Por Davi Pascale
Sempre que falamos de rock n
roll, nos vêm à memória garotos cabeludos, chacoalhando a cabeça, tocando no
último volume. Mas, várias garotas também marcaram o gênero. Citarei agora 5 artistas
femininas que sempre acompanhei de perto. Pretendo fazer mais algumas listas,
várias garotas que gosto muito ficaram de fora. Não sei ainda quando irei
fazê-las... Lembrando que não são as
mais importantes de todos os tempos, nem minhas 5 preferidas de todos tempos. Simplesmente
5 artistas femininas que admiro e que, por algum motivo, vieram à minha cabeça
enquanto escrevia esse artigo. Simples assim...
Joan Jett
Quando falamos de grupo de rock
feminino, o The Runaways é um dos primeiros que surge em nossa mente. Dentre as
garotas que fizeram parte da banda, ao menos duas fizeram historia no rock n
roll. Uma delas atende pelo nome de Joan Jett. Sua carreira decolou depois que
montou o grupo Joan Jett & The Blackhearts e fez uma releitura da canção “I
Love Rock n Roll” de uma banda que é um tanto obscura no Brasil, The Arrows. Em
sua sonoridade mistura elementos do punk e do rockabilly. Com faixas diretas,
bom trabalho de guitarra, um rosto angelical e sem abusar da sensualidade,
marcou época e ainda é lembrada entre 9 de 10 roqueiros. Esteve recentemente no
Brasil, durante a primeira edição do Lollapallooza Brasil, onde fez uma
apresentação memorável.
Lita Ford
A outra runaway que marcou época foi a Lita Ford. Seguiu o caminho oposto
de sua colega Joan em quase tudo. Buscou uma sonoridade mais próxima do heavy,
abusou da sensualidade e também da sexualidade. Recentemente, ela deu uma
entrevista onde comentava suas preferências sexuais que acabou chocando parte
de seus fãs que a acusavam de estar se expondo além da conta. Vários artistas
do rock comentam sobre já terem ‘namorado’ Lita. Durante os anos 80, era vista
como um verdadeiro sex symbol entre os amantes do som pesado. Nessa época,
arriscou um som mais próximo do hair metal e foi aí que conseguiu seus maiores
hits como “Shot of Poison” e a balada “Kiss Me Deadly”.
The Donnas
Fortemente influenciadas pela
cena setentista, o grupo chamou minha atenção quando lançaram o álbum Spend The
Night. Nos primeiros trabalhos, tinham uma sonoridade bem punk, com forte
influência dos Ramones. Inclusive, seguiram a idéia de usar o nome do conjunto
como parte do nome artístico delas. Depois, abandonaram essa idéia. Com o
tempo, foram se aproximando cada vez mais do hard rock e deixando nítida a
influencia de grupos como Kiss, AC/DC e as próprias Runaways. Tive a
oportunidade de assistir a primeira passagem delas no Brasil quando estavam
para lançar seu sétimo trabalho, o excelente “Bitchin”. Vale a pena conferir.
Sheryl Crow
De todas dessa lista, acho que
Sheryl é a que tem a sonoridade mais soft. A garota teve seu primeiro papel de
destaque quando assumiu o posto de backing vocal do Michael Jackson durante a
turnê do Bad em 1988. Mas foi somente em 1993, quando lançou seu debut “Tuesday
Night Music Club” que as pessoas começaram a notar seu talento. Além de bonita,
a ex-mulher de Eric Clapton, tem um excelente alcance vocal, além de ser
compositora e multi-instrumentista. No Brasil, os CDs de maiores destaques
foram os dois primeiros que tinham os hits “Everyday Is a Winding Road”, “If It
Makes You Happy”, “All I Wanna Do”, “Leavin´ Las Vegas”. O meu favorito,
entretanto, sempre foi “The Globe Sessions”.
Alanis
Morissette
Ao contrario das demais, nunca
considerei Alanis um exemplo de beleza. Na fase do Jagged Little Pill achava
ela apresentável, depois acho que seu visual piorou. Entretanto, ela não é uma
modelo, é uma cantora. Portanto, o que deve ser julgado é a qualidade de sua
música. Ainda me lembro de quando estourou nas rádios na metade da década de
90. Havia visto poucas vezes uma cantora que tivesse a entrega que tinha em
suas apresentações. Suas letras, muitas vezes com um quê de rebeldia fizeram a
cabeça da garotada. Essa fase, contudo, durou pouco. Todo esse estardalhaço
mexeu com a cabeça da menina que resolveu se afastar um pouco para meditar,
botar a cabeça no lugar. Depois de uma viagem à India, lançou Supposed Former
Infatuation Junkie. Confundiu todo mundo. A sonoridade estava mais ousada, as
letras mais poéticas e sua postura menos rebelde. Fãs e críticos dividiram
opiniões. O fato é que a qualidade de seus discos sempre foi alta e durante os
anos vários trabalhos inspirados surgiram. Vale a pena dar uma aprofundada.
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