Por Davi Pascale
Testament segue quebrando tudo.
Sem amolecer, grupo entrega álbum pesado, agressivo e inspirado. Um dos
melhores álbuns de 2016.
Sou um fã antigo do Testament.
Comecei a acompanha-los, ainda nos anos 80, naquela fase em que eles seguiam os
passos do Metallica. Álbuns como The New
Order e Souls of Black rodaram
em meus toca-discos infinitas vezes. Minha única decepção com esses caras foi
com o lançamento do Demonic, quando eles resolveram flertar com o death
metal, vertente que não sou lá muito fã...
Desde que voltaram à ativa com The Formation of Damnation em 2008,
após Chuck ter vencido uma batalha contra o câncer, os músicos vêm afastando um
pouco mais os lançamentos. Se nos anos 80 e 90, lançavam um álbum entre 1 e 2
anos, agora lançam de 4 em 4. Contudo, eles têm mantido a qualidade dos
trabalhos.
Brotherhood of the Snake traz os músicos apostando em um thrash
metal visceral. O disco está com um puuuta peso, os arranjos estão bem
agressivos. Gene Hoglan está quebrando tudo na bateria, Alex Skolnick continua
o monstro de sempre. Chuck entregou um ótimo trabalho vocal misturando na dose
certa momentos melódicos e agressivos.
Banda faz um dos melhores álbuns do ano |
As linhas vocais e vários riffs
de guitarra, em muitos momentos, remetem à fase clássica da banda. Algo
facilmente notado em faixas como “The Pale King” e, principalmente, “Seven
Seals”. Porém, atualmente o grupo está mais pesado. A principal diferença é no
trabalho de bateria. Mais veloz, mais quebrada, apostando mais nos dois bumbos.
Algo facilmente perceptível em números como “The Number Game” e até mesmo na
faixa-título.
Muito artista quando retorna à
ativa depois de um bom tempo sem lançar nada (quando lançaram o The Formation of Damnation já faziam 9
anos que não soltavam um disco de inéditas), resolve copiar na cara dura o que
fizeram no passado. A galera do Testament soube se reinventar. Mantiveram suas
origens ao mesmo tempo em que inseriram novos elementos. Brotherhood Of The Snake é exatamente isso. Você saca que se trata
de um álbum do Testament logo nos primeiros segundas da primeira audição, mas
não se trata de um trabalho nostálgico nem de longe.
O álbum é uma pedrada do inicio
ao fim. Há momentos mais cadenciados, mas não há espaço para baladas. Sim, eles
já fizeram baladas no passado. Uma delas, inclusive, acho brilhante: “The
Legacy” (Souls of Black). O papo
aqui é porradaria sem dó. Facilmente, um dos melhores álbuns desse ano. Álbum
indispensável para quem curte música pesada.
Nota: 8,5 / 10,0
Status: Agressivo
Faixas:
01)
Brotherhood Of The Snake
02)
The Pale King
03)
Black Jack
04)
Born In a Rut
05)
Centuries of Suffering
06)
Seven Seals
07)
Neptune´s Speak
08)
Stronghold
09)
The Number Game
10)
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