quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Tarja – The Brightest Void (2016):



Por Davi Pascale

Tarja Turunen lança novo álbum. Na verdade, dois. Hoje, trataremos do primeiro deles. Com sonoridade sombria e voz potente, a belíssima cantora finlandesa dá uma prévia do que está por vir em projeto que deve agradar seus fieis seguidores.

Tarja é, para mim, um dos últimos grandes nomes do rock. Sempre fui muito fã tanto do seu estilo de composição, quanto de sua voz. Hoje não é mais novidade misturar musica clássica com heavy metal, mas são poucos os que sabem mesclar os dois universos tão bem. Sim, continuo gostando do Nightwish. Gosto de Epica, After Forever, Within Temptation e afins. Mas quem realmente tem me chamado a atenção nos últimos tempos é ela. Dona de uma das vozes mais afinadas da atualidade e de uma carreira incrivelmente consistente.

Talvez, o grande diferencial seja seu conhecimento de música clássica. Enquanto a maioria dos artistas da cena são de headbangers que nutriam uma admiração pela musica clássica. No caso dela é exatamente o oposto. Sua escola musical é realmente a música clássica, as cantoras de ópera, etc. Inclusive, leva em paralelo uma carreira com uma obra mais voltada para esse universo. Sempre intercala um álbum mais clássico com um mais rock n roll. E, dessa vez, é a vez do rock falar alto novamente.

“No Bitter End” é a única que consta nos dois discos. Trata-se da faixa single. Escolha correta. Embora tenha uma guitarra suja, conta com uma linha vocal pegajosa. Com poucas ouvidas, o  refrão entra na sua cabeça e não sai mais. “Eagle Eye” traz a linguagem que seus fãs estão acostumados. Contando com a participação especial de seu irmão Toni Turunen nos vocais e o baterista do Chili Peppers, Chad Smith, traz aquela mescla de guitarras sujas, arranjo cadenciado, vocal variando entre o limpo e o lírico. Mesma lógica que segue desde os tempos de My Winter Storm.

As mais diferenciadas acredito que sejam “An Empty Dream” e “Witch Hunt”. Faixas marcadas por fortes inclusões de elementos eletrônicos. Foram as duas que considerei dispensáveis. A divertida “Your Heaven And Hell” também traz um 'q' de novidade ao trazer um arranjo mais direto, mais veloz, com direito até a um solo de gaita na musica. Características que têm tudo a ver com o convidado, Michael Monroe (Hanoi Rocks), mas não tão previsível no trabalho de Tarja.

Já é comum esperarmos alguns covers inusitados em seus CD´s. Aqui, temos 2. “Goldfinger”, interpretada originalmente por Shirley Bassey na trilha do 007. A música traz aquele ar cinematográfico que os fãs do Nightwish tanto gostam. Uma das melhores do álbum. E “House of Wax”, de Paul McCartney, onde manteve a pegada moderna e sombria da canção original, mas adicionando um pouco mais de peso. Os fãs de Tarja irão adorar. McCartney, ficaria orgulhoso. Os fãs dos Beatles já não tenho tanta certeza...

Outro grande destaque é a porrada “Shameless” onde entrega um trabalho vocal impressionante, demonstrando que não perdeu seu forte alcance. “What About Us”, gravada originalmente para o álbum Hydra do Within Temptation, encerra o disco com um novo mix, onde a voz de Tarja ganha mais destaque. Trabalho bem bacana. Certamente, um ótimo aperitivo. Já ansioso para ouvir The Shadow Self.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Ótimo

Faixas:
      01)   No Bitter End
      02)   Your Heaven And Your Hell
      03)   Eagle Eye
      04)   An Empty Dream
      05)   Witch Hunt
      06)   Shameless
      07)   House of Wax
      08)   Goldfinger 
      09)   Paradise (What About Us) – New Mix