sexta-feira, 3 de junho de 2016

Edu Falaschi – Moonlight (2016):



Por Davi Pascale

Edu Falaschi lança primeiro álbum solo como parte da comemoração de 25 anos de estrada. Disco traz releituras de velhos sucessos em arranjos calmos e sofisticados.

Meu primeiro contato com o Edu foi através do Symbols, mas boa parte do público descobriu o garoto após ele ter sido escalado para substituir o Andre Matos no Angra. Sua tarefa não era nada fácil. Além de Andre ser considerado um dos grandes vocalistas do Brasil, o Angra tinha atingido uma popularidade que pouquíssimos grupos de heavy metal brasileiro atingiram. A responsabilidade era enorme e o músico tirou de letra. Os dois primeiros registros que fez ao lado do grupo de Kiko Loureiro (Rebirth e Temple of Shadows) figuram hoje entre os trabalhos preferidos dos fãs. Várias músicas venceram a barreira do tempo. E o novo projeto é uma prova disso.

Para quem não está por dentro. Esse não é o tão comentado álbum tributo que estava/está programado. Esse é um projeto criado e produzido pelo próprio Falaschi onde ele criou novos arranjos para velhas canções. A maior parte das faixas escolhidas vieram dos tempos do Angra. E faz sentido. O músico aposta em uma sonoridade mais clássica, mais erudita. Esse tipo de roupagem realmente tem mais a ver com as músicas dessa época.

Exatamente! Esse não é um álbum de heavy metal, nem um projeto acústico nos moldes da MTV. Se você cresceu ouvindo os álbuns do rapaz porque ele era da cena metal e nunca ouviu nada fora da cena, certamente irá estranhar e, possivelmente, torcer o nariz para o disco.

Edu aposta em arranjos eruditos em sua estreia como artista solo

Moonlight é um projeto de música clássica, praticamente. Arranjos orquestrados, violões, piano, violino, voz e praticamente é isso. São pouquíssimas as faixas que contam com um trabalho de percussão. As orquestrações são bem evidentes. Aliás, é o que fala mais alto no disco. Uma conta que um trabalho percussivo mais elaborado e ficou muito bacana é “Breathe”.

Outra mudança evidente está no estilo de cantar. Edu está cantando muito bem, mas está cantando todo o tempo em uma região mais baixa. Não temos aqui, o músico atacando voz para cima, explorando falsetes, nem nada do tipo. Em uma comparação meia besta, já que são gêneros diferentes, mas para pegar um trabalho conhecido como exemplo. Lembra de quando o Whitesnake lançou o Starkers in Tokyo com o David Coverdale cantando para baixo o tempo todo? Mesma lógica. Quem quiser ouvir um trabalho vocal mais potente terá que esperar o novo do Almah.

Os arranjos são muito bem desenvolvidos, o trabalho está muito bem gravado. Edu já dava algumas dicas nos arranjos acústicos que fazia em seus shows, mas acredito que nem seu fã número 1 esperaria por um álbum inteiro nesse pique. Uma ousadia bacana foi ter criado novos arranjos para músicas pesadas, não apenas para as baladas dos discos. No mínimo, curioso, ouvir “Nova Era” e “Angels and Demons” nesse formato. Disco muito bem feito e muito bonito.

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Calmo e sofisticado

Faixas:
      01)   Nova Era
      02)   Bleeding Heart
      03)   Arising Thunder
      04)   Rebirth
      05)   Breathe
      06)   Angels and Demons
      07)   Spread Your Fire
      08)   Wishing Well 
      09)   Heroes of Sand