terça-feira, 7 de março de 2017

The Virginmarys – Divides (2016):



Por Davi Pascale

Trio inglês chega ao seu segundo álbum e entrega ótimas composições. Banda que tem de tudo para se tornar um dos grandes nomes do rock.

Descobri essa banda alguns anos atrás fuçando pela internet. Quando assisti o clipe de “Bang, Bang, Bang” fiquei bem impressionado com o trio. Faziam um rock n roll meio Foo Fighters, com um pouco mais de sujeira e muito bem tocado. A logica se mantém no novo trabalho. Continuam fazendo seu rock n roll com um pé no alternativo, um pé no britpop (não, eles não são um clone do Foo Fighters) e a qualidade das composições é bem alta.

Os rapazes de Manchester ainda não têm aquele grande hit capaz de fazer milhares de pessoas cantarem juntos, mas já apresentam um certo prestígio na cena. Já tiveram matérias estampadas ao seu respeito em algumas das principais revistas musicais e já dividiram o palco com grandes nomes do rock como Slash e Queens Of The Stone Age. Começaram como várias das grandes bandas, lançando EP´s independente, e ousaram ao soltar seu primeiro álbum, King Of Conflicts (2013), em formato duplo.

A razão que eu digo que eles têm de tudo para se tornarem um dos grandes nomes do rock é que eles têm aquela sonoridade com um pé no mainstream. Ainda que usem guitarras bem distorcidas e deixem o som da bateria na cara, as linhas vocais são repletas de melodias pop. Uma banda realmente bem interessante. Se eu tivesse que escolher uma musica desse novo álbum para ir às rádios, apostaria em “For You My Love”. Uma faixa pesadinha, cadenciada e com um refrão que gruda na cabeça. “Motherless Land”, embora não esteja entre minhas favoritas, é outra que funcionaria para esses fins.

Assim como diversas bandas dos anos 90/00 – como Hellacopters, Nashville Pussy, Backyard Babies, entre tantas outras – os músicos apresentam uma forte influencia de punk em seu trabalho. Muitos artistas da cena grunge também tinha essa influencia e acredito que seja por isso que muitos digam que sua sonoridade tem um pé no grunge.  “Halo In Her Silhouette”, por exemplo, traz aquela bateria direta e guitarra rocker acelerada, remetendo à grupos como MC5 e Stooges.

O refrão de “Free To Do Whatever They Say”, assim como “Into The Dust” trazem uma forte influencia de Foo Fighters. Não me surpreenderia se Dave Ghrol resolvesse cantar “Into The Dust” algum dia ou convidasse os rapazes para uma jam. É nítido que eles bebem na fonte.

Os arranjos não são exatamente complexos, não se trata de uma banda técnica, mas o material é muito bem gravado e muito bem tocado. É nítido que os caras sabem o que estão fazendo. Algo que fica comprovado ao ouvirmos faixas como “I Wanna Take You Home” ou “Push To The Pedal”, algumas de minhas favoritas nesse novo álbum. Outra boa notícia é que a maioria das faixas são muito boas. Os caras realmente sabem compor.

Para quem está atrás de um rock n roll descompromissado, com boas melodias e que tenha um acento mais comercial, o som do The Virginmarys é mais do que indicado. Arrisque!

Nota:  8,0 / 10,0
Status: Ótimo

Faixas:
      01)   Push The Pedal
      02)   For You My Love
      03)   Halo In Her Silhouette
      04)   Free To Do Whatever They Say
      05)   I Wanna Take You Home
      06)   Walk In My Shoes
      07)   Kill The Messenger
      08)   Into Dust
      09)   Moths To a Flame
      10)   Fallin Down
      11)   Motherless Land 
      12)   Living In My Peace