Por Davi Pascale
Edu Falaschi lança primeiro álbum
solo como parte da comemoração de 25 anos de estrada. Disco traz releituras de
velhos sucessos em arranjos calmos e sofisticados.
Meu primeiro contato com o Edu
foi através do Symbols, mas boa parte do público descobriu o garoto após ele
ter sido escalado para substituir o Andre Matos no Angra. Sua tarefa não era
nada fácil. Além de Andre ser considerado um dos grandes vocalistas do Brasil,
o Angra tinha atingido uma popularidade que pouquíssimos grupos de heavy metal
brasileiro atingiram. A responsabilidade era enorme e o músico tirou de letra.
Os dois primeiros registros que fez ao lado do grupo de Kiko Loureiro (Rebirth e Temple of Shadows) figuram hoje entre os trabalhos preferidos dos
fãs. Várias músicas venceram a barreira do tempo. E o novo projeto é uma prova
disso.
Para quem não está por dentro. Esse
não é o tão comentado álbum tributo que estava/está programado. Esse é um
projeto criado e produzido pelo próprio Falaschi onde ele criou novos arranjos
para velhas canções. A maior parte das faixas escolhidas vieram dos tempos do
Angra. E faz sentido. O músico aposta em uma sonoridade mais clássica, mais
erudita. Esse tipo de roupagem realmente tem mais a ver com as músicas dessa
época.
Exatamente! Esse não é um álbum
de heavy metal, nem um projeto acústico nos moldes da MTV. Se você cresceu
ouvindo os álbuns do rapaz porque ele era da cena metal e nunca ouviu nada fora
da cena, certamente irá estranhar e, possivelmente, torcer o nariz para o
disco.
Edu aposta em arranjos eruditos em sua estreia como artista solo |
Moonlight é um projeto de música clássica, praticamente. Arranjos
orquestrados, violões, piano, violino, voz e praticamente é isso. São pouquíssimas
as faixas que contam com um trabalho de percussão. As orquestrações são bem
evidentes. Aliás, é o que fala mais alto no disco. Uma conta que um trabalho
percussivo mais elaborado e ficou muito bacana é “Breathe”.
Outra mudança evidente está no
estilo de cantar. Edu está cantando muito bem, mas está cantando todo o tempo
em uma região mais baixa. Não temos aqui, o músico atacando voz para cima,
explorando falsetes, nem nada do tipo. Em uma comparação meia besta, já que são
gêneros diferentes, mas para pegar um trabalho conhecido como exemplo. Lembra
de quando o Whitesnake lançou o Starkers
in Tokyo com o David Coverdale cantando para baixo o tempo todo? Mesma
lógica. Quem quiser ouvir um trabalho vocal mais potente terá que esperar o
novo do Almah.
Os arranjos são muito bem
desenvolvidos, o trabalho está muito bem gravado. Edu já dava algumas dicas nos
arranjos acústicos que fazia em seus shows, mas acredito que nem seu fã número
1 esperaria por um álbum inteiro nesse pique. Uma ousadia bacana foi ter criado
novos arranjos para músicas pesadas, não apenas para as baladas dos discos. No
mínimo, curioso, ouvir “Nova Era” e “Angels and Demons” nesse formato. Disco
muito bem feito e muito bonito.
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Calmo e sofisticado
Faixas:
01)
Nova Era
02)
Bleeding Heart
03)
Arising Thunder
04)
Rebirth
05)
Breathe
06)
Angels and Demons
07)
Spread Your Fire
08)
Wishing Well
09)
Heroes of Sand