terça-feira, 15 de novembro de 2016

Keith Richards – Crosseyed Heart (2015):



ESTOU DE FÉRIAS. POR CONTA DISSO, ATÉ O DIA 15 DE NOVEMBRO, O BLOG RIFF VIRTUAL REPRISARÁ ALGUMAS MATÉRIAS. APÓS ESSA DATA, RETORNAREI COM TEXTO INÉDITO. LET´S ROCK!!!
 
Por Davi Pascale

Guitarrista do Rolling Stones lança novo trabalho solo depois de 23 anos. Contando com a participação de Norah Jones e Bobby Keys, músico fez trabalho variado e deve agradar seus fãs.
 
Keith Richards chegou em um estágio onde não precisa provar mais nada para ninguém. Somente o fato de querer gravar um álbum de inéditas aos 71 anos de idade já é digno de aplausos. Suas entrevistas são sempre controversas e polêmicas. O fato de ser sempre sincero em suas palavras, às vezes, faz com que se crie uma relação de ódio à sua pessoa. Exemplos recentes seriam as palavras nada doces em relação ao rap, ao emblemático Sgt Peppers Lonenly Hearts Club Band (Beatles) e à bandas como Black Sabbath e Metallica. Todo esse ódio, entretanto, vai embora assim que ouvimos o rapaz tocando sua guitarra com aquele seu jeito desleixado e único.
 
Há quem julgue sua habilidade no instrumento. Diria que são pessoas que, em sua maioria, não compreenderam o artista. Keith Richards nunca se preocupou com técnica em demasiado, mas é um músico com identidade própria, além de ser dono de inúmeros riffs que são mais conhecidos do que cantiga de ninar. E isso, meu amigo, não é pouco! Certa vez, assisti uma entrevista do Pepeu Gomes onde o rapaz dizia: “mais bacana do que aprender uma técnica é criar uma técnica”. Essa lógica, de certa forma, se adequa à Keith. Sua palhetada é única. Ninguém soa como Keith!

Keith Richards volta com álbum variado

Essa não é sua primeira aventura longe dos Stones. Na real, esse é seu terceiro disco solo de inéditas. Mas é, sem dúvidas, o mais variado. Durante as 15 faixas apresentadas aqui, o rapaz passeia pelo rock, pelo pop, pelo reggae, pelo blues, pelo country, pelo soul. Tudo bem, essas influencias sempre estiveram presentes, mas aqui está mais descarado. Talk Is Cheap e Main Offender eram álbuns mais roqueiros que tinham umas 2 faixas que fugiam à regra e não mais do que isso. Quanto aos músicos? Sim, seus parceiros do X-Pensive Winos estão no álbum. E mais uma vez, o baterista Steve Jordan tomou a frente da produção ao lado de Keith. Bobby Keys, velho parceiro do músico que faleceu no finalzinho do ano passado, aparece em "Amnesia" e "Blues In The Morning"; enquanto Norah Jones, a talentosa filha de Ravi Shankar que ganhou as paradas de sucesso em 2002 com seu (ótimo) álbum de estréia Come Away With Me, participa da balada "Illusion".

Embora seja um grande guitarrista, Keith nunca foi um grande cantor. E a lógica se mantém. O lado bom é que o cara tem consciência de sua limitação. Não inventa modas. Continua com seu estilão de sempre. Sua velha palhetada aparece com força em "Trouble", "Nothing On Me", "Heartstopper" e nas duas faixas que gravou ao lado de Bobby Keys. Entretanto, o rapaz brilha também no violão blues de "Crosseyed Heart", no violão country de "Robben Blind" e no soul de "Lover´s Plea".

Engana-se quem acredita que Keith ficou limitado a gravar as guitarras. Além de ajudar a comandar a produção do álbum e compor o material, o rapaz se aventurou a gravar algumas linhas de baixo, além de piano, órgão, teclados e até electric sitar (uma espécie de guitarra que imita uma citara). Entre todos os álbuns solo que gravou, Talk Is Cheap ainda é meu favorito, mas sem dúvidas, Crosseyed Heart conta com uma audição mais do que satisfatória. Pode ir sem medo!
 
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Variado

Faixas:
      01)   Crosseyed Heart
      02)   Heartstopper
      03)   Amnesia
      04)   Robbed Blind
      05)   Trouble
      06)   Love Overdue
      07)   Nothing On Me
      08)   Suspicious
      09)   Blues In The Morning
      10)   Something For Nothing
      11)   Illusion
      12)   Just a Gift
      13)   Goodnight Irene
      14)   Substantial Damage 
      15)   Lover´s Plea