quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Judas Priest – Redeemer of Souls (2014)





Por Davi Pascale

Banda britânica faz seu primeiro trabalho com novo guitarrista. Com uma sonoridade mais direta, deve escapar das críticas que sofreram com o conceitual Nostradamus. Longe de ser um clássico, mas certamente divertido, deve agradar aos fãs, embora a qualidade de gravação deixe a desejar.

Muitos comemoraram a volta de Rob Halford e o lançamento de Angel of Retribution. Eu fiquei dividido com a volta de Halford e me frustrei com o álbum de retorno. Dividido porque embora tenha começado a ouvir Priest com Halford, gostava muito de Ripper Owens. Achava que seu estilo casava como uma luva (bom... ele cantava em uma banda cover do Priest, né?) e gosto muito do já citado Jugulator. Canções como “Blood Stained”, “Burn In Hell” e “Abductors” tocaram sem parar no meu CD player. Sem contar no showzaço que fez com a banda no Credicard Hall na tour de divulgação do (fraco) Demoliton. Por outro lado, não dá para falar que fiquei desapontado com a volta de Rob Halford porque ele sempre esteve entre meus cantores favoritos de metal. Que o diga War of Words do Fight que trazia um trabalho vocal absurdo. Agora... Angel of Retribution e Nostradamus achei discos não mais do que bacanas. Não eram ruins, mas longe daquilo que esperava de uma banda como o Judas Priest. Não atingiram minhas expectativas.

Redeemer of Souls traz muito da sonoridade clássica do Priest. A bateria contagiante de Scott Travis, o baixo marcante de Ian Hill, os riffs típicos de Glenn Tipton e o vocal inconfundível de Rob Halford. Richie Faulkner, que entrou substituindo K.K. Downing, se encaixou bem ao grupo. Seu estilo não descaracterizou a sonoridade da banda e ainda trouxe sangue novo. Entretanto, a mixagem me frustrou um pouco. As canções são muito boas, mas achei o som abafado e a bateria sem brilho. Certamente com uma mixagem melhor, causaria mais impacto.

Redeemers of Souls é o primeiro trabalho com o guitarrista Richie Faulkner

Muitos têm questionado o vocal de Halford. É até compreensível. O cara já está com 62 anos e a maioria dos cantores de sua geração tem demonstrado cansaço na voz. Mas a verdade é que ele se saiu muito bem. Suas linhas vocais estão no estilão dele e os (poucos) agudos soam agradáveis. Claro que não dá para comparar com a potência vocal que tinha na época de “Into the Pit” ou “Painkiller”, mas não decepciona. Foi esperto de não criar muitas linhas vocais com a voz lá em cima, o que poderia prejudicá-lo na hora de sair em turnê.

“Dragonaut” inicia a festa com uma sonoridade agressiva típica da banda com Scott intercalando bumbo duplo com uma levada mais simples. Outra que é marcada pela bateria é a pesadaça “Metalizer”. O clima 80´s está presente em diversos momentos do álbum. Seja em “Sword of Damocles” com sua guitarra à la Iron Maiden, seja na faixa-titulo cujo refrão poderia muito bem fazer parte de algum disco do Helloween. Os grandes destaques, contudo, ficam com “March of the Damned” e “Battle Cry”. Já a decepção fica com a sonolenta “Beginning of the End”.  

Redeemers of Souls não se iguala à trabalhos clássicos como Screaming For Vengeance, British Steel ou Hell Bent For Leather, mas satisfaz. Espero que no próximo trabalho cuidem melhor do tratamento de áudio. Tenho certeza que com um som mais definido, o impacto seria maior. Várias músicas devem crescer nas apresentações...

Nota: 7,5 / 10,0
Status:  Ótimas composições com produção à desejar

Faixas:
      01)   Dragonaut
      02)   Redeemer of Souls
      03)   Halls of Valhalla
      04)   Swords of Damocles
      05)   Marh of the Damned
      06)   Down In Flames
      07)   Hell & Back
      08)   Cold Blooded
      09)   Metalizer
      10)   Crossfire
      11)   Secrets of the Dead
      12)   Battle Cry
      13)   Beginning of The End