quinta-feira, 18 de junho de 2015

Mark Slaughter – Reflections In a Rear View Mirror (2015):



Por Davi Pascale

O vocalista Mark Slaughter lança seu primeiro trabalho solo. Contando com a ajuda de um famoso produtor da cena, a sonoridade hard rock 80´s é mantida. Quem acompanhou seu trabalho com o Slaughter irá curtir.

Já faz um tempo que seus fãs aguardam um novo material do Slaughter. O ultimo álbum dos rapazes foi o (ótimo) Back to Reality, lançado no longínquo ano de 1999. Enquanto os músicos não decidem ir para o estúdio tirar o atraso, seus fãs podem se deleitar com a estréia solo de seu líder Mark Slaughter.

O álbum nasceu em um momento em que os músicos estavam fazendo projetos paralelos. Mark estava participando de um show chamado Scrap Metal, ao lado de outros nomes da cena hair metal, como Vixen e Nelson. Os demais músicos do Slaughter estavam excursionando com o cantor do Motley Crue, Vince Neil. Mark não montou uma nova banda. Gravou o disco praticamente sozinho. O único instrumento que não gravou foi a bateria, que ficou a cargo do músico de estúdio Mark Goodin. De resto – baixo, teclados, guitarras... – tudo feito pelo rapaz. Inicialmente vendido em seu site oficial, o disco chega agora às lojas pelo selo Escape Music.

Mixado pelo produtor Michael Wagener, o disco segue a linha hard melodic que seus fãs tanto gostam. A escolha não poderia ter sido mais acertada. Michael foi produtor de álbuns multi-platinados da cena hard oitentista como Slave To The Grind (Skid Row), Under Lock And Key (Dokken), Too Fast For Love (Motley Crue), Pornograffitti (Extreme) e Pride (White Lion). A sonoridade está bacana. O único senão é o som da bateria, que achei que poderia ter sido mais trabalhado.

A voz de Mark Slaughter sempre chamou a atenção dos amantes do movimento. Desde os tempos em que cantava no Vinnie Vincent Invasion, com quem gravou o álbum All Systems Go. Não sei como está sua voz nos shows atualmente, mas no disco ele se saiu muito bem. Onde mais se destaca é no trabalho de guitarra e no trabalho vocal.

Cantor resgata sonoridade oitentista em seu primeiro trabalho solo

“Away I Go” e “Never Givin´ Up” nos leva de volta aos anos 80 trazendo a sonoridade que invadiu as arenas da época com refrões marcantes e guitarra falando alto. “Baby Wants”, com sua pegada Lynch Mob, e “Velcro Jesus” também estão entre os grandes destaques e farão a alegria dos ouvintes.

Muitos grupos dessa época tiveram baladas de destaque nas programações FM. Com o Slaughter não foi diferente. Quem se recorda do grupo, certamente se lembra do sucesso de “Fly To The Angels”. Portanto, não poderia faltar canções do gênero por aqui. Temos 3 delas aqui: a boa “Don´t Turn Away”, que conta com as participações especiais de Gena Johnson nos vocais e Billy Johnson nos teclados, a fraca “Carry Me Back Home” e a ótima “Deep In Her Heart”.

Parece que o rapaz foi afetado pelos sons dos colegas com quem esteve dividindo o palco recentemente. “The Real Thing” nos remete bastante ao Nelson. Especialmente a linha vocal. “Somewhere Isn´t Here” traz um som um pouco mais alegre do que seus fãs estão acostumados. Os pontos baixos ficam pela já citada balada “Carry Me Back Home”, o rock “Miss Elainious” e pela vinheta “In Circle Flight”. Nada contra o recurso, mas achei que ficou totalmente deslocada. Não tem nada a ver com o resto do disco. Embora conte com uma mixagem um pouco mais moderna, Mark Slaughter não se rende aos modismos e entrega aos fãs aquilo que esperam dele. Disco bem bacana de ouvir!

Nota: 7,5/10,0  
Status: Honesto

Faixas:
      01)   Away I Go
      02)   Never Givin´ Up
      03)   Miss Elainious
      04)   Carry Me Back Home
      05)   The Real Thing
      06)   Baby Wants
      07)   Don´t Turn Away
      08)   Somewhere Isn´t Here
      09)   In Circle Flight
      10)   Velcro Jesus 
      11)   Deep In Her Heart