terça-feira, 19 de julho de 2016

Train – Does Led Zeppelin II (2016):





Por Davi Pascale

Train regrava álbum clássico do Led Zeppelin. Trabalho surpreende pela fidelidade e competência dos músicos envolvidos. Vale a pena checar, mesmo que você não curta o som com pegada mais pop do conjunto.

Quem conhece de perto a obra do Train sabe da admiração que os rapazes têm pelo grupo de Jimmy Page. Em seu DVD ao vivo Midnight Train, os músicos arriscaram uma competente versão de “Ramble On”. Mais do que isso, seu vocalista Pat Monahan, costumava cantar em uma banda cover do Led Zeppelin, Rogues Gallery, antes de atingir o estrelato. Mas sejamos sensatos, com o estilo de carreira que criaram, um trabalho como esse não era exatamente óbvio.

Ok. Sempre foram uma banda competente e fizeram bons discos (o álbum Drops of Jupiter, por exemplo, é excelente) mas sempre buscaram uma sonoridade mais pop rock. Seu mais recente álbum, Bulletproof Picasso, trazia os músicos querendo ganhar reconhecimento da juventude. Apostava em uma pegada mais Maroon 5. Provavelmente, o trabalho mais pop de sua trajetória. Portanto, esse trabalho agora é mais do que surpreendente.

Regravar Led Zeppelin é um terreno perigoso. Além de contar com 4 exímios músicos em sua formação, seus admiradores os consideram gênios, consideram sua obra sagrada. Ou seja, você irá ralar para aprender a música e sofrerá uma cobrança enorme quando for apresentar o resultado. E, sendo honesto, os garotos fizeram um trabalho digno, altamente respeitável.

Musicos revivem álbum do Led Zeppelin e se saem bem

As músicas não foram modernizadas, nem foram transportadas para o universo train. Pelo contrário, as versões estão bem fieis. Tanto no instrumental, quanto nas linhas vocais. A ideia desse registro nasceu depois de terem interpretado o álbum na integra no cruzeiro Sail Across The Sun. O que começou como uma brincadeira, acabou se tornando um novo álbum dos garotos.

Talvez, o maior desafio de uma banda que se sujeite a tocar Led Zeppelin seja justamente encontrar um baterista para interpretar o material. John Bonham tinha um estilo único e é considerado um dos maiores bateristas da história do rock. Aqui, a situação é ainda mais dramática já que a faixa “Moby Dick” era praticamente um solo de bateria. Drew Shoals, manda bem no álbum, mas obviamente não está no mesmo nível de Bonham. A própria "Moby Dick" comprova isso. Mas, como disse, o batera do Led era meio fora de série, portanto peguemos leve.

Pat Monahan fez um bom trabalho vocal, mas o grande destaque do CD é realmente o trabalho de guitarra de Jimmy Stafford. Ele não reproduz o timbre de guitarra original, mas foi extremamente cuidadoso na hora de aprender os riffs e solos.

A sequencia original foi mantida. A ideia aqui, nitidamente, não era recriar. Apenas, prestar uma homenagem à um de seus ídolos. E, como disse, está muito bem feita. Álbum extremamente divertido e vale a pena ser conferido, mesmo que você não seja um fã do Train.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Fiel

Faixas:
      01)   Whole Lotta Love
      02)   What Is And What Should Never Be
      03)   The Lemon Song
      04)   Thank You
      05)   Heartbreaker
      06)   Living Loving Maid (She´s Just a Woman)
      07)   Ramble On
      08)   Moby Dick
      09)   Bring It On Home

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