quarta-feira, 10 de junho de 2015

Scott Weiland And The Wildabouts – Blaster (2015):



Por Davi Pascale

Scott Weiland está de volta! Em seu primeiro trabalho após sua saída do Stone Temple Pilots, o rapaz entrega um álbum de rock sólido buscando novas referências. Com uma boa banda de apoio e sonoridade variada, cantor agrada em nova empreitada.

Encrenca parece ser seu nome do meio. Embora Blaster esteja bem legal, o trabalho mal saiu e o rapaz se vê em uma posição super delicada. Seu guitarrista, Jeremy Brown, foi encontrado morto no dia 30 de Março. Um dia antes do lançamento do disco. “Ficamos preocupados quando à tarde Jeremy não apareceu para o ensaio de um show que faríamos à noite. Uma hora depois, a família de Jeremy nos informou que havia falecido. Estou em choque!”, declarou o cantor em post oficial na ocasião. A causa da morte não foi revelada e abala o grupo, já que o rapaz ajudou bastante na criação do novo material.

As performances de Weiland são sempre uma incógnita. Sendo um cantor extremamente carismático, tanto pode estar em forma e entregar uma performance espetacular e enérgica quanto subir ao palco totalmente maluco, fora de si, por conta de seus vícios. No estúdio, entretanto, a história é outra. Dono de uma boa voz, sempre entregou trabalhos bem resolvidos. E aqui não é diferente. Se você está com medo de ouvir o novo disco por conta daquela apresentação do Texas que caiu no Youtube, pode ir sem medo. O trabalho vocal de Scott está excelente.

Cantor dá a volta por cima em novo álbum

Mas não espere nada na linha de Core ou do Purple. Weiland não fez um álbum nostálgico. Há poucos momentos do novo trabalho que nos remetem à sonoridade grunge que invadiu as rádios no início dos anos 90. “Bleed Out” é uma que nos remete ao som do tal movimento de Seattle. Mas conta com uma cara mais Nirvana do que STP. “Way She Moves” nos remete um pouco ao grupo que o tornou famoso, mais precisamente à fase de Tiny Music... Songs From The Vatican Gift Shop.

Blaster é um álbum variado. “Parachute” e “Modzilla” contam com uma pegada meia hard rock, enquanto “Circles” é uma balada country. O clássico “20th Century Boy” do T-Rex traz um ar de festa e descontração. “Blue Eyes” e “Hotel Rio” parecem terem sido criadas na medida certa para tocarem nas rádios, enquanto “White Lightning” traz aquela sonoridade suja, arrastada, mas ainda com um “q” de blues, com um espírito meio Jack White. “Beach Pop”, é uma canção power-pop e me remeteu ao Blondie em alguns trechos.

Com uma sonoridade meio garage rock, meio 70´s, Scott Weiland se utiliza de alguns velhos elementos de projetos anteriores para buscar a identidade de seu novo grupo. Se por um lado não chega aos pés de seus primeiros álbuns do Stone Temple Pilots ou à estréia do Velvet Revolver, por outro traz um material bem superior aos seus discos solos e aos trabalhos mais recentes do grupo que tinha ao lado dos irmãos De Leo. Pode ir sem medo!

Nota: 8,0/10.0
Status: Sólido

Faixas:
      01)   Modzilla
      02)   Way She Moves
      03)   Hotel Rio
      04)   Amethyst
      05)   White Lightning
      06)   Blue Eyes
      07)   Bleed Out
      08)   Youth Quake
      09)   Beach Pop
      10)   Parachute
      11)   20th Century Boy
12)   Circles