sábado, 3 de outubro de 2015

Gloryhammer - Space 1992: Rise of the Chaos Wizards (2015)

Por Rafael Menegueti

Gloryhammer - Space 1992: Rise of the Chaos Wizards
Algumas pessoas pensam que o power metal é um estilo que tem se tornado repetitivo e saturado. O uso de tantos clichês e temáticas parecidas tem feito com que muita gente começasse a duvidar do futuro do gênero. Eu particularmente acho que o power metal tem conseguido lidar com isso usando um pouco mais de criatividade nos últimos anos, as vezes até brincando com seus próprios clichês. E esse é bem o caso do Gloryhammer, banda escocesa da qual falo hoje, e que acaba de lançar seu segundo álbum, “Space 1992: Rise of the Chaos Wizards”.

O grupo foi fundado por um cara que sabe como brincar com isso como ninguém: Christopher Bowes, vocalista da banda de pirate metal Alestorm, e que nessa fica incumbido dos teclados. O estilo de suas composições, com uma leve influência folk, é facilmente perceptível nas faixas. Mas no lugar das letras sobre aventuras de piratas e bebedeira de seu projeto mais conhecido, aqui entra a velha historia de fantasia com batalhas épicas e criaturas como dragões e duendes.

A historia é uma continuação que se passa em um futuro distante dos acontecimentos do primeiro álbum, “Tales From the Kingdom of Fife” (2013), que contava a historia do herói Angus McFife. Agora, seu descendente Angus McFife XIII entra em uma batalha intergaláctica na qual... Bem, já dá pra entender por onde isso vai né? A grande sacada aqui não está na historia, e sim em seu tratamento.

Quando o videoclipe do single “Rise of The Chaos Wizards” foi lançado, um comentário a respeito da faixa que vi foi: “Essas letras são ridículas, e eu adorei isso.” E é exatamente esse o grande detalhe. O Gloryhammer é uma parodia, não deve ser levado a sério. É só olhar pro figurino deles pra perceber (foto abaixo). Mas ao mesmo tempo, a qualidade das composições e de sua execução são imensas, as tornando algo digno de ser levado a serio sim. E os fãs de power metal não estão nem aí se isso é clichê ou não. O que eles gostam e esperam é exatamente isso.

Os membros do Gloryhammer devidamente trajados
O aspecto humorístico da banda é apenas um detalhe depois que analisamos sua sonoridade. As composições são divertidas e não há aqui aquele exagero de pretensões com proporções épicas que esse tipo de power metal às vezes apresenta. Os riffs são bons e despretensiosos, os solos de guitarra são precisos e inseridos na hora certa, os teclados idem. Um grande alicerce da banda é o vocalista Thomas Winkler. Devidamente caracterizado como Angus McFife XIII, seus vocais são potentes e eficientes na medida de que ele sabe usar seu talento sem abusar dele, criando uma ótima atmosfera de empolgação que as canções pedem.

E se ainda resta alguma dúvida de que a banda não tem nenhuma outra pretensão maior do que divertir os fãs do estilo, basta ouvir “Universe On Fire”, uma música que explora uma mistura de metal e pop dos anos 80/90 com um leve toque sacana digno das composições de Christopher Bowes, formando um dos pontos mais altos do disco. E quem conhece o cara sabe que ele já é uma grande (e genial) paródia ambulante. No demais, “Space 1992: Rise of the Chaos Wizards” é um disco de power metal que repete uma velha fórmula sem parecer chato nem ultrapassado, um deleite para os apaixonados pelo gênero.


Nota: 8,5/10
Status: Preciso e bem feito

Faixas:
01. Infernus ad Astra
02. Rise of the Chaos Wizards
03. Legend of the Astral Hammer
04. Goblin King of the Darkstorm Galaxy
05. The Hollywood Hootsman
06. Victorious Eagle Warfare
07. Questlords of Inverness, Ride to the Galactic Fortress!
08. Universe on Fire
09. Heroes (of Dundee)
10. Apocalypse 1992
11. Dundax Aeterna (hidden track)

CD Bônus Versão Limitada (versões orquestrais do CD 1)
01. Main Title
02. The Attack on Triton
03. Angus McFife XIII's Theme
04. An Evil Wizard Does a Quest
05. The King of California
06. Ser Proletius Returns
07. Lords of Space and Time
08. To Claim Space Throne
09. An Epic War is Fight
10. Dundee Will Fall