Por Rafael Menegueti
Considerada
uma das principais bandas do cenário do metal gótico, o Tristania já está na
estrada a mais de 15 anos. Mesmo passando por inúmeras mudanças de formação, e também
no estilo de sua música, eles continuam sendo adorados por fãs do gênero no
mundo inteiro. Confira agora uma breve descrição da discografia dessa banda
norueguesa.
Widow’s Weeds
(1998)
O primeiro
lançamento da banda mostra a sonoridade mais obscura dentre todos. À época, a
banda era liderada por Morten Veland, que dividia os vocais com Vibeke Stene. Influencias
e elementos de estilos como o black metal, o doom metal, o death metal e música
clássica deram uma atmosfera extremamente melancólica e pesada ao disco. As guitarras
de Morten e Anders H. Hidle formaram uma ótima combinação com riffs arrastados
e melódicos. A turnê do álbum renderia um VHS (mais tarde relançado em DVD) com
trechos de uma das apresentações, chamado “Widow’s Tour”.
A formação original do grupo |
Beyond The
Veil (1999)
Esse é
considerado uma das obras primas do metal gótico. Tudo que você possa imaginar
que seja sinônimo desse estilo está presente nesse álbum. O disco é bem mais atmosférico
do que o primeiro. Mais agressivo e pesado, com letras inspiradas em mitologia
grega. Os corais também ganharam um lugar de destaque nesse disco, assim como a
mistura entre os vocais limpos, guturais e líricos. Morten Veland deixaria o
grupo após esse trabalho, para fundar o Sirenia, e o Tristania passaria por
varias mudanças dali pra frente.
World of
Glass (2001)
Após a saída
de Morten Veland, o processo criativo do grupo ficou por conta apenas do
tecladista Einar Moen e do guitarrista/vocalista Anders Hidle. “World of Glass”
reúne os mesmos elementos do disco anterior, mas com uma leve diversidade. Um
pouco menos melódico, o disco trouxe o vocalista do Trail of Tears, Ronny Thorsen,
nos vocais guturais principais, e apresentou Østen Bergøy nos vocais limpos. O
segundo viria a ser efetivado na banda logo após, embora já participasse em estúdio
desde a estréia.
Ashes
(2005)
Capa alternativa |
Particularmente,
meu álbum favorito da banda. Aqui podemos demarcar um divisor de águas na
sonoridade do grupo. Ficam definitivamente pra trás as influencias sonoras
criadas por Morten Veland, como o doom metal, e um estilo mais progressivo,
alternativo e complexo ganha espaço. Neste álbum, a banda conta com Kjetil
Ingebrethsen nos guturais, e esse seria seu único trabalho com o grupo.
A banda na fase do disco "Ashes" |
Illumination
(2007)
A
sonoridade da banda continuava mudando. Vorph aparece como vocalista convidado
nos guturais. Com arranjos bem mais progressivos e mais ênfase nos vocais
limpos, Illumination não agradou muito aos fãs mais antigos. A banda já nem
lembrava mais aquela do começo dos anos 2000. No entanto, eu considero
Illumination um bom trabalho. Mas a banda passaria por novas mudanças dali pra
frente. Esse seria o ultimo álbum de três membros fundadores do grupo: o baterista
Kenneth Olsson, o baixista Rune Østerhus e a vocalista Vibeke Stene. Essa última
seria a que mais afetaria o rumo musical da banda.
Rubicon
(2010)
A banda
estava quase totalmente reformulada ao lançarem “Rubicon”. Apenas o guitarrista
Anders e Einar Moen (apenas em estúdio) da formação original. Tarald Lie Jr.
(bateria), Ole Vistnes (baixo), Gyri Losnegaard (guitarra) entraram, assim como
os novos vocalistas Kjetil Nordhus e a italiana Mariangela Demurtas. E foi
exatamente nos vocais que o novo disco falhou. “Rubicon” é, sem dúvidas, o
trabalho mais fraco do grupo. Confuso e com vocais estranhos, o álbum não
agradou em nada. Ele não é 100% ruim, algumas músicas são até interessantes,
mas como um todo, o disco não empolga. A sobreposição dos vocais nas músicas
deixou alguns trechos confusos e até irritantes. Mari Demurtas foi mais
prejudicada pela produção, pois ela não é uma vocalista ruim. O mesmo pode se
dizer de Kjetil, que tem um timbre parecido com o de Østen Bergøy (que fez
aparição especial no álbum).
The Darkest
White (2013)
A falha em
Rubicon foi apenas um acidente de percurso. É o que eu posso concluir com “The
Darkest White”, mais recente lançamento da banda. Dessa vez a banda volta a ter
aquela sonoridade que misturava elementos progressivos, melodias fortes e uma
agressividade mais coesa. Ainda não é o Tristania de antigamente, mas é bem
superior ao de 2010. Mari Demurtas e Kjetil agora parecem bem melhor
entrosados, e os vocais ficaram excelentes, fazendo jus ao talento de ambos. O
disco tem arranjos mais simples, sem rodeios e enrolações. Todas as letras
foram escritas pelo baterista Tarald Lie Jr. E definitivamente a banda volta a
fazer um disco forte e inspirado.
A atual formação do Tristania |