quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Women In Rock

Por Davi Pascale

Sempre que falamos de rock n roll, nos vêm à memória garotos cabeludos, chacoalhando a cabeça, tocando no último volume. Mas, várias garotas também marcaram o gênero. Citarei agora 5 artistas femininas que sempre acompanhei de perto. Pretendo fazer mais algumas listas, várias garotas que gosto muito ficaram de fora. Não sei ainda quando irei fazê-las...  Lembrando que não são as mais importantes de todos os tempos, nem minhas 5 preferidas de todos tempos. Simplesmente 5 artistas femininas que admiro e que, por algum motivo, vieram à minha cabeça enquanto escrevia esse artigo. Simples assim...


Joan Jett



Quando falamos de grupo de rock feminino, o The Runaways é um dos primeiros que surge em nossa mente. Dentre as garotas que fizeram parte da banda, ao menos duas fizeram historia no rock n roll. Uma delas atende pelo nome de Joan Jett. Sua carreira decolou depois que montou o grupo Joan Jett & The Blackhearts e fez uma releitura da canção “I Love Rock n Roll” de uma banda que é um tanto obscura no Brasil, The Arrows. Em sua sonoridade mistura elementos do punk e do rockabilly. Com faixas diretas, bom trabalho de guitarra, um rosto angelical e sem abusar da sensualidade, marcou época e ainda é lembrada entre 9 de 10 roqueiros. Esteve recentemente no Brasil, durante a primeira edição do Lollapallooza Brasil, onde fez uma apresentação memorável.



Lita Ford



A outra runaway que marcou época foi a Lita Ford. Seguiu o caminho oposto de sua colega Joan em quase tudo. Buscou uma sonoridade mais próxima do heavy, abusou da sensualidade e também da sexualidade. Recentemente, ela deu uma entrevista onde comentava suas preferências sexuais que acabou chocando parte de seus fãs que a acusavam de estar se expondo além da conta. Vários artistas do rock comentam sobre já terem ‘namorado’ Lita. Durante os anos 80, era vista como um verdadeiro sex symbol entre os amantes do som pesado. Nessa época, arriscou um som mais próximo do hair metal e foi aí que conseguiu seus maiores hits como “Shot of Poison” e a balada “Kiss Me Deadly”.



The Donnas



Fortemente influenciadas pela cena setentista, o grupo chamou minha atenção quando lançaram o álbum Spend The Night. Nos primeiros trabalhos, tinham uma sonoridade bem punk, com forte influência dos Ramones. Inclusive, seguiram a idéia de usar o nome do conjunto como parte do nome artístico delas. Depois, abandonaram essa idéia. Com o tempo, foram se aproximando cada vez mais do hard rock e deixando nítida a influencia de grupos como Kiss, AC/DC e as próprias Runaways. Tive a oportunidade de assistir a primeira passagem delas no Brasil quando estavam para lançar seu sétimo trabalho, o excelente “Bitchin”. Vale a pena conferir.



Sheryl Crow



De todas dessa lista, acho que Sheryl é a que tem a sonoridade mais soft. A garota teve seu primeiro papel de destaque quando assumiu o posto de backing vocal do Michael Jackson durante a turnê do Bad em 1988. Mas foi somente em 1993, quando lançou seu debut “Tuesday Night Music Club” que as pessoas começaram a notar seu talento. Além de bonita, a ex-mulher de Eric Clapton, tem um excelente alcance vocal, além de ser compositora e multi-instrumentista. No Brasil, os CDs de maiores destaques foram os dois primeiros que tinham os hits “Everyday Is a Winding Road”, “If It Makes You Happy”, “All I Wanna Do”, “Leavin´ Las Vegas”. O meu favorito, entretanto, sempre foi “The Globe Sessions”.



Alanis Morissette




Ao contrario das demais, nunca considerei Alanis um exemplo de beleza. Na fase do Jagged Little Pill achava ela apresentável, depois acho que seu visual piorou. Entretanto, ela não é uma modelo, é uma cantora. Portanto, o que deve ser julgado é a qualidade de sua música. Ainda me lembro de quando estourou nas rádios na metade da década de 90. Havia visto poucas vezes uma cantora que tivesse a entrega que tinha em suas apresentações. Suas letras, muitas vezes com um quê de rebeldia fizeram a cabeça da garotada. Essa fase, contudo, durou pouco. Todo esse estardalhaço mexeu com a cabeça da menina que resolveu se afastar um pouco para meditar, botar a cabeça no lugar. Depois de uma viagem à India, lançou Supposed Former Infatuation Junkie. Confundiu todo mundo. A sonoridade estava mais ousada, as letras mais poéticas e sua postura menos rebelde. Fãs e críticos dividiram opiniões. O fato é que a qualidade de seus discos sempre foi alta e durante os anos vários trabalhos inspirados surgiram. Vale a pena dar uma aprofundada.