terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Motorhead – Bad Magic (2015):

A equipe do blog Riff Virtual se encontra de férias. Retomaremos nossas atividades no dia 20 de Janeiro. Enquanto essa data não chega, trazemos para vocês alguns de nossos melhores posts. Recordar é viver. Confira!


Por Davi Pascale

Motorhead celebra seus 40 anos de estrada com álbum de inéditas. Disco mantém sua sonoridade típica e deve agradar seus fãs de longa data.

Há algumas discussões no mundo do rock que são infinitas. Uma delas é a questão de se o artista deve ou não mudar sua sonoridade com o passar dos anos. Há artistas que adoram se arriscar em novas aventuras sonoras e há aqueles que adoram manter sua tradição. Motorhead está no segundo time. Bad Magic apresenta, mais uma vez, Motorhead sendo Motorhead. E, mais uma vez, o resultado é inacreditavelmente bom.

Não é preciso ser um fã de carteirinha para saber que Lemmy Kilmister, infelizmente, não está passando por um período bom em relação à sua saúde. À todo momento, recebemos notícias sobre sua situação e as ultimas não foram muito animadoras. Os 3 últimos concertos do trio não chegaram ao fim porque o cantor simplesmente não apresentava condições físicas para isso e interrompeu a apresentação após poucas canções. Com isso, muitos começaram a questionar a interpretação vocal de Lemmy no último álbum. A verdade é que está dentro do que já é esperado. O baixista realmente está com a voz um pouco mais fraca, o que fica evidente na balada “Till The End”. Nas músicas mais porradaria, contudo, não se sente tanto. Até porque Lemmy nunca teve voz de molequinho, sejamos sensatos.

Grupo mantém a tradição em um dos grandes álbuns de 2015

O início do álbum mata do coração qualquer fã que se preze. Em “Victory Or Die”, após o baixista gritar o nome da canção, Phil Campbell entra com um riff rocker matador, no melhor estilo “Bomber”. “Thunder & Lightning” traz uma sonoridade mais direta. Com poucos acordes nos remete à canções como “Iron Fist”. Na sequência vem “Fire Storm Hotel” que traz uma sonoridade rock n roll, com ar mais festivo, nos remetendo à seus tempos de “Born to Raise Hell”. Mikey Dee demonstra que continua sendo uma metralhadora nos versos de “Shoot Out All Your Lights”, com uma bateria à la “Sacrifice”. Verdade seja dita, fazia tempos que o trio britânico não demonstrava composições tão fortes quanto às apresentadas aqui.

Para o bem ou para o mal, o Motorhead segue sem novidades. O que também significa sem modernidades, sem se render à modismos. A sonoridade é a de sempre. A voz ríspida de Lemmy com seu baixo distorcido, as guitarras rock n roll, a bateria acelerada. Lemmy traz o vocal cavernoso de “Orgasmatron” de volta em “Choking On Your Screams”.  Canções como “Teach Them How To Bleed”, “Tell Me Who To Kill” e “When The Sky Comes Looking For You” estão entre os grandes destaques do disco. Os pontos baixos ficam com “Evil Eye” e a já citada “Till The End”.

O disco se encerra com uma versão de “Sympathy For The Devil” dos Rolling Stones. Não, ela não ficou melhor do que a original, mas ficou empolgante e matadora. Infelizmente, pelo andar da carruagem, esse deve ser o último disco dos caras. Se esse realmente for o último capítulo, os caras podem ficar descansados que estão encerrando com chave de ouro. Um dos grandes álbuns de 2015.

Nota: 8,0/10,0
Status: Empolgante e inspirado

Faixas:
      01)   Victory Or Die
      02)   Thunder & Lightning
      03)   Fire Storm Hotel
      04)   Shoot Out All Of Your Lights
      05)   The Devil
      06)   Electrify
      07)   Evil Eye
      08)   Teach Them How To Bleed
      09)   Till The End
      10)   Tell Me Who To Kill
      11)   Choking On Your Screams
      12)   When The Sky Comes Looking For You
      13)   Sympathy For The Devil