Por Rafael Menegueti
Epica |
Continuando a matéria sobre a discografia do Epica,
chegamos ao momento de transição na carreira do grupo holandês. A partir do
terceiro disco de estúdio da banda, o Epica foi aos poucos se tornando o que é
hoje.
The Divine Conspiracy (2007)
Em 2007 a banda lança seu primeiro álbum conceitual. O
conceito por trás do álbum vem da religião, numa ideia de que Deus teria criado
todas elas para que a humanidade encontrasse sua verdadeira natureza, e
percebesse que todas elas são uma só. A banda tornou seu som bem mais agressivo
nesse disco. O peso está presente não só nas guitarras e bateria, mas também
nas orquestrações, ainda mais intensas nesse trabalho. Os guturais de Mark
Jansen são mais presentes do que nos trabalhos anteriores, e a banda embarca de
vez em composições mais progressivas. Esse é o primeiro disco com Ariën van
Weesenbeek na bateria, mas na época ele ainda não era membro oficial, isso
viria a acontecer apenas no ano seguinte. Destaques: Sancta Terra, Fools of Damnation e The Divine Conspiracy.
The Classical Conspiracy (2009)
Em junho de 2008, a banda realizou na Hungria um show especial
acompanhado de orquestra completa. O show foi lançado em CD em maio de 2009. A
apresentação é divida em duas partes: a clássica, onde a banda e orquestra
fazem versões de grandes nomes da música clássica como Verdu, Vivaldi e Handel,
algumas trilhas famosas de cinema, como “Imperial March”, de Star Wars, e o
tema de “Spider Man”, além de algumas faixas presentes em “The Score”. A
segunda parte é o set da banda, com as canções habituais sendo executadas com a
orquestra. “The Classical Conspiracy” acabou sendo o último lançamento com o
guitarrista Ad Sluijter, que havia saído da banda ainda em 2008. Destaque: The
Imperial March.
Design Your Universe (2009)
Ainda naquele ano o Epica lança seu quarto álbum de
estúdio. “Design Your Universe” é mais um passo adiante na sonoridade
progressiva da banda. Muito bem lapidado e com composições ainda mais
elaboradas, me arrisco a dizer que esse é o trabalho definitivo da banda. Na
minha opinião o melhor. O disco se foca na imaginação e no poder da mente, com
base nas ideias trazidas da ciência, mais especificamente a física quântica,
que abre um novo leque de possibilidades para o universo. Esse é o primeiro
disco com Isaac Delaheye na guitarra. Com ele, também vieram os solos de
guitarra nas músicas, algo muito raro nos trabalhos anteriores. O disco ainda
conta com a participação especial de Tony Kakko, do Sonata Arctica, na faixa “White
Waters”. Destaques: Resign to
Surrender, Kingdom of Heaven e Design Your Universe.
Requiem
for the Indifferent (2012)
Depois de tantos lançamentos onde a criatividade e a
evolução nas composições eram o forte da banda, veio um disco onde ocorreu uma
leve escorregada. Não que “Requiem for the Indifferent” seja ruim, ele apenas
não tem o mesmo aspecto único e marcante que os outros discos possuem. A banda compôs
canções com estruturas complexas e a métrica das letras é bem diferente do
habitual, o que tornou a audição em muitos momentos algo que exige paciência.
Existem boas faixas no disco, principalmente as primeiras e a última, mas em
relação aos outros discos é o que menos empolga. Esse disco também ficou
marcado por um erro. Todas as cópias físicas lançadas contém uma versão de “Serenade
of Self-Destruction”, faixa que encerra o disco, sem os vocais de Simone e
Mark, apenas os corais. A banda disponibilizou a faixa correta para download. Esse
também é o ultimo álbum com o baixista original Yves Huts, que deixou a banda
logo após o lançamento. Destaques:
Storm the Sorrow, Monopoly On Truth e Serenade of Self-Destruction.
Retrospect (CD e DVD - 2013)
Para comemorar 10 anos de estrada, a banda precisava fazer
algo especial. E nada melhor do que um lançamento ao vivo que abrange toda a
carreira, com uma orquestra e coral completos para isso. A banda deu um passo além
do que fizeram em “Classical Conspiracy”, já que esse show especial comemorativo
seria também o primeiro DVD ao vivo de show da banda, já que o show do Paradiso
de 2005 nunca saiu. Com participações especiais dos ex-integrantes da banda, de
Floor Jansen e com um setlist único, além de uma faixa inédita feita
especialmente pra ocasião, “Retrospect” foi um dos melhores registros ao vivo
daquele ano, e saciou a vontade dos fãs por material completo desse tipo.
Destaques: Retrospect, Cry For the Moon, The Divine Conspiracy.
The Quantum Enigma (2014)