Por Davi Pascale
Algumas vezes somos
surpreendidos. Nunca imaginaria que o blog chegaria até a Italia, mas eis que
recebo o material do Kaledon. Uma ótima banda da qual ainda não havia tido
muito contato ainda. Só conhecia eles pela participação no tributo ao Manowar, The Triumph of Revenge.
Criada em 1998 pelo guitarrista
Alex Mele, o grupo chega agora ao seu décimo álbum, com uma nova formação. O
vocalista Michele Guaitoli (Overture, Future Is Tomorrow) e o baterista Manuele
di Ascenzo (Secret Rule) fazem sua estreia em disco e, pelo visto, em grande
estilo. Na verdade, Michele já havia cantado em “Holy Water” e “Into The Fog”,
duas regravações do álbum Twilight Of
The Gods que ocorreram em 2015, mas esse é o primeiro disco que canta na
íntegra.
Carnagus: Emperor of the Darkness apresenta uma banda forte. Aqui
no Brasil, tem de tudo para acontecer. Os garotos apostam em uma sonoridade
power metal com bastante presença de sinfônico, uma pegada meio épica. Ou seja,
um som bem apreciado entre os headbangers daqui. Por falar nisso, fica uma dica
para os colecionadores brasileiros. O baterista Jorg Michael (Stratovarius,
Running Wild), músico bem admirado em nosso país, chegou a gravar o terceiro
disco dos caras, mas voltaremos ao novo álbum...
O CD abre como “Tenebrae Venture
Stunt”, uma daquelas famosas introduções climáticas, com bastante orquestração,
que prepara o terreno para anunciar a primeira paulada. Nesse caso, “The
Beginning of the Night”. Faixa extremamente forte que conta com todos os
elementos que os fãs do gênero apreciam. Linha vocal alta e melódica, bateria
com bumbo duplo no talo, quebradas de tempo, duelos de solo entre guitarra e
teclado. A linha vocal me trouxe bastante referências de Symphony X.
“Eyes Without a Life” mantém a
agressividade com uma pegada bem Helloween. Algo que já fica nítido de cara é
que os músicos gostam de explorar bastante as mudanças de andamento e que
embora nos versos as guitarras distorcidas falem mais alto do que os teclados,
nos solos eles saem de igual pra igual. Característica que é mantida em todo o
álbum.
Imagem da formação que gravou o novo disco |
Estou meio que descobrindo a
banda agora, então é difícil para mim, comparar a atuação dos novos músicos aos
anteriores. Contudo, é nítido o talento dos garotos. Michele possui um ótimo domínio
vocal, demonstrando versatilidade e facilidade para passear entre regiões
baixas e altas. Manuele se sobressai pelo grande domínio de bumbo duplo, algo
que pode ser notado tanto nas mudanças de andamentos, quanto nos momentos onde
resolve sentar o pé. Alguns ótimos exemplos são faixas como “Talepathic
Messages” ou em passagens de “Evil Beheaded”, onde atinge velocidades inimagináveis,
não deixando nada a dever aos músicos de metal extremo. Mesmo!
Emperor of Darkness está bem produzido. E embora conte com teclados
e orquestrações, a banda não perde a agressividade, o lado mais sombrio.
Realidade que pode ser conferida com clareza em “The Two Bailouts”, um dos
grandes destaques do disco, que conta com uma pegada mais cadenciada, além de
ser dona de um ótimo refrão. “Trapped On The Throne” já volta com a realidade
veloz e mais para cima, contando com algumas passagens de guitarra que têm de tudo
para se tornarem sing-alongs nos concertos.
Para quem é fã do gênero,
especialmente grupos como Rhapsody e Dragonforce, o trabalho é mais do que
recomendado. Boa qualidade de gravação, músicos excelentes e repertório
extremamente consistente fazem desse um álbum que merece ser conferido pela
trupe de headbangers. Aqui no Brasil, eles não são muito manjados, mas o grupo
já está na estrada há um bom tempo e possui um grande prestígio. Dê uma
checada!
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Consistente
Faixas:
01) Tenebrae Venture Sunt
02) The Beginning of the Night
03) Eyes Without Life
04) The Evil Witch
05) Dark Reality
06) The Two Bailouts
07) Trapped On The Throne
08) Telepathic Messages
09) Evil Beheaded
10) The End of the Undead