Por Davi Pascale
Train regrava álbum clássico do
Led Zeppelin. Trabalho surpreende pela fidelidade e competência dos músicos
envolvidos. Vale a pena checar, mesmo que você não curta o som com pegada mais
pop do conjunto.
Quem conhece de perto a obra do
Train sabe da admiração que os rapazes têm pelo grupo de Jimmy Page. Em seu DVD
ao vivo Midnight Train, os músicos
arriscaram uma competente versão de “Ramble On”. Mais do que isso, seu
vocalista Pat Monahan, costumava cantar em uma banda cover do Led Zeppelin,
Rogues Gallery, antes de atingir o estrelato. Mas sejamos sensatos, com o
estilo de carreira que criaram, um trabalho como esse não era exatamente óbvio.
Ok. Sempre foram uma banda
competente e fizeram bons discos (o álbum Drops
of Jupiter, por exemplo, é excelente) mas sempre buscaram uma sonoridade
mais pop rock. Seu mais recente álbum, Bulletproof
Picasso, trazia os músicos querendo ganhar reconhecimento da juventude.
Apostava em uma pegada mais Maroon 5. Provavelmente, o trabalho mais pop de sua
trajetória. Portanto, esse trabalho agora é mais do que surpreendente.
Regravar Led Zeppelin é um
terreno perigoso. Além de contar com 4 exímios músicos em sua formação, seus
admiradores os consideram gênios, consideram sua obra sagrada. Ou seja, você
irá ralar para aprender a música e sofrerá uma cobrança enorme quando for
apresentar o resultado. E, sendo honesto, os garotos fizeram um trabalho digno,
altamente respeitável.
Musicos revivem álbum do Led Zeppelin e se saem bem |
As músicas não foram
modernizadas, nem foram transportadas para o universo train. Pelo contrário, as
versões estão bem fieis. Tanto no instrumental, quanto nas linhas vocais. A
ideia desse registro nasceu depois de terem interpretado o álbum na integra no
cruzeiro Sail Across The Sun. O que
começou como uma brincadeira, acabou se tornando um novo álbum dos garotos.
Talvez, o maior desafio de uma
banda que se sujeite a tocar Led Zeppelin seja justamente encontrar um
baterista para interpretar o material. John Bonham tinha um estilo único e é
considerado um dos maiores bateristas da história do rock. Aqui, a situação é
ainda mais dramática já que a faixa “Moby Dick” era praticamente um solo de
bateria. Drew Shoals, manda bem no álbum, mas obviamente não está no mesmo nível
de Bonham. A própria "Moby Dick" comprova isso. Mas, como disse, o batera do Led era meio fora de série, portanto
peguemos leve.
Pat Monahan fez um bom
trabalho vocal, mas o grande destaque do CD é realmente o trabalho de guitarra
de Jimmy Stafford. Ele não reproduz o timbre de guitarra original, mas foi
extremamente cuidadoso na hora de aprender os riffs e solos.
A sequencia original foi mantida.
A ideia aqui, nitidamente, não era recriar. Apenas, prestar uma homenagem à um
de seus ídolos. E, como disse, está muito bem feita. Álbum extremamente
divertido e vale a pena ser conferido, mesmo que você não seja um fã do Train.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Fiel
Faixas:
01)
Whole Lotta Love
02)
What Is And What Should Never Be
03)
The Lemon Song
04)
Thank You
05)
Heartbreaker
06) Living
Loving Maid (She´s Just a
Woman)
07) Ramble On
08) Moby Dick
09) Bring It On Home