Por Davi Pascale
Cantor do The Killers chega ao
seu segundo álbum solo. Com trabalho consistente, mantém sua identidade e deixa
claro sua admiração pelos 80´s.
A influência de anos 80 é descarada.
Obviamente, não estou falando daquele hard rock de arena que invadiu as rádios
na época. Quem conhece o rapaz, sabe que essa não é sua praia. Mas não há como
negar a influência da música pop daquela época. As programações por trás das
canções bebem bastante da sonoridade de grupos como Pet Shop Boys, Depeche
Mode, Erasure... Na canção “I Can Change”, inclusive, o rapaz vai além de mera
influência e utiliza um sampler de “Smalltown Boy”, um dos grandes hits da
época.
Outros grandes exemplos da nítida
influência do synthpop seriam “Can´t Deny My Love”, “Lonely Town” e “Diggin´ Up
The Heart”. Faixas que poderiam ter sido tocadas nas danceterias ou ainda terem entrado em alguma trilha de filme da época. Quando
paramos para ler o encarte, notamos que isso deve ter sido intencional. Afinal,
o rapaz se cercou de diversos músicos da época para gravar o disco. Entre os
músicos convidados estão nomes Tony Levin (Peter Gabriel), Bruce Hornsby, Neil
Tennant (Pet Shop Boys), só para citar alguns. Quem também dá as caras por aqui
é seu parceiro do The Killers, o baterista Ronnie Vannuci Jr.
Muitos artistas quando decidem
gravar um trabalho solo, decidem explorar novos territórios, fazer algo
totalmente distinto de seu grupo principal. Brandon parece não se importar
muito com isso. A aproximação do músico com os sintetizadores não é uma novidade. No álbum Hot Fuss, por
exemplo, o uso de sintetizadores foi explorado ao máximo. Além disso, algumas
canções daqui poderiam ter sido gravadas com seu grupo, que os fãs não
reclamariam. Caso da faixa que abre o álbum, “Dreams Come True”, ou de “Untangled
Love”.
Programações com pegada oitentista rondam novo álbum do cantor |
Bom, não é de se estranhar que mantenha ecos de The Killers por aqui. Afinal, The Desired Effect foi gravado no Battle Born Studios em Nevada (estúdio do conjunto) e contou com as mãos de Alan Moulder na mixagem. O mesmo rapaz que mixou os álbuns Sam´s Town e Battle Born. A produção do disco ficou por conta de Ariel Rechtshaid. O rapaz já produziu artistas como We Are Scientists e Haim, além de singles de grandes nomes da música pop como Beyoncé, No Doubt e Madonna.
Se as músicas mais agitadas nos remetem
ao cenário pop eletrônico da época, as baladas nos remetem à outra sonoridade
daquela década. “Still Want You”, “Never Get You Right” e, principalmente, “Between
Me And You” nos remetem bastante à grupos como Simple Minds e U2.
Principalmente, a linha vocal. Bono Vox ficaria orgulhoso...
Quem é fã do The Killers, provavelmente irá curtir o disco do rapaz. Todas as características principais deles estão por aqui. As guitarras misturadas com os sintetizadores, os vocais mais melodiosos, aquela sonoridade meia cassino Las Vegas também marca território em determinados momentos. Trabalho bacaninha...
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Consistente
Faixas:
01) Dreams
Come True
02) Can´t
Deny My Love
03) I
Can Change
04) Still
Want You
05) Between
Me And You
06) Lonely
Town
07) Digging
Up The Heart
08) Never
Get You Right
09) Untangled
Love
10) The
Way It´s Always Been