Nunca foi muito a minha praia ouvir discos de guitarristas
solo considerados "guitar heroes". Embora eu admire e adore o virtuosismo e técnica
de músicos como Joe Satriani, Steve Vai, Malmsteen, dentre outros, discos
instrumentais sempre me entediam rápido. Nesse caso, prefiro ver um DVD ou ao
vivo.
E é por esse motivo que eu prefiro instrumentistas que
explorem seus trabalhos solo com um algo a mais, trazendo vocalistas convidados
e apostando mais em estruturas musicais tradicionais do que apenas a exibição
de técnica. Nesse sentido posso citar como exemplos Slash, o Timo Tolkki’s Avalon
e o grego Gus G., sobre o qual escrevo hoje.
Kostas Karamitroudis, conhecido como Gus G., é um
guitarrista famoso pelos seus trabalhos com a banda Firewind e, desde 2009, com
Ozzy Osbourne. “Brand New Revolution” é seu terceiro álbum solo, onde ele pôde
mostrar um pouco mais de sua habilidade em um projeto que não tem um único estilo
definido. Ao invés de se ater ao básico, Gus G. entrega um disco repleto de
diferentes facetas e sonoridades.
Esse é o terceiro disco solo do guitarrista grego |
O disco abre com a alucinante “The Quest”, única faixa
instrumental do trabalho. A partir dali, em cada faixa temos uma sensação diferente.
Na próxima música, homônima ao disco, Jacob Bunton (Adler, Lynam) é o primeiro a
dar as caras nos vocais. Ele é o vocalista que mais aparece, com cinco faixas
no total. E a energia que a canção transmite é uma marca da música de Gus G. Em
suas composições é possível notar o apelo comercial em seu modo de inserir
riffs insanos com solos e shreddings, o que deixa as músicas muito mais
convidativas.
Há os momentos mais cheios de groove e melodia, como em “We
Are One”, enquanto em “What Lies Below” temos um aspecto mais radiofônico,
incrementado pela voz incrivelmente pop de Elize Ryd (Amaranthe), na única musica
em que ela participa no álbum. “Behind Those Eyes” e “One More Try” fazem a
linha balada de hard rock com versos suaves e refrão poderoso. Em “Gone to Stay”
temos uma composição com mais potencia, elevada pela presença de Jeff Scott
Soto. O ex-vocalista de Yngwie Malmsteen e Axel Rudi Pell ainda volta mais
tarde na grooveada “Generation G”.
Mats Levén (Candlemass, Therion) aparece dando voz em três
faixas ao final do álbum. Primeiro na intensa e pesada “Come Hell or High Water”,
depois em “If It Ends Today”, ambas com uma sonoridade bem clássica. Em seguida
ele surge dando voz na faixa que encerra o disco, “The Demon Inside”, uma “sabbatica”
e sombria canção que dá um clima mais tenso ao fim do disco. “Brand New
Revolution” não é um álbum comum de um guitarrista, é uma versátil e empolgante
mistura de elementos que fazem do heavy metal um estilo épico. Gus G. acertou
em cheio com sua fórmula e entregou um trabalho memorável.
Nota: 8/10
Status: Alucinante
Faixas:
01. The Quest
02. Brand New Revolution
03. Burn
04. We Are One
05. What Lies Below
06. Behind Those Eyes
07. Gone To Stay
08. One More Try
09. Come Hell Or High Water
10. If It Ends Today
11. Generation G
12. The Demon Inside