quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Mayan - Quarterpast

por Rafael Menegueti

Mayan - Quaterpast
O Mayan está prestes a lançar seu segundo disco. Se você não conhece a banda, trata-se do projeto paralelo encabeçado pelo líder do Epica, Mark Jansen (vocais guturais), alem de outros membros da banda, Ariën van Weesenbeek (bateria), Rob van der Loo (baixo, mas não gravou no primeiro disco) e, no primeiro disco, Isaac Delaheye (guitarra). Alem deles, Henning Basse (vocais limpos), Jack Driessen (teclado, ex-After Forever) e Frank Schiphorst (guitarra) completam a formação do supergrupo holandês, que fazem um som definido por eles como uma ópera death metal sinfônica.

O novo disco, “Antagonize”, será lançado nos próximos dias. Mas antes de falar do novo trabalho, acho interessante apresentar o debut da banda, afinal o disco de estréia do grupo, “Quarterpast”, lançado em 2011, possui muitas características interessantes para os fãs de metal sinfônico ou death metal. A começar pelo aspecto de “reunião de grandes nomes” do disco. Praticamente todo o Epica participa do álbum, apenas com a exceção de Yves Huts (baixista da banda na época), Simone Simons aparece com vocais femininos especiais providenciais em algumas faixas, e Coen Jansen trabalhou nos arranjos orquestrais. Alem deles, a cantora lírica italiana Laura Macri, Floor Jansen e até Amanda Sommerville também fazem pontas no CD.

Repleto de faixas pesadas, se engana quem pensa que o Mayan seria uma banda mais próxima do gothic metal que consagrou seus integrantes no inicio de suas carreiras. Os guturais agressivos de Mark Jansen percorrem as músicas dando um peso descomunal às faixas. Henning Basse acrescenta as vozes limpas masculinas, para dar um contrapeso e deixa as canções mais incrementadas. Por todo o disco, o peso do death metal acelerado se mistura à uma sonoridade típica do metal sinfônico, e as variações de vocais dão um tom dramático às músicas.
 
O exército do Mayan
A definição de ópera metal é bem apropriada aqui, embora “Quarterpast” não seja um disco teatral. As letras são basicamente ataques bem elaborados a um dos problemas mundiais mais frequentes: a corrupção na política. A própria arte da capa e do encarte do CD já deixam isso bem claro, mostrando um lobo com uma mascara de pele de cordeiro, e terno, oferecendo riquezas a cordeiros que representariam o povo. Uma metáfora manjada, mas muito apropriada. Outros temas com política de guerras e violência também são usados.

“Quarterpast” é um disco preciso e pesado. Tem ótimas participações especiais e uma variedade de estilos vocais bem elaborada. O único problema é que algumas músicas causam menos impacto do que outras. Enquanto faixas como Symphony of Agression, Mainstay of Society e War On Terror são bem interessantes, outras como Bite The Bullet e Drown The Demon te deixam com uma sensação de mais do mesmo e não empolgam. Mesmo assim valem o registro. Agora é ver se o segundo álbum do supergrupo deixará uma impressão tão boa quanto o primeiro. Mas disso eu falo depois.

Nota: 7,5/10
Status: Atmosférico e pesado

Faixas:

1."Symphony of Aggression"
2."Mainstay of Society" (In the Eyes of the Law: Corruption)
3."Quarterpast"
4."Course of Life"
5."The Savage Massacre" (In the Eyes of Law: Pizzo)
6."Essenza di Te" (Essence of You)
7."Bite the Bullet"
8."Drown the Demon"
9."Celibate Aphrodite"
10."War on Terror" (In the Eyes of the Law: Pentagon Papers)
11."Tithe"

12."Sinner's Last Retreat" (Bonus track)