A
equipe do blog Riff Virtual se encontra de férias. Retomaremos nossas
atividades no dia 20 de Janeiro. Enquanto essa data não chega, trazemos para
vocês alguns de nossos melhores posts. Recordar é viver. Confira!
Por Davi Pascale
Motorhead celebra seus 40 anos de estrada com álbum de inéditas. Disco mantém sua sonoridade típica e deve agradar seus fãs de longa data.
Há algumas discussões no mundo do rock que são infinitas. Uma delas é a questão de se o artista deve ou não mudar sua sonoridade com o passar dos anos. Há artistas que adoram se arriscar em novas aventuras sonoras e há aqueles que adoram manter sua tradição. Motorhead está no segundo time. Bad Magic apresenta, mais uma vez, Motorhead sendo Motorhead. E, mais uma vez, o resultado é inacreditavelmente bom.
Não é preciso ser um fã de carteirinha para saber que Lemmy Kilmister, infelizmente, não está passando por um período bom em relação à sua saúde. À todo momento, recebemos notícias sobre sua situação e as ultimas não foram muito animadoras. Os 3 últimos concertos do trio não chegaram ao fim porque o cantor simplesmente não apresentava condições físicas para isso e interrompeu a apresentação após poucas canções. Com isso, muitos começaram a questionar a interpretação vocal de Lemmy no último álbum. A verdade é que está dentro do que já é esperado. O baixista realmente está com a voz um pouco mais fraca, o que fica evidente na balada “Till The End”. Nas músicas mais porradaria, contudo, não se sente tanto. Até porque Lemmy nunca teve voz de molequinho, sejamos sensatos.
Grupo mantém a tradição em um dos grandes álbuns de 2015 |
O início do álbum mata do coração qualquer fã que se preze. Em “Victory Or Die”, após o baixista gritar o nome da canção, Phil Campbell entra com um riff rocker matador, no melhor estilo “Bomber”. “Thunder & Lightning” traz uma sonoridade mais direta. Com poucos acordes nos remete à canções como “Iron Fist”. Na sequência vem “Fire Storm Hotel” que traz uma sonoridade rock n roll, com ar mais festivo, nos remetendo à seus tempos de “Born to Raise Hell”. Mikey Dee demonstra que continua sendo uma metralhadora nos versos de “Shoot Out All Your Lights”, com uma bateria à la “Sacrifice”. Verdade seja dita, fazia tempos que o trio britânico não demonstrava composições tão fortes quanto às apresentadas aqui.
Para o bem ou para o mal, o
Motorhead segue sem novidades. O que também significa sem modernidades, sem se
render à modismos. A
sonoridade é a de sempre. A voz ríspida de Lemmy com seu baixo distorcido,
as guitarras rock n roll, a bateria acelerada. Lemmy traz o vocal cavernoso de “Orgasmatron”
de volta em “Choking On Your Screams”. Canções como “Teach Them How To
Bleed”, “Tell Me Who To Kill” e “When The Sky Comes Looking For You” estão
entre os grandes destaques do disco. Os pontos baixos ficam com “Evil
Eye” e a já citada “Till The End”.
O disco se encerra com uma versão
de “Sympathy For The Devil” dos Rolling Stones. Não, ela não ficou melhor do
que a original, mas ficou empolgante e matadora. Infelizmente, pelo andar da
carruagem, esse deve ser o último disco dos caras. Se esse realmente for o
último capítulo, os caras podem ficar descansados que estão encerrando com
chave de ouro. Um dos grandes álbuns de 2015.
Nota: 8,0/10,0
Status:
Empolgante e inspirado
Faixas:
01)
Victory Or Die
02)
Thunder & Lightning
03)
Fire Storm Hotel
04)
Shoot Out All Of Your Lights
05)
The Devil
06) Electrify
07) Evil Eye
08) Teach Them How To Bleed
09) Till The End
10) Tell Me Who To Kill
11) Choking On Your Screams
12) When The Sky Comes Looking For You
13) Sympathy For The Devil