sexta-feira, 14 de março de 2014

Evanescence: Origin (2000)





Por Davi Pascale

É comum as pessoas se dirigirem ao Evanescence como a banda que atingiu as paradas no álbum de estréia Fallen, dando um ênfase como se estivessem falando de um grupo pré-fabricado, mas a história não é bem assim. É verdade que o disco fez muito sucesso e foi o debut deles por uma major, mas como toda banda que se preze, não nasceram da noite para o dia e já haviam gravado material antes do álbum que os deixariam conhecidos em todo o mundo. Esse material é exatamente o Origin

Mas o que seria esse disco, afinal? Um trabalho lançado de maneira independente? Ou a demo do conjunto? Amy Lee gosta de defender a tese de que essa é uma compilação de demos, mas escutando o material, fico com o pezinho atrás. Uma compilação de demos não traria uma mixagem única, muito provavelmente teríamos um conjunto que apostava em diferentes caminhos e muito dificilmente teria uma sequência lógica, como ocorre aqui. Sem contar que ninguém prensa 2.500 cópias, com a ajuda de um selo, de um material que fez apenas com o intuito de conseguir um possível contrato, um material que não leva a sério. Por essas e outras, gosto de encará-lo como um álbum independente. 

A impressão que tenho é que ela não gosta do álbum, não quer retorná-lo as lojas e inventou essa desculpa para não “entrar em guerra” com seus seguidores. Não consigo compreender a razão para ignorá-lo. Todos conhecem a história, o disco é infinitamente pirateado por aí, alguns vendedores exploram seus fãs com preços abusivos e a gravação tem boa qualidade. Por que não fazer uma nova prensagem?

Nessa época, Evanescence era um trio formado por Amy Lee, Ben Moody e David Hodges

Muitos tratam esse CD como algo que não tem a cara da banda. Não é verdade. É fato que há uma presença muito maior de elementos eletrônicos, mas a fórmula já estava meio que criada. Eles só deram uma lapidada. Aumentaram um pouquinho o andamento aqui, tiraram um barulhinho ali, mas não é nada que você não consiga imaginá-los tocando. A essência já estava formada, as linhas vocais eram bem similares... Tanto que há algumas faixas que depois foram regravadas em Fallen.

Para ser mais exato são as 3 primeiras (já que a faixa “Origin” é nada mais do que uma vinheta): “Whisper”, “Imaginary” e “My Immortal”. Servem para demonstrar exatamente aquilo que acabei de afirmar, tudo o que fizeram foi dar uma lapidada em sua sonoridade. Nas duas primeiras, a única coisa que muda é o andamento que era um pouco mais lento. Talvez essa seja a grande diferença desse trabalho para os posteriores. Os arranjos tendem para uma levada mais lenta, mais arrastada.  “My Immortal” não tinha orquestração ainda. Era apenas piano e vocal. Amy Lee canta com bastante emoção, a versão é muito bonita . Das músicas inéditas, uma que sempre gostei bastante é “Away From Me”.

Justamente por não retornarem às lojas e pelo grupo ter conseguido um grande status, muitas versões alternativas começaram a correr solto por aí. Algumas com faixas bônus, outras que apresentam apenas as faixas da época. O disco original foi lançado em 4 de Novembro de 2000. Durante alguns anos, a Bigwig Enterprises (a empresa que fez a prensagem) vendeu o álbum em seu site. Para falar a verdade, eles pararam de vender em Fevereiro de 2003. Nessa época, era possível comprá-lo por 15 dólares. Atualmente, em sites como Ebay, seu valor varia de 50 a 300 dólares e ninguém tem a certeza se é a versão bootleg ou a oficial. Com o passar dos anos, o material foi sendo aperfeiçoado. Atualmente, até o encarte é copiado.

Disco tinha uma presença maior de elementos eletrônicos

Eu tenho um CD prensado e tenho muita curiosidade de saber se o que tenho é bootleg ou original. Já busquei informações de tudo quanto é lugar, mas há sempre informações conflitantes. Há um segredo nesse disco. Se você retroceder a primeira faixa (aperte o play e coloque para voltar a musica com o play pressionado. Sim, o tempo ficará negativo) e você terá acesso à uma vinheta. Dizem que somente a prensagem original tem isso. O meu CD tem. Dizem que a cópia fake tem um nome escrito errado, no meu encarte não tem nome escrito errado, mas dizem que o vermelho e o preto da capa original são bem fortes e não considero o colorido do meu encarte muito forte. Como disse, não sei mais nada. De todo modo, suspeito que o meu seja piratex já que comprei ele há uns 4 anos no Ebay e não paguei um valor abusivo...

Sendo bootleg ou não, vale a pena os fãs correrem atrás do CD. As faixas são ótimas e, pelo visto, não há previsão para que ele seja relançado. Item essencial na coleção de qualquer fã, sem duvidas!

Faixas:
      01)   Origin
      02)   Whisper
      03)   Imaginary
      04)   My Immortal
      05)   Where Will You Go
      06)   Field of Innocence
      07)   Even in Death
      08)   Anywhere
      09)   Lies
      10)   Away From Me
      11)   Eternal