Por Davi Pascale
Trio inglês chega ao seu segundo
álbum e entrega ótimas composições. Banda que tem de tudo para se tornar um dos
grandes nomes do rock.
Descobri essa banda alguns anos
atrás fuçando pela internet. Quando assisti o clipe de “Bang, Bang, Bang”
fiquei bem impressionado com o trio. Faziam um rock n roll meio Foo Fighters,
com um pouco mais de sujeira e muito bem tocado. A logica se mantém no novo trabalho.
Continuam fazendo seu rock n roll com um pé no alternativo, um pé no britpop (não,
eles não são um clone do Foo Fighters) e a qualidade das composições é bem
alta.
Os rapazes de Manchester ainda não
têm aquele grande hit capaz de fazer milhares de pessoas cantarem juntos, mas
já apresentam um certo prestígio na cena. Já tiveram matérias estampadas ao seu
respeito em algumas das principais revistas musicais e já dividiram o palco com
grandes nomes do rock como Slash e Queens Of The Stone Age. Começaram como
várias das grandes bandas, lançando EP´s independente, e ousaram ao soltar seu
primeiro álbum, King Of Conflicts
(2013), em formato duplo.
A razão que eu digo que eles têm
de tudo para se tornarem um dos grandes nomes do rock é que eles têm aquela
sonoridade com um pé no mainstream. Ainda que usem guitarras bem distorcidas e
deixem o som da bateria na cara, as linhas vocais são repletas de melodias pop.
Uma banda realmente bem interessante. Se eu tivesse que escolher uma musica desse
novo álbum para ir às rádios, apostaria em “For You My Love”. Uma faixa
pesadinha, cadenciada e com um refrão que gruda na cabeça. “Motherless Land”,
embora não esteja entre minhas favoritas, é outra que funcionaria para esses
fins.
Assim como diversas bandas dos
anos 90/00 – como Hellacopters, Nashville Pussy, Backyard Babies, entre tantas
outras – os músicos apresentam uma forte influencia de punk em seu trabalho.
Muitos artistas da cena grunge também tinha essa influencia e acredito que seja
por isso que muitos digam que sua sonoridade tem um pé no grunge. “Halo In Her Silhouette”, por exemplo, traz
aquela bateria direta e guitarra rocker acelerada, remetendo à grupos como MC5
e Stooges.
O refrão de “Free To Do Whatever
They Say”, assim como “Into The Dust” trazem uma forte influencia de Foo
Fighters. Não me surpreenderia se Dave Ghrol resolvesse cantar “Into The Dust”
algum dia ou convidasse os rapazes para uma jam. É nítido que eles bebem na
fonte.
Os arranjos não são exatamente complexos, não se trata de
uma banda técnica, mas o material é muito bem gravado e muito bem tocado. É
nítido que os caras sabem o que estão fazendo. Algo que fica comprovado ao
ouvirmos faixas como “I Wanna Take You Home” ou “Push To The Pedal”, algumas de
minhas favoritas nesse novo álbum. Outra boa notícia é que a maioria das faixas
são muito boas. Os caras realmente sabem compor.
Para quem está atrás de um rock n roll descompromissado, com
boas melodias e que tenha um acento mais comercial, o som do The Virginmarys é
mais do que indicado. Arrisque!
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Ótimo
Faixas:
01)
Push The Pedal
02) For You My Love
03) Halo In Her Silhouette
04) Free To Do Whatever They Say
05) I Wanna Take You Home
06) Walk In My Shoes
07) Kill The Messenger
08) Into Dust
09) Moths To a Flame
10) Fallin Down
11) Motherless Land
12) Living In My Peace