Por Davi Pascale
Banda curitibana chega ao seu
terceiro disco. Sem fazer concessões, a rapaziada entrega mais um álbum com
rock n roll direto e contagiante. Para ouvir no talo!
Venho recebendo pedidos para
mostrar um pouco mais da cena brasileira que não chega aos ouvidos da grande
massa. Já fiz isso por aqui algumas vezes comentando de algumas bandas que
gosto muito e que acho que nunca receberam o prestigio que mereceriam. Resenhei
por aqui discos de artistas como Carro Bomba, Dr. Sin, Acústicos &
Valvulados, Velhas Virgens... Mas como os pedidos estão acontecendo e realmente
temos bastante coisa boa rolando por aí, resolvi trazer mais uma banda que
considero um dos grandes destaques da cena nacional e que uma boa parte da
molecada ainda não se ligou: a rapaziada do Motorocker.
Esse é o terceiro disco dos
caras, mas a banda já está na estrada há um bom tempo. O grupo existe desde
1992 e demorou 14 anos para lançar seu primeiro álbum: Igreja Universal do Reino do Rock (2006).
Foi através desse disco que descobri a banda. Tinha lido algumas resenhas
associando os caras ao AC/DC e resolvi arriscar. Exatamente, comprei no escuro
sem ter escutado nenhuma canção antes. Entretanto, foi com o segundo disco – Rock Na Veia (2010) - que realmente me
chamaram a atenção.
Rock Brasil mantém o nível do trabalho anterior e mantém o espírito
da banda. Os músicos apostam em um rock n roll de raiz, sem se render à
modismos, sem preocuparem em soarem radiofônicos. As letras falam sobre
assuntos que são mais do que manjados entre os grupos do meio, mas que sempre
cativam e divertem o ouvinte. Os temas que todo fã de rock que se preze curte:
bebida, mulher, rock n roll, vida na estrada. O grupo não prega política de
esquerda, política de direita, não traz conselhos.Sua mensagem é uma só: diversão!
Grupo mantém sua sonoridade em seu terceiro álbum |
Realmente a influência AC/DC é
facilmente perceptível e constante em todo o disco (os anteriores não eram
diferentes, não). Seja na levada de bateria reta com sonoridade seca, com os
riffs de guitarra ou com o trabalho vocal de Marcelus dos Santos. O cara canta
80% do tempo com o vocal gritado. E sua voz lembra bastante o Brian Johnson. Se
você é fã de AC/DC e não conhece a banda, corra atrás!
Entretanto, há uma diferença
entre eles e o grupo australiano: aqui há a presença de baladas. “Macho e
Fêmea” e “Estação das Almas” são duas canções que devem mexer com o coração
das garotas. Entretanto, é realmente nos momentos mais rock n roll onde o grupo
se destaca. Faixas como “Rockeiro Brasileiro” e “Para-Raio de Encrenca”
arrancam um sorrisinho do ouvinte com suas letras bem-humoradas. Os grandes
destaques mesmo, contudo, ficam com “TCO”, “Louco de Gole” e a faixa-título
“Rock Brasil”. No final do disco foi incluído o single “Estação das Almas” que havia sido lançado pouco tempo antes desse
disco ir para as lojas. Tanto “Pegada Seca” quanto “Sodoma ou Gomorra?” são
excelentes e figuram entre os pontos altos do CD.
Está aí uma banda brasileira que
gostaria muito de assistir ao vivo e ainda não tive a oportunidade. Enquanto
não pinta a chance, me divirto com os álbuns dos caras. Garanto que quem
arriscar, irá se divertir também. Ouça e depois comente por aqui o que acharam da
banda.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Hard rock de responsa
Faixas:
01)
Rock Brasil
02)
TCO
03)
Curva de Rio
04)
Louco de Gole
05)
Periplaneta
06)
Macho e Fêmea
07)
Rockeiro Brasileiro
08)
Para-Raio de Encrenca
09)
Motorocker
10)
Pegada Seca (Bônus)
11)
Sodoma Ou Gomorra (Bônus)
12)
Estação das Almas (Bônus)